Malabo - A companhia aérea Ceiba Intercontinental, da Guiné Equatorial, suspendeu, "até novas instruções", todos os voos para África ocidental, onde se encontram os países mais afectados.
Os principais destinos da transportadora na África ocidental -- Ghana, Togo, Côte d’Ivoire, Senegal e Benim - não registaram ainda casos de infecção.
Porém, estes países são vizinhos de Libéria (com 466 mortos confirmados), Guiné-Conakry (394) e Serra Leoa (365), os mais duramente afectados pela epidemia. Na Nigéria, mais populoso país africano, quatro pessoas já morreram.
Ao mesmo tempo, o governo da Guiné Equatorial suspendeu a concessão de vistos aos cidadãos dos países da África ocidental.
"Se o Ébola chegar à Guiné Equatorial, pode dizimar toda a população", justificou o ministro da Segurança Nacional, Nicolas Obama Nchama.
Apesar de não ter detectado qualquer caso de Ébola, a Guiné Equatorial criou um comité de crise para adoptar medidas preventivas contra a epidemia, entre as quais o destacamento de equipas de saúde para aeroportos e fronteiras terrestres e marítimas, com a missão de evitar que entrem no país viajantes infectados.
Foi também lançada uma campanha nacional de sensibilização sobre o vírus, apelando ao milhão de habitantes do país que evite as deslocações para os países afectados pela epidemia e o consumo de quaisquer animais encontrados mortos.
O vírus Ébola transmite-se por contacto directo com sangue, fluidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados, provocando febres hemorrágicas que, na maioria dos casos, são fatais.
Não existe tratamento nem vacina, cenário que faz do Ébola um dos mais mortais e contagiosos vírus para os seres humanos.
O Ébola tem fustigado o continente africano regularmente desde 1976, sendo o actual surto o mais grave desde então, com mil e 229 mortos confirmados, de acordo com o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde o início deste surto, em Março, já foram registados dois mil e 240 casos de infecção, o que levou a OMS a decretar, no dia 08 de Agosto, o estado de emergência de saúde pública mundial.
Uma série de países da África ocidental já declararam também o estado de emergência e várias fronteiras foram encerradas.
portalangop.co.ao
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