O Embaixador de Migração da União Africana/Organização Internacional Migração afirma que “a migração não é um problema a ser resolvido, mas uma oportunidade a ser aproveitada”.
Em uma mensagem de vídeo gravada à margem do workshop regional sobre identidade legal e migração organizado pela Comissão Económica para a África em Harare, Zimbábue, Walter Kasempa, Embaixador de Migração da UA/OIM, pediu aos jovens africanos que assumam um papel ativo na formação de sistemas que afetam sua mobilidade e inclusão.
“ Sendo o grupo demográfico com maior mobilidade e crescimento mais rápido do continente, os jovens são tanto impulsionadores quanto beneficiários da migração. Seja em busca de oportunidades, escapando de conflitos ou construindo redes transfronteiriças, os jovens estão moldando o presente e o futuro da migração africana”, diz Kasempa.
Sublinhou qoe os jovens também estão na vanguarda da inovação, alavancando tecnologia, advocacy e empreendedorismo para criar novos caminhos para a inclusão social e econômica. “ Vista por essa perspectiva, a migração não é uma crise a ser gerenciada, mas uma alavanca para o crescimento e a renovação”.
No entanto, segundo disse, muitos permanecem indocumentados, o que limita seu acesso aos sistemas formais e os impede de participar plenamente da sociedade porque sem identidade legal, permanecem invisíveis às instituições e vulneráveis à exclusão.
“ Garantir que os jovens africanos sejam contabilizados, protegidos por políticas eficazes e preparados para participar da governança migratória não se trata apenas de inclusão, é um investimento estratégico no futuro do continente”, sublinhou.
Para Kasempa, a governança da migração deve estar enraizada na inclusão, e a identidade jurídica é fundamental para esse objetivo.
O chefe da Seção de Política Social da Comissão Económica das Nações Unidas para a África (CEA), Christian Oldiges, destacou o papel dos jovens na formulação de políticas de migração.
“Quando os jovens se veem como parte da solução, a governança da migração se torna não apenas inclusiva, mas transformadora”, disse Oldiges para de seguidab afirmar que “ a identidade jurídica deve ser reconhecida como uma ferramenta de governança para a redução da pobreza, bem como um bem público, fundamental para o acesso a direitos, serviços e proteções a que todas as pessoas têm direito, independentemente de seu status migratório”.
Na sua opinião, a Área de Livre Comércio Continental Africana (ZLECAF), com um mercado de mais de 1,3 bilhão de pessoas, representa uma grande oportunidade para impulsionar a mobilidade intra-africana e o crescimento econômico. “ Se totalmente implementada, poderá ajudar a reduzir a necessidade de migração para fora do continente, permitindo que os jovens se desloquem, trabalhem e inovem com mais liberdade na África”.
“A ZLECAF também fornece uma estrutura para a retenção de talentos africanos. Com melhor acesso a sistemas legais de identidade e mobilidade, os jovens africanos podem prosperar como empreendedores, inovadores digitais, profissionais qualificados e líderes empresariais no continente. Mas concretizar esse potencial depende da abordagem das lacunas de identidade e governança que ainda limitam a circulação e o acesso. Resolver esses problemas hoje é fundamental para desbloquear o futuro do continente”, enfatizou.
O workshop de Harare, coorganizado pela CEA, a União Africana e a Organização Internacional para as Migrações, concentrou-se no aprimoramento dos sistemas de dados de identidade jurídica e migração. Um conjunto de ferramentas práticas também foi validado para apoiar os esforços nacionais.
Por. Nautaran Marcos Có/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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