O Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, foi eleito, no domingo, 22 de Junho de 2025, presidente rotativo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). © ANGELA WEISS / AFP
O Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, foi eleito este domingo, 22 de Junho, presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). A eleição aconteceu durante uma cimeira ordinária dos chefes de Estado que teve lugar em Abuja, na Nigéria. Julius Maada Bio sucede a Bola Ahmed Tinubu, Presidente da Nigéria.
Julius Maada Bio declarou que “a nossa região está num ponto de viragem”. O novo presidente da organização regional convenceu os homólogos ao apresentar como prioridades a restauração da ordem constitucional, o reforço da segurança regional e a integração económica.
Trata-se de uma agenda ambiciosa, num momento em que a África Ocidental “enfrenta desafios graves, alguns de longa data, outros novos e em evolução”. Os desafios passam pela “insegurança no Sahel e nos Estados costeiros, o terrorismo, a instabilidade política, os fluxos de armas ilícitas e o crime organizado transnacional”. Golpes de Estado e tentativas de golpe de Estado afectaram quase metade dos países membros fundadores da CEDEAO durante a última década, provocando tensões entre vizinhos.
Bola Tinubu, o presidente cessante da CEDEAO e Presidente da Nigéria, reconheceu os “desafios duros e constantes que continuam a dificultar as aspirações” do bloco sub-regional. “Entre eles figuram actualmente as ameaças à segurança, o extremismo violento e outras dinâmicas transfronteiriças” que continuam a espalhar-se e a intensificar-se.
A eleição do Presidente da Serra Leoa é uma grande surpresa. Bassirou Diomaye Faye, Presidente do Senegal, era apontado como favorito, sobretudo porque a CEDEAO respeitava até agora uma alternância informal entre presidentes francófonos, anglófonos e lusófonos. No entanto, dois anglófonos sucedem-se agora na liderança da organização, quebrando essa regra de alternância.
A cimeira de 22 de Junho não se limitou à eleição do novo líder da organização. Os dirigentes da África Ocidental decidiram também nomear um negociador para supervisionar o processo de retirada do Mali, do Burkina Faso e do Níger — três países governados por juntas militares que formaram o seu próprio bloco: a Aliança dos Estados do Sahel (AES). O negociador será assistido por três ministros oriundos de países membros. A saída oficial dos três Estados sahelianos está prevista para o final de Julho.
Por: RFI
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