segunda-feira, 30 de junho de 2025

O SILÊNCIO COMO ESTRATÉGIA: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA SOBRE A POLÍTICA GUINEENSE

 

Em determinados contextos, o silêncio não é ausência de resposta, mas sim uma forma superior de inteligência estratégica. Evitar o confronto directo não significa falta de convicção, mas sim capacidade de discernir o momento certo para agir e falar. Contudo, torna-se incompreensível — e até contraproducente — a atitude de alguns apoiantes de Domingos Simões Pereira que, em vez de se concentrarem na construção de ideias e projectos, optam por atacar de forma hostil e sistemática o Coordenador Nacional do MADEM-G15, Braima Camará.

Perante esta realidade, impõe-se o esclarecimento de alguns pontos essenciais:
1. Legitimidade Política de Braima Camará
Braima Camará é o Coordenador Nacional de um partido político legalmente constituído. Nesse papel, não apenas detém o direito, mas também o dever de comunicar com os militantes, esclarecer as suas posições e orientar o rumo estratégico do MADEM-G15. A sua postura conciliadora não deve ser confundida com capitulação, mas sim interpretada como um acto de maturidade política e visão de Estado.
2. Comunicado Conjunto Não É Aliança
A ideia de que a existência de comunicados conjuntos entre o MADEM-G15 e o PAIGC corresponde a uma aliança formal carece de fundamento. A cooperação institucional em determinados momentos cruciais faz parte da dinâmica natural de uma democracia plural, onde o interesse nacional deve prevalecer sobre rivalidades partidárias.
3. Cada Partido Com o Seu Projecto
O PAIGC, o MADEM-G15, e outras forças políticas da Guiné-Bissau seguem trajectórias distintas. Domingos Simões Pereira tem um projecto pessoal de poder, enquanto Braima Camará defende um projecto político com raízes profundas no apoio popular e na legitimidade democrática adquirida nas urnas. A divergência entre visões e estratégias é legítima e saudável numa sociedade democrática.
4. Discordância Sim, Desrespeito Não
Os militantes têm o direito de divergir e de expressar o seu descontentamento, desde que o façam com urbanidade, respeito mútuo e dentro do quadro normativo dos estatutos partidários. A liberdade de expressão é um valor sagrado, mas não pode servir de escudo para insultos ou atentados à autoridade legítima de um partido.
5. Reconciliação Não Se Impõe, Mas Também Não Se Criminaliza
Em democracia, ninguém é obrigado a seguir uma determinada linha política. Mas também ninguém deve ser perseguido ou difamado por optar por um caminho que considere mais alinhado com os seus princípios. A verdadeira liberdade política reside justamente na possibilidade de cada cidadão escolher o seu lado, sem medo nem represálias.
UMA LIÇÃO DE GRANDEZA: O EXEMPLO DE NINO VIEIRA E TAGME NA WAI
A história recente da Guiné-Bissau ensina-nos que a reconciliação é possível mesmo entre antigos adversários. Tagme Na Wai, outrora perseguido por Nino Vieira, viria mais tarde a unir-se a este em nome da estabilidade nacional. A decisão de ambos de caminhar lado a lado, apesar do passado turbulento, é um testemunho da grandeza de espírito que a política exige em momentos críticos. A história encarregou-se de eternizar esse gesto como um exemplo de maturidade e patriotismo.
O CASO DE UMARO SISSOCO EMBALÓ: ENTRE VAIDADES E MANIPULAÇÕES
A relação entre Braima Camará e o Presidente Umaro Sissoco Embaló insere-se num contexto distinto. A tensão não resulta de divergências ideológicas profundas, mas sim de um ambiente de manipulação e inveja alimentado por círculos próximos do Chefe de Estado. Estes actores, movidos por agendas pessoais, fomentaram desconfiança e usaram o poder presidencial como arma de retaliação política. Infelizmente, o Presidente Embaló deixou-se enredar nesse jogo, optando por um confronto interno que nada acrescenta à construção nacional.
Mas o tempo é sempre o melhor juiz. A verdade, mesmo sufocada, ressurge. E Braima Camará continua firme no seu percurso, ancorado na força popular e na confiança dos que reconhecem nele um verdadeiro servidor público. O povo, especialmente em tempos de provação, não esquece quem permanece ao seu lado.
CONCLUSÃO: UMA NOVA ETAPA PARA A POLÍTICA GUINEENSE
A Guiné-Bissau encontra-se perante uma encruzilhada histórica. Ou optamos por perpetuar o ciclo da intriga e da política do ódio, ou ousamos abraçar uma nova etapa de maturidade democrática. A reconciliação não deve ser vista como uma rendição, mas como um acto de coragem e clarividência. E nesse aspecto, Braima Camará tem demonstrado uma postura exemplar: mais do que ambição pessoal, revela compromisso com a estabilidade, a paz e o progresso do nosso país.
É tempo de colocar a Pátria acima dos interesses individuais. De abandonar as vaidades e manipulações, e de abraçar um projecto nacional inclusivo, transparente e comprometido com o futuro. Porque a política, no fim das contas, deve ser o espaço da esperança, e não da destruição.
@destacar

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