quarta-feira, 30 de abril de 2025
Guiné-Bissau - LGDH condena "ameaça" ao deputado Bamba Banjai
A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) condenou esta quarta-feira (30.04) a onda de perseguições e detenções "ilegais" de cidadãos na Guiné-Bissau, inclusive a "invasão" da residência do Deputado Bamba Banjai, por homens armados.
A LGDH referiu, na nota, a recente detenção de ativistas ambientais no norte do país, considerando que este e outros casos evidenciam a "degradação" dos indicadores dos direitos humanos na Guiné-Bissau.
Eis o comunicado na íntegra.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos acompanha com bastante apreensão, os recentes casos de violações dos direitos humanos e de tentativa de restrição ao espaço de intervenção das organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau, nomeadamente:
1. A detenção ilegal do cidadão Alexandre da Costa, militante do Partido dos Trabalhadores da Guiné (PTG), desde o dia 16 de abril de 2024, por três agentes da polícia à paisana em sua casa sita no Bairro de Bôr, donde foi conduzido através de um táxi para as instalações do Ministério do Interior;
2. A privação arbitrária de liberdade a 5 cidadãos, dentre os quais mulheres e ativistas ambientais pelo suposto envolvimento no fogo posto numa máquina de extração de minerais, em Varela;
3. Ameaça e intimidação ao Deputado Bamba Banjai, quem por via de uma denuncia, fez saber que a sua residência foi invadida duas vezes, nos dias 27 e 28 de Abril de 2025, por um grupo de homens armados e não identificados sem um motivo aparente.
Estes e demais casos de violações dos direitos humanos, intimidação e privação arbitrária de liberdade, agravados pela tentativa de coerção às organizações da sociedade civil, evidenciam inequivocamente a degradação dos indicadores dos direitos humanos na Guiné-Bissau.
Aliás, esta nossa observação corresponde à recente declaração pública da Liz Throssell Porta-Voz da ONU para direitos humanos, segundo a qual a Guiné Bissau regista "numerosas alegações de intimidação, assédio e, em alguns casos, prisões e detenções arbitrárias de defensores dos direitos humanos e do ambiente, jornalistas e sindicalistas".
Perante o agravamento do contexto nocivo e prejudicial ao livre exercício dos direitos e liberdades fundamentais pelos cidadãos, a Direção Nacional da LGDH delibera o seguinte:
4. Condenar severamente todos os casos de detenção arbitraria, perseguição e intimidação aos cidadãos, com especial destaque para os recentes casos de detenção ilegal do Sr. Alexandre da Costa e a suposta invasão da residência do Deputado Bamba Banjai do MADEM- GIS;
5. Exigir mais uma vez do Ministério do Interior, a libertação imediata e incondicional do ativista político Alexandre da Costa;
6. Exortar as forças de segurança, no sentido de adequarem a sua conduta aos ditames da lei, abstendo-se comportamentos capazes de pôr em causa os princípios do Estado de Direito;
7. Congratular-se com a declaração pública das Nações Unidas emitida, em 29 de Abril de 2025, que confirma a indubitável degradação da situação dos direitos humanos na Guiné-Bissau.
8. Reafirmar a sua inabalável determinação de continuar a promover, proteger os direitos e defender os valores e princípios de Estado de Direito no País.
Pela Paz, justiça e Direitos Humanos
Feito em Bissau, 30 dias do mês de Abril e 2025
O responsável para o Inquérito sobre Avaliação do Sistema Educativo da Guiné-Bissau, Jailson Cuino, anunciou esta quarta-feira, 30.04.2025 o início de trabalho de inquérito no dia 05 de maio do em curso em 200 escolas públicas e privadas do país, entre 2° 6° e 9° ano de escolaridade nas disciplinas de Português e Matemática, também professores, pais encarregados de educação e directores das escolas selecionadas.
Rei Mohammed VI recebe os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança dos Estados do Sahel “ESA”
No âmbito da iniciativa internacional lançada em 2023 para facilitar o acesso dos países do Sahel ao Oceano Atlântico, o Rei Mohammed VI concedeu uma audiência oficial na segunda-feira no Palácio Real de Rabat aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos três países membros da Aliança dos Estados do Sahel (AES): Burkina Faso, Mali e Níger.
O Soberano recebeu Karamoko Jean Marie Traoré, Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Regional e dos Burquineses no Estrangeiro do Burkina Faso; Abdoulaye Diop, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional do Mali; e Bakary Yaou Sangaré, Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação e dos Nigerianos no Estrangeiro do Níger.
Esta audiência, marcada por uma atmosfera de cordialidade e de respeito mútuo, evidenciou a solidez dos laços entre Marrocos e os seus parceiros sahelianos, baseada numa solidariedade ativa, numa parceria económica dinâmica e numa convergência de visões sobre os grandes desafios regionais. Fiel à sua visão, Marrocos reafirma o seu empenhamento em apoiar o desenvolvimento, a estabilidade e a integração na região do Sahel.
Nesta ocasião, os ministros transmitiram ao Rei a gratidão dos seus Chefes de Estado pelo seu apoio incondicional ao Sahel, saudando em particular as iniciativas reais a favor do desenvolvimento económico e humano.
No centro dos debates esteve a “Iniciativa Atlântica”, apoiada por Marrocos e considerada como um importante passo em frente para os países do Sahel sem litoral. Este ambicioso projeto visa garantir um acesso seguro aos mercados mundiais através do porto de Dakhla, reforçando assim a diversificação económica e a soberania energética e comercial dos Estados sahelianos.
Os ministros reiteraram a sua determinação em trabalhar com Marrocos para acelerar a implementação desta iniciativa, num espírito de parceria estratégica e de aprofundamento da integração regional. Apresentaram igualmente ao Rei Mohammed VI uma atualização detalhada sobre o desenvolvimento institucional e operacional da Aliança dos Estados do Sahel, fundada em setembro de 2023.
//RTB
Comemoração do 1º de Maio: CGSI CONSIDERA TRISTE A SITUAÇÃO QUE OS TRABALHADORES GUINEENSES ENFRENTAM NO PAÍS
A Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-CS) considerou triste a situação que os trabalhadores guineenses vivem, caracterizada pelas sucessivas instabilidades políticas e governativas ao longo dos anos.
A preocupação foi tornada pública na quarta-feira, 30 de abril de 2025, pelo Secretário da CGSI-CS, Malam Li Baldé, em declarações aos jornalistas, à margem da abertura da jornada de reflexão alusiva à comemoração do Dia Internacional dos Trabalhadores que se assinala amanhã, 01 de maio, organizada pelo governo de iniciativa presidencial sob o lema: união, disciplina e trabalho.
Durante a conferência, serão debatidos dois temas como: diálogo social e negociação coletiva: um desafio de sindicalismo e o segundo tema será direcionado ao alargamento da proteção social: um desafio para a afirmação do setor privado.
Na ocasião, Malam Li Balde defendeu a necessidade de um diálogo permanente com o governo para a melhoria dascondições laborais e a resolução de problemas existentes há vários anos em vários setores.
O sindicalista enfatizou, na sua comunicação, que as duas centrais sindicais continuam empenhadas em colaboração com os trabalhadores guineenses, na busca de consensos, notrabalho pelo respeito e dignificação não só a nível da Guiné-Bissau, como também a nível da sub-região.
“As duas centrais sindicais continuam a trabalhar a através do Conselho Permanente de Concertação Social no sentido de permitir que haja melhores condições para todos os trabalhadores guineenses”, reforçou, para de seguida anunciar que a proposta das duas centrais sindicais junto do governo foi e é relativamente à questão da melhoria de condições de vida de todos os trabalhadores guineenses para que possam sentir-se dignificados e viverem felizes no seu país, o que paderá a por garantir a sua segurança social.
Questionado sobre o salário mínimo nacional, Li Baldé afirmou que não existe salário mínimo na administração pública guineense desde 1993 “o salário mínimo praticado até ao momento é de cinquenta mil francos CFA´s, um salário miserável”.
Perante esta situação, o secretário-geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes enfatizou que as duas centrais sindicais continuam a insistir junto do governo para que haja a definição do salário mínimo nacional, que será alargado aos funcionários do Setor Privado.
Malam Li Baldé defendeu a necessidade de criação de políticas de proteção social que permitam aos trabalhadores viverem com dignidade.
Por sua vez, a Ministra da Administração Pública, Reforma Administrativa, Emprego, Formação Profissional e Segurança Social, Mónica Buaró da Costa, destacou a importância da realização do evento.
Por: Carolina Djeme
Fotos: CD
Conosaba/odemocratagb.
PRS AFIRMA QUE “ACORDO DE PARIS” ENTRE API-CABAS GARANDI E PAI TERRA RANKA NÃO TERÁ IMPACTO POLÍTICO
O vice-presidente do Partido da Renovação Social (PRS), Augusto Cabi, da ala liderada por Félix Blutna Nandungue, afirmou esta quarta-feira, 30 de abril de 2025, que o acordo rubricado em Paris entre as duas coligações PAI Terra-Ranka e API-Cabaz Garandi não existe, como também não terá impacto no cenário político guineense, porque as pessoas que rubricaram o acordo foram aquele país europeu simplesmente para passear.
Augusto Cabi falava numa conferência de imprensa, realizada na sede daquela formação política, na qual disse que alguns dirigentes políticos estão a dar fuga para frente, pensando que podem resolver os problemas do estado, sem no entanto resolver o problema familiar, isso é impossível. Adiantou que os líderes que participaram naquele encontro de Paris, França, foram atrás de 6 bilhões de franco CFA roubados pelo governo anterior da Coligação PAI Terra Ranka, a fim de tentar saber como podem conseguir recuperar aquele dinheiro, mas parece que não conseguiram, prova disso não regressaram em conjunto.
O dirigente daquela formação política, assegurou que a situação política da Guiné-Bissau deve ser resolvida no país e não no estrangeiro, como também um acordo político entre partidos e coligações em qualquer parte do mundo não sesobrepõe a vontade popular. Sendo assim, o PRS não está preocupado com a assinatura e o que lhe interessa é convencer o povo guineense nas próximas eleições que se avizinham. Augusto Cabi lembrou que no passado, aquela formação política rubricou um acordo com a coligação PAI Terra-Ranka, mas o único beneficiário daquele acordo é o Fernando Dias da Costa que conseguiu posto de primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e restantes elementos do governo pertencentes ao partido foram nomeados como ministros, mas dentro daquele ministério, PAI terra-Ranka nomeia diretores gerais de serviços e conselho de administração, isso não pode continuar no PRS, de maneira que a atual direcção liderada por Felix Nandungue quer garantir aos dirigentes do acordo de Paris que o segundo mandato do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, está feito e confirmado.
Sobre o processo de reconciliação que está a ser levado a cabono seio da família dos renovadores, Augusto Cabi disse que a direcção liderado por Félix Nandungue pautou para que haja uma reconciliação entre irmãos do mesmo partido, sentandosnuma mesa para conversar, tornando numa única família rumo a vitória eleitoral, mas algumas pessoas da outra ala estão a jogar de maneira confusa. Acrescentou que o processo de reconciliação iniciou-se na casa de um alto dirigente do país, mas como sabem que ex-presidente interino do PRS, Fernando Dias da Costa não é sério, fez uma proposta de dois co-presidentes do partido, mas a ala de Nandungue apresentou uma contraproposta em como é preciso que haja um presidente e um vice-presidente, sendo que não se pode negociar com quem perdeu a guerra, mas sim é imposta a ordem, sendo assim não houve consenso até neste momento.
Por seu lado, o Vice-presidente do PRS, Roberto Metcha, disse que o Partido da Renovação Social é único que conseguiu resistir à tempestade do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, através da sua táctica de eliminação dos partidos políticos existentes na altura. Acrescentou que após desaparecimento físico do antigo presidente daquela formação política, Alberto Nambeia, realizaram um congresso no qual Félix Blutna Nandungue foi vencedor e a partir do momento que assumiu a direcção, tinha consciência clara que a disputa interna no seio do partido precisava de um diálogo e decidiu lançar o processo de diálogo, através de uma carta dirigida ao Fernando Dias da Costa para que haja um diálogo interno e prova disso, resultou na criação de duas comissões a fim de trabalhar para que o diálogo interno se consumasse, sendo assim estranharam a fuga em frente da atual direção de Fernando Dias, passando de aliança para aliança, sem se dignar concluir o processo de reconciliação.
Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb.
terça-feira, 29 de abril de 2025
GOVERNO JUSTIFICA O BLOQUEIO DE SALÁRIOS AOS 349 TÉCNICOS DE SAÚDE PELO INCUMPRIMENTO DAS NORMAIS LOBORAIS
A ministra da Administração Pública considera que o bloqueio dos salários aos 349 técnicos de saúde se deve ao incumprimento das normas administrativas.
As considerações desta governante foram tornadas públicas, esta terça-feira (29 de abril), durante uma conferência de imprensa em reação às declarações feitas pelo coletivo dos 61 Técnicos de Saúde, que considera a falta de vontade do governo em desbloquear os seus salários já há 5 meses.
Mónica Buaro Costa disse que a situação do bloqueio de salário também se enquadra no âmbito da organização da administração pública, a qual considera ser banalizado ao longo dos anos em que este setor era visto apenas como um lugar de obter sustento.
“É simplesmente o cumprimento de serviços e de ajudar a organizar a administração pública que se encontra banalizado ao longo dos anos, em que as pessoas encaram a administração como lugar de obter sustento”, salientou a ministra.
A ministra da Administração Pública disse que, depois de tantos encontros com os técnicos de saúde, foi criada uma comissão técnica para averiguar os fatos, na qual constatou que, dentre os 349 bloqueios salariais, só 61 foram encontrados nos respectivos locais de trabalho.
“Todos os que foram encontrados no local dos serviços não têm problemas com os Inspetores, se não vejamos, em 349 com problemas de bloqueios de salários, só 61 foram encontros nos locais de serviços através da comissão criada para averiguar as reclamações”, justificou Mónica Buaro Costa.
Mónica Buaro Costa admite o controlo rigoroso dos funcionários, para evitar os problemas de gêneros, prometendo assim colocar o sistema de controle eletrônico em todos os departamentos do estado.
“O ministério da Administração Pública está empenhado e determinado em continuar os trabalhos de controlo dos funcionários públicos, é neste âmbito que, através dos parceiros, vamos colocar, mais uma vez, o sistema de controlo eletrônico”, destacou a Buaro.
A ministra da Administração Pública, Mónica Buaro Costa, acalmou ainda os técnicos de que já foi concluído o processo de 26 técnicos que já foram enviados ao Ministério das Finanças e até sexta-feira os restantes 35 processos em falta estarão prontos para serem processados os salários.
RSM: 29-04-2025
Portugal e Espanha exigem auditoria independente à União Europeia depois do apagão
Na sequência do apagão que deixou Portugal e Espanha às escuras durante horas, o primeiro-ministro português Luís Montenegro garantiu que o sistema elétrico português tem capacidade autónoma e que o problema não teve origem no país. O professor da Faculdade de Ciencias e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, Nuno Amaro, explicou que a importação de energia de Espanha foi motivado por uma decisão mercantil e não por falta de capacidade.
Após o apagão que afectou várias regiões de Portugal, o primeiro-ministro Luís Montenegro reagiu destacando a eficácia da resposta das autoridades e da população. No entanto, o chefe do governo também reconheceu que há sempre margem para melhorias nos procedimentos em situações de emergência. Além disso, Luís Montenegro anunciou que o governo solicitou uma investigação independente junto da União Europeia para apurar as causas do apagão.
“Precisamos de respostas tão rápidas quanto urgentes. Em primeiro lugar, solicitar à Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia da União Europeia a realização de uma auditoria independente aos sistemas eléctricos dos países afetados para o apuramento cabal das causas que estiveram na origem desta situação. Naquilo que depende de nós, não vamos poupar esforços no esclarecimento dos portugueses perante um problema sério que não teve origem em Portugal. Nós conseguimos fazer o reinício de produção de energia e temos neste momento o sistema a funcionar de forma autónoma. É importante que as portuguesas e os portugueses saibam que temos capacidade para reiniciar o sistema de produção de energia e depois o seu transporte e distribuição a todos os clientes. É, portanto, também importante saber que o problema que foi causado não tem a ver com a falta de capacidade de produção e distribuição em Portugal.”
O professor da Faculdade de Ciencias e Tecnologias da Universidade da Nova, na aérea das redes eléctricas, Nuno Amaro, esclareceu a situação que levou Portugal a importar energia de Espanha, confirmando o facto de Portugal não necessitar energia estrangeira. Segundo o especialista, a decisão não está relacionada com uma escassez de capacidade interna, mas sim com os preços do mercado integrado entre os dois países.
"O facto de nós estarmos a importar energia de Espanha não tem propriamente a ver com a necessidade energética. Ou seja, nós não precisaríamos de estar a importar a energia de Espanha para alimentar as nossas cargas. Não, tem a ver com isso. Tem a ver com o mercado. Nós estamos no mercado integrado, Portugal e Espanha. No momento em que em que aconteceu o evento, era mais barato estar a importar a energia de Espanha do que estar a produzir por causa dos preços de mercado. Mas não tem a ver com a necessidade, tem a ver só com com o resultado do mercado. Portugal e Espanha são um mercado único. Portanto, é numa típica lógica de mercado, ou seja, quem quer vender energia aos productores competem entre si os portugueses e espanhóis e os consumidores também, não é? Portanto, podemos estar a importar ou a exportar a energia de Espanha consoante o resultado do mercado e não propriamente por necessidade de haver importação. Portanto, do ponto de vista da capacidade instalada para produzir e para a carga que nós temos em Portugal, nós temos mais do que o suficiente para para todas as necessidades energéticas."
O Professor Nuno Amaro explica também que é normal que a eletricidade não tenha sido restabelecida de forma imediata, sublinhando que o processo de reposição do sistema elétrico obedece a normas rigorosas. Segundo o professor, essa reposição gradual é essencial para evitar o risco de provocar uma nova falha no sistema.
“A maior parte das centrais de produção não têm a capacidade que nós chamamos de impor frequência. Elas têm a capacidade de seguir um sinal de referência que já existe, mas não tem cidade, não têm a capacidade de criar esse sinal. Em Portugal, e tal como foi noticiado ontem, existem duas centrais que têm essa capacidade, uma a norte e uma a centro do país. O que acontece é que essas duas centrais tiveram que arrancar e depois é um processo muito gradual e muito devagar, ou seja, tem que se aumentar um bocadinho a geração e aumentar em seguida um bocadinho a carga ou seja, os consumos, para ficar em equilíbrio, porque não há armazenamento e, portanto, a energia eléctrica tem que ser toda gasta instantaneamente. Temos que seguir este processo em passos pequenos e sucessivos, porque se nós aumentarmos a geração um pouco, mas depois aumentarmos demasiada carga, voltamos ao estado inicial porque temos mais carga do que geração e o sistema volta a desligar.”
Em Espanha, onde cinco pessoas morreram, o governo e a Justiça abriram investigações para apurar as causas do apagão que deixou a Península Ibérica sem electricidade durante várias horas. Embora se tenha considerado a hipótese de sabotagem informática, a operadora REE descartou um ciber ataque. A União Europeia indicou igualmente que pretende abrir uma investigação sobre as razões desta situação.
Por: Rodolphe de Oliveira
RFI
ONU preocupada com “redução do espaço cívico na Guiné-Bissau”
A ONU manifestou esta terça-feira preocupação com o que classifica como uma "redução do espaço cívico na Guiné-Bissau", exortando as autoridades a tomarem medidas para proteger os defensores dos direitos humanos e do ambiente, particularmente visados por ações de intimidação.
"Estamos preocupados com as numerosas alegações de intimidação, assédio e, em alguns casos, prisões e detenções arbitrárias de defensores dos direitos humanos e do ambiente, jornalistas e sindicalistas na Guiné-Bissau. As organizações de mulheres e os defensores do ambiente parecem ter sido especificamente visados", declarou hoje a porta-voz das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Numa declaração emitida desde Genebra, Suíça, Liz Throssell vincou que "é fundamental que as vozes independentes sejam protegidas", apontando que "todos os defensores dos direitos humanos e do ambiente e todos os representantes da sociedade civil, incluindo os que criticam as autoridades, devem poder expressar os seus pontos de vista e empreender as suas atividades legítimas, sem receio de retaliação ou represálias por esse motivo".
"As pessoas detidas arbitrariamente por exercerem os seus direitos ou liberdades devem ser libertadas, enquanto as outras pessoas acusadas devem ter os seus direitos a um processo equitativo e a um julgamento justo respeitados", prosseguiu.
Liz Throssell apelou às autoridades guineenses para que aproveitem a oportunidade da "Revisão Periódica Universal" sobre a situação no país, que terá lugar na próxima sexta-feira no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, "para se envolverem de forma mais construtiva com a sociedade civil, tomarem medidas para proteger os defensores dos direitos humanos e do ambiente, jornalistas e sindicalistas, e se comprometerem a implementar plenamente as recomendações feitas à Guiné-Bissau através do processo" da revisão.
Conosaba/Lusa
«Djambacatam» POLÍCIA PRENDE DUAS MULHERES SUSPEITAS DE AJUDAR NO TRÁFICO DE LIAMBA
Duas mulheres encontram-se presas nas celas da Polícia da Ordem Pública de Bafatá, acusadas de estarem a regar uma quantidade considerável de Canábis (Liamba) nos seus campos hortícolas na tabanca de Sare-Saba, secção de Cossará, sector de Bafatá.
Segundo informações policiais, estas mulheres estariam a sustentar uma prática de venda e consequentemente consumo deste tipo de droga, porque discretamente estarão a regar a referida estupefaciente dissimulada entre os legumes que semearam.
A polícia ainda está a tentar descobrir se as suspeitas foram usadas ou se sabiam o que realmente estavam a fazer.
Esta terça-feira, em entrevista à Rádio Sol Mansi, Assana Barri delegado regional de investigação criminal de Bafata, informa que apesar do processo estar sob a alçada da polícia, mas estão neste momento a procura do suspeito que procedeu o plantio deste referido Liamba.
O delegado Regional de Investigação Criminal de Bafatá aconselha ainda as horticultoras da mesma região, a procurarem ter conhecimentos sobre quaisquer plantas que a colocar nas suas hortaliças ou espaços de lavoura.
Na cidade de Bafatá, são relatados constantemente práticas de venda de "Liamba" até para os adolescentes e a prática coloca em risco a vida e a segurança pública.
PARTIDO LUZ PROMETE TRABALHAR PARA MELHORAR QUADRO NEGATIVO DOS DIREITOS HUMANOS NA GUINÉ-BISSAU
O presidente do Partido Luz, uma formação extraparlamentar, disse, hoje, que o quadro negativo da liberdade democrática guineense não deve ser vista pelo indivíduo, mas como um desafio do país desde abertura democrática.
Em conferência de imprensa de quase uma hora, realizada na sua residência privada em Bissau, Lesmes Mutna Monteiro, acompanhado por mais dois dirigentes do Partido Luz, fez uma resenha do avanço conseguido pelo país, destacando as infra-estruturação da Guiné-Bissau, diz que nunca país foi democrática mas, promete trabalhar para influenciar agenda do atual regime liderado por Umaro Sissoco Embaló, para melhorar o quadro dos direitos humanos na Guiné-Bissau.
Na mesma conferência de imprensa, Lesmes Monteiro, diz que a Liga Guineense dos Direitos Humanos transformou-se numa formação política, com a posição extrema que tem assumido contra o regime.
O líder do Partido Luz reafirmou o compromisso da sua formação política, em apoiar incondicionalmente a reeleição de Umaro Sissoco Embaló para o segundo mandato nas funções da maior magistratura do país, nas eleições simultâneas marcadas para novembro próximo.
RSM: 29-04-2025
Insegurança alimentar sobe na Guiné-Bissau em 24% nos últimos 12 meses
O número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau aumentou em 24% nos últimos 12 meses, sobretudo devido às cheias, referiu o Programa Alimentar Mundial (PAM).
Em comunicado enviado à Lusa, a mesma fonte referiu que em março e maio de 2024, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau era de 23.671 e nos mesmos meses deste ano o número aumentou para 121.695 pessoas.
Até aos meses de julho e agosto deste ano, prevê-se que o número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau ascenda a 146.034, o que representará a fase "de crise", correspondendo a um aumento para 26% em comparação com o período homólogo em 2024.
"Estes agregados familiares necessitarão de programas de reforço da resiliência para evitar que entrem em crise", adianta-se nos resultados de uma análise do PAM validados na reunião do mecanismo regional de prevenção e gestão de crise alimentar.
A reunião foi realizada no Togo nos dias 10 e 11 deste mês, juntando nove países da África subsaariana, entre os quais a Guiné-Bissau, cujos dados se referem a um total de 1.816.450 pessoas analisadas.
O documento destaca que a situação atual de insegurança alimentar é "mínima" nas regiões de Bissau, Bafatá e Quinará e "sob pressão" nas regiões de Biombo, Bolama, Cacheu, Gabu, Tombali e Oio.
Em setembro de 2024, a Guiné-Bissau sofreu "cheias de magnitude excecional", causadas por precipitações intensas e prolongadas que submergiram uma área total de 125.221 hectares, incluindo 5.813 hectares de terras agrícolas.
No estudo refere-se ainda que as inundações provocaram "impactos consideráveis" nos meios de subsistência das pessoas que seriam, entre outras, as causas da insegurança alimentar no país.
Conosaba/Lusa
Apagão na Península Ibérica "será matéria de estudo para o mundo inteiro"
António Coutinho, da Associação Portuguesa de Energia, admite que, para já, "não podemos dizer porque aconteceu" a falha na distribuição de energia elétrica de segunda-feira, que atingiu Portugal e Espanha.
O apagão que atingiu Portugal e Espanha, na segunda-feira, 28 de abril, ainda não tem explicação. Sabe-se "o que aconteceu, mas não porque aconteceu", o que está a gerar várias teorias. As autoridades pedem que não se especule, uma vez que o caso ainda está em investigação.
Em entrevista à SIC Notícias, António Coutinho, da Associação Portuguesa de Energia (A.P.E), explicou o que sabe até ao momento.
"Nós podemos dizer o que aconteceu, ainda não podemos dizer é porque aconteceu. Acho que isso vai ser matéria de estudo. O que aconteceu na Ibéria [Península Ibérica] será matéria de estudo para o mundo inteiro. Aprendizagens sobre o que correu bem, o que não correu bem. E daí, saírem soluções e medidas para melhorarem a consistência do sistema", realçou o engenheiro.
Para António Coutinho, "os sistemas têm de ter capacidade de serem resilientes, de ter alternativas e formas de responder a falhas de energia que podem acontecer". É, por isso, necessário, defendeu o especialista, "refletir enquanto sociedade" para que tudo funcione e ter um "backup" para assegurar eventuais falhas.
"Os serviços essenciais têm de ter capacidade própria de fornecer energia durante algum tempo. A questão é quais são esses standarts e quantas horas têm de estar a funcionar para assegurar esse funcionamento", disse em relação aos hospitais e INEM que teve, alguns minutos, sem funcionar.
Quanto à dependência de um país externo para o fornecimento de eletricidade, que tem gerado várias questões, António Coutinho esclareceu que Portugal "tem capacidade própria para fornecer as suas capacidades energéticas", mas que "as interligações visam precisamente ajudar a resiliência do sistema elétrico". "Um sistema que está interligado é mais resiliente do que um sistema que está isolado", assegurou.
Recorde-se que Portugal e Espanha estiveram cerca de 10h sem luz, na segunda-feira. Ao longo da noite a energia foi sendo reposta. Neste momento, garante o Governo, o serviço está totalmente normalizado.
Mark Carney vence no Canadá numa eleição marcada por Donald Trump
O novo primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, cumprimenta os seus apoiantes após o seu discurso de vitória em Ottawa. © AP/Justin Tang
Os liberais ganharam ontem a eleição no Canadá. No entanto, o novo primeiro-ministro, Mark Carney, não deverá conseguir chegar à maioria dos eleitos, necessitando concertar posições com os outros partidos, numa altura em que o país está envolvido numa guerra comercial com os Estados Unidos.
Ao país, Mark Carney disse após a sua vitória que o Canadá "nunca deverá esquecer as lições da traição dos Estados Unidos". Foi com este discurso de oposição às pretensões de Donald Trump que os liberais ganharam aos conservadores, não conseguindo, no entanto, chegar à maioria.
Os meios de comunicação canadianos projectam uma vitória para os liberais com 168 deputados - precisam de 172 para ter a maioria -, enquanto os conservadores terão 144 eleitos. A noite de ontem representou ainda uma dura derrota para o terceiro partido canadiano, o NDP, com o seu líder Jagmeet Singh a não conseguir ser eleito. Também o líder do conservadores, que concorria a primeiro-ministro, Pierre Poilievre, perdeu o seu assento.
Foram eleitos como deputados quatro luso-canadianos. Entre eles está Charles Sousa, reeleito em Mississauga–Lakeshore, em Ontario. Para Sousa, está é uma vitória do Canadá e há agora necessidade de "trabalhar em conjunto para resolver os desafios” que o país enfrenta.
"O Canadá precisa de unidade, especialmente para proteger a nossa independência face aos Estados Unidos e para reforçar a nossa economia no mercado global", declarou Charles Sousa, que entre 2013 e 2018 foi ministro das Finanças de Ontário.
Este é o quarto mandato consecutivo para os liberais no Canadá, com Carney a apontar o dedo durante a campanha ao seu antecessor e companheiro de partido, Justin Trudeau, acusando-o de não se ter focado no crescimento da economia do país. Dos 41 milhões de eleitores, cerca de 29 milhões foram na segunda-feira às urnas.
Por: RFI
BOTCHE CANDÉ ACUSA SIMÕES PEREIRA E ARISTIDES GOMES DE RUBRICAREM ACORDO PARA AFASTAR SISSOCO EMBALÓ DO PODER
O ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé, acusou esta segunda-feira,28 de abril, o líder da Coligação PAI Terra Ranka, Domingos Simões Pereira e antigo Primeiro-ministro, Aristides Gomes, de terem rubricado um acordo em França com o objetivo de afastar o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló do poder.
“Essa intenção só pode ser um sonho, porque não pode acontecer no meio das forças de segurança do país”, afirmou Botche Candé, numa reunião realizada no Ministério do Interior com as forças de segurança, nomeadamente Guarda nacional, Polícia de Ordem Pública e Proteção Civil.
O governante avisou os responsáveis das forças de segurança a não colaborarem com os políticos para criar a desordem na Guiné-Bissau e atribuiu a responsabilidade aos responsáveis das forças de segurança para garantirem a paz, a tranquilidade e não permitir golpes de estado no país.
“Tenho consciência de tudo que estou a falar. Não estou a falar aqui como um político, mas como ministro do Interior e da Ordem Pública. Domingos Simões Pereira e Aristides Gomes são nossos irmãos, mas o acordo que rubricaram em França para afastar Umaro Sissoco Embaló do poder, um presidente que está a construir o país, só poderá ser um sonho, porque em nenhum momento permitiremos que isso aconteça aqui na Guiné-Bissau”, sublinhou.
Botche Candé defendeu que é preciso que as pessoas façam política na base de verdade, não criar desordens no país, porque” o Ministério do Interior não pode permitir que isso aconteça”.
Exortou, neste particular, os responsáveis das forças de segurança para garantirem a ordem e qualquer político que criar constrangimentos será responsabilizado pelos seus atos, porque “o povo guineense está farto de problemas”.
“Quem roubou seis biliões no país, não pode ir para frança mobilizar outros políticos para complicar o país, isso não vai acontecer. Se a pessoa quer complicar-se que se complique”, frisou.
O titular da pasta do Ministério do Interior e da Ordem Pública informou que ninguém receberá sem, no entanto, trabalhar.
Desfiou o Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo Monteiro, a convocar todos antigos responsáveis daquela instituição para voltarem ao ministério para trabalhar, deixando de participar nas tentativas de golpes de estado.
“Tudo o que estou a falar aqui tenho provas disso. Quem sabe daqui a 20 anos posso ser chamado para justificar no tribunal o que estou a dizer agora. Como é possível um brigadeiro general e um capitão ficarem em casa para entrar em contacto com os políticos, andar nos quartéis para mobilizar as pessoas para fazer golpe de estado. Isso acabou, toda gente a partir de agora deve apresentar-se cada dia no Ministério do Interior. Quem não quer pode entregar a farda, porque não é normal continuarmos a ter nas estruturas militares ou nas forças de segurança pessoas que ainda pensam dessa forma, colaborar com os políticos para complicar o país”, sublinhou.
Botche Candé assegurou que nenhum elemento da Guarda Nacional e da Polícia da Ordem Pública deve comparar a atuação do Ministério do Interior com as outras instituições do estado civil, por não terem a mesma missão.
Acrescentou que o Ministério do Interior não pode ter 5 mil agentes integrados no ministério e ficarem sem funções ou lugares para trabalharem, mas recebem dinheiro do Estado.
“Isso não pode continuar e toda gente deve trabalhar para garantir segurança ao povo guineense, que tanto precisa”, afirmou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb.
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