quinta-feira, 3 de maio de 2018

«OPINIÃO»"CARTEL OU ‘’JOINT- VENTURE’’ DA EMPRESA CUBA LDA FACE AO MERCADO DE CAJU : - MESTRE ALIU SOARES CASSAMÁ


O ministro do Comercio do Senegal esteve em Bissau,para negociar com o governo a possibilidade de compra de 120 000 Toneladas de Castanha de Cajú, e a empresa CUBA LDA foi escolhida como a parte interessada para se fazer esta operação. 

Entendo que o Estado não deve ser empresário. Deve liberalizara economia e permitir que os privados produzam riqueza. E, da riqueza gerada,cobrar os impostos devidos e justos. 

Segundo a Teória macroeconómica, em economias de mercado os governos exercem essencialmente três funções económicas importantes: 1) garantir a eficiência económica ao promover a livre concorrência entre as empresas, 2)mitigar as externalidades negativas e fornecer bens e serviços públicos, 3)promover a equidade usando os impostos e as despesas públicas no sentido de redistribuir o rendimento a camada da população mais desfavorecidas. 

A iniciativa Privada , nacional ou internacional,pode ser catalisadora. Porém este processo a meu ver esta preso. Será que houve a racionalidade em escolher a empresa CUBA Lda para fazer parte do processo ? ou estamos perante um Cartel ou um Monopolio no sector de Caju ? 

Sem Solidez do Estado e do empresariado, o Pais encontra-se numa profunda depressão económica e a tendência é decrescente,uma vez que o nosso Estado esta descapitalizado,e o nosso tecido empresarial esta aruinar-se aos poucos. 

Num dos meus artigos defendi que não se pode privatizar alguns sectores estratégicos do Estado, mas parece me a mim que o sector do Cajú corre sérios riscos de ser controlado pelas algumas empresas que unem-se para determinarem os preços e condições do mercado. Assim, fazem com que se torne um circulo restrito a eles. Ou estamos perante a união de duas ou mais empresas ja existentes com o objectivo de iniciar ou realizar uma actividade comercial por um determinado periodo de tempo visando o lucro. 

É de salientar que as duas empresas (Senegalêsa,e Guineense) estimam comprar 120 000 Toneladas da Castanha de Caju,enquanto que o governo conta exportar 200 000 toneladas. Será que 80 000 remanascente vai ser vendido a quem ? Teremos de novo o Cartel ou Joint-Venture ? é urgente que se liberalize o mercado sem interferência externa. 

A Concorrência é um dos elementos essenciais em uma economia do mercado. Para o Agricultor, permite que o mesmo ao adquirir um bem ou serviço, tenha um leque de escolha alargada e a sua decisão será baseada no binomio qualidade/preço. Se for devidamente aplicada as regras de concorrência, não vejo nenhuma perda imediata aos agricultores. 

Por sermos uma economia de mercado (contudo mais importadora do que exportadora) não se abrem, desde logo, espeços para que a concorrência desleal ganhe visibilidade. 

A Guiné-Bissau tem condições de crescimento e fortalecer o sector de processamento da castanha de Caju tornando o pais excepcionalmente bem posicionado para se tornar um dos principais fornecedores globais mais competitivas de Castanha de Caju de alta qualidade e sustentaveis. 

Esta Operação trata-se de um dos carteis mais perigosos que paira no nosso mercado (dói saber que o nossa castanha vai ser comercializada pela duas empresas a 1 000 FCFA a Kilo). É necessário abrir ainda o investimento no sector de Caju, para surgirem mais fabricas competitivas, de acordo com o mercado internacional. No mesmo sentido, é necessário acabar com os monopolios, permitindo que todas as empresas obtenham as mesmas vantagens e possam concorrer, gerando um preço mais competitivos e adequado a nossa realidade social e económica. 

Este Monopolio chamo de monopilio de pessoas. A continuar, veremos que a ‘’acumulação primitiva de caiptal’’ continuará desigual e o efeito multiplicador, inexistente. 

A Castanha de Cajú tem sido apontado como o principal motor da economia nacional. A verdade é que a sua contribuição para o Orçamento Geral do Estado ronda a volta do 90% No entanto ausência de um efeito multiplicador interno acaba por ser prejudicial para as contas nacionais. Portanto em vez de nos preocupar com Cartel ou JOINT VENTURE, melhor seria criar condições ao efeito multiplicador interno para rentabilizar a nossa economia. Será pedir demais ? 

Mestre : Aliu Soares Cassamá

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