terça-feira, 29 de abril de 2025

Apagão na Europa: População comemora após energia voltar em Portugal | CNN PRIME TIME

Apagão na Península Ibérica "será matéria de estudo para o mundo inteiro"



António Coutinho, da Associação Portuguesa de Energia, admite que, para já, "não podemos dizer porque aconteceu" a falha na distribuição de energia elétrica de segunda-feira, que atingiu Portugal e Espanha.

O apagão que atingiu Portugal e Espanha, na segunda-feira, 28 de abril, ainda não tem explicação. Sabe-se "o que aconteceu, mas não porque aconteceu", o que está a gerar várias teorias. As autoridades pedem que não se especule, uma vez que o caso ainda está em investigação.

Em entrevista à SIC Notícias, António Coutinho, da Associação Portuguesa de Energia (A.P.E), explicou o que sabe até ao momento.

"Nós podemos dizer o que aconteceu, ainda não podemos dizer é porque aconteceu. Acho que isso vai ser matéria de estudo. O que aconteceu na Ibéria [Península Ibérica] será matéria de estudo para o mundo inteiro. Aprendizagens sobre o que correu bem, o que não correu bem. E daí, saírem soluções e medidas para melhorarem a consistência do sistema", realçou o engenheiro.

Para António Coutinho, "os sistemas têm de ter capacidade de serem resilientes, de ter alternativas e formas de responder a falhas de energia que podem acontecer". É, por isso, necessário, defendeu o especialista, "refletir enquanto sociedade" para que tudo funcione e ter um "backup" para assegurar eventuais falhas.

"Os serviços essenciais têm de ter capacidade própria de fornecer energia durante algum tempo. A questão é quais são esses standarts e quantas horas têm de estar a funcionar para assegurar esse funcionamento", disse em relação aos hospitais e INEM que teve, alguns minutos, sem funcionar.

Quanto à dependência de um país externo para o fornecimento de eletricidade, que tem gerado várias questões, António Coutinho esclareceu que Portugal "tem capacidade própria para fornecer as suas capacidades energéticas", mas que "as interligações visam precisamente ajudar a resiliência do sistema elétrico". "Um sistema que está interligado é mais resiliente do que um sistema que está isolado", assegurou.

Recorde-se que Portugal e Espanha estiveram cerca de 10h sem luz, na segunda-feira. Ao longo da noite a energia foi sendo reposta. Neste momento, garante o Governo, o serviço está totalmente normalizado.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, foi recebido pelo Presidente Paul Kagame, no Palácio Presidencial de Urugwiro. Durante o encontro, os dois Chefes de Estado abordaram temas globais e continentais e discutiram formas de reforçar a cooperação bilateral em áreas de interesse mútuo.








Mark Carney vence no Canadá numa eleição marcada por Donald Trump

O novo primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, cumprimenta os seus apoiantes após o seu discurso de vitória em Ottawa. © AP/Justin Tang

Os liberais ganharam ontem a eleição no Canadá. No entanto, o novo primeiro-ministro, Mark Carney, não deverá conseguir chegar à maioria dos eleitos, necessitando concertar posições com os outros partidos, numa altura em que o país está envolvido numa guerra comercial com os Estados Unidos.

Ao país, Mark Carney disse após a sua vitória que o Canadá "nunca deverá esquecer as lições da traição dos Estados Unidos". Foi com este discurso de oposição às pretensões de Donald Trump que os liberais ganharam aos conservadores, não conseguindo, no entanto, chegar à maioria.

Os meios de comunicação canadianos projectam uma vitória para os liberais com 168 deputados - precisam de 172 para ter a maioria -, enquanto os conservadores terão 144 eleitos. A noite de ontem representou ainda uma dura derrota para o terceiro partido canadiano, o NDP, com o seu líder Jagmeet Singh a não conseguir ser eleito. Também o líder do conservadores, que concorria a primeiro-ministro, Pierre Poilievre, perdeu o seu assento.

Foram eleitos como deputados quatro luso-canadianos. Entre eles está Charles Sousa, reeleito em Mississauga–Lakeshore, em Ontario. Para Sousa, está é uma vitória do Canadá e há agora necessidade de "trabalhar em conjunto para resolver os desafios” que o país enfrenta.

"O Canadá precisa de unidade, especialmente para proteger a nossa independência face aos Estados Unidos e para reforçar a nossa economia no mercado global", declarou Charles Sousa, que entre 2013 e 2018 foi ministro das Finanças de Ontário.

Este é o quarto mandato consecutivo para os liberais no Canadá, com Carney a apontar o dedo durante a campanha ao seu antecessor e companheiro de partido, Justin Trudeau, acusando-o de não se ter focado no crescimento da economia do país. Dos 41 milhões de eleitores, cerca de 29 milhões foram na segunda-feira às urnas.

Por: RFI

BOTCHE CANDÉ ACUSA SIMÕES PEREIRA E ARISTIDES GOMES DE RUBRICAREM ACORDO PARA AFASTAR SISSOCO EMBALÓ DO PODER

O ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé, acusou esta segunda-feira,28 de abril, o líder da Coligação PAI Terra Ranka, Domingos Simões Pereira e antigo Primeiro-ministro, Aristides Gomes, de terem rubricado um acordo em França com o objetivo de afastar o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló do poder.

“Essa intenção só pode ser um sonho, porque não pode acontecer no meio das forças de segurança do país”, afirmou Botche Candé, numa reunião realizada no Ministério do Interior com as forças de segurança, nomeadamente Guarda nacional, Polícia de Ordem Pública e Proteção Civil.

O governante avisou os responsáveis das forças de segurança a não colaborarem com os políticos para criar a desordem na Guiné-Bissau e atribuiu a responsabilidade aos responsáveis das forças de segurança para garantirem a paz, a tranquilidade e não permitir golpes de estado no país.

“Tenho consciência de tudo que estou a falar. Não estou a falar aqui como um político, mas como ministro do Interior e da Ordem Pública. Domingos Simões Pereira e Aristides Gomes são nossos irmãos, mas o acordo que rubricaram em França para afastar Umaro Sissoco Embaló do poder, um presidente que está a construir o país, só poderá ser um sonho, porque em nenhum momento permitiremos que isso aconteça aqui na Guiné-Bissau”, sublinhou.

Botche Candé defendeu que é preciso que as pessoas façam política na base de verdade, não criar desordens no país, porque” o Ministério do Interior não pode permitir que isso aconteça”.

Exortou, neste particular, os responsáveis das forças de segurança para garantirem a ordem e qualquer político que criar constrangimentos será responsabilizado pelos seus atos, porque “o povo guineense está farto de problemas”.

“Quem roubou seis biliões no país, não pode ir para frança mobilizar outros políticos para complicar o país, isso não vai acontecer. Se a pessoa quer complicar-se que se complique”, frisou.

O titular da pasta do Ministério do Interior e da Ordem Pública informou que ninguém receberá sem, no entanto, trabalhar.

Desfiou o Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo Monteiro, a convocar todos antigos responsáveis daquela instituição para voltarem ao ministério para trabalhar, deixando de participar nas tentativas de golpes de estado.

“Tudo o que estou a falar aqui tenho provas disso. Quem sabe daqui a 20 anos posso ser chamado para justificar no tribunal o que estou a dizer agora. Como é possível um brigadeiro general e um capitão ficarem em casa para entrar em contacto com os políticos, andar nos quartéis para mobilizar as pessoas para fazer golpe de estado. Isso acabou, toda gente a partir de agora deve apresentar-se cada dia no Ministério do Interior. Quem não quer pode entregar a farda, porque não é normal continuarmos a ter nas estruturas militares ou nas forças de segurança pessoas que ainda pensam dessa forma, colaborar com os políticos para complicar o país”, sublinhou.

Botche Candé assegurou que nenhum elemento da Guarda Nacional e da Polícia da Ordem Pública deve comparar a atuação do Ministério do Interior com as outras instituições do estado civil, por não terem a mesma missão.

Acrescentou que o Ministério do Interior não pode ter 5 mil agentes integrados no ministério e ficarem sem funções ou lugares para trabalharem, mas recebem dinheiro do Estado.

“Isso não pode continuar e toda gente deve trabalhar para garantir segurança ao povo guineense, que tanto precisa”, afirmou.

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb.

O Presidente da República, chegou ao Burundi para uma visita de Estado. À chegada, foi recebido com honras militares e calorosas boas-vindas.




O PRESÍDIO DO PRS REÚNE ESTA MANHÃ COM OS ÓRGÃOS DO PARTIDO E RESPONSÁVEIS DE ESTRUTURAS REGIONAIS PARA SE DEBRUÇAR SOBRE O ACORDO DE PARÍS, ASSINADO ESTE FIM DE SEMANA ENTRE AS DUAS COLIGAÇÕES: API-CABAZ GARANDI E PAI-TERRA RANKA.

 

Conferência de imprensa dos Familiares do ativista Alexandre da Costa que foi sequestrado desde o dia 16 de abril de 2025, no ministério do interior - Data: 29.04.2025

domingo, 27 de abril de 2025

«Ainda não há reconciliação/fumo branco no Madem-G15!» "A única coisa, que o Braima Camara, não abrirá a mão, é a liderança do Madem-G15", diz o Bá do Povo — Enquanto o José Carlos Macedo Monteiro, disse que, "a única Coordenadora que o Partido tem, é a Sra. Adja Satu Camará Pinto".

   

ESCOLA BETEL DE CACINE REALIZA CONCURSO DE LEITURA INTITULADO "AMÍLCAR LOPES CABRAL"

 

A Escola Betel de Cacine, situada na Região de Tombali, sul da Guiné-Bissau, está a promover a primeira edição do Concurso de Leitura intitulado "Amílcar Lopes Cabral", com o objetivo de incentivar o gosto pela leitura entre os alunos do 1.º ao 12.º ano, num país com elevados índices de analfabetismo e onde o nível de paixão pela leitura é ainda muito reduzido.

A final do concurso está marcada para o dia 29 de maio e contará com a presença dos pais e encarregados de educação, num momento de celebração do empenho e do talento dos estudantes.

Na primeira eliminatória, realizada nas turmas, participaram cinco alunos de cada turma. Posteriormente, na segunda eliminatória, que teve lugar no sábado, 26 de abril, foram apurados dois alunos por turma para disputarem a grande final.

A realização deste concurso acontece num momento em que cresce a preocupação das organizações juvenis e da sociedade civil do país face ao aumento dos casos de delinquência juvenil, do abandono escolar motivado pela campanha de comercialização da castanha de caju e de fenómenos de desvio social.
Com esta iniciativa, a Escola Betel de Cacine reforça o seu compromisso com a formação educativa e cultural das crianças, adolescentes e jovens da Região de Tombali.

RSM, 26/04/25




DELEGAÇÃO DA FFGB VISITA ESTÁDIO REI PELÉ NA REGIÃO DE BAFATÁ

A delegação da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, chefiada pelo seu Presidente, Carlos Alberto Mendes Teixeira, efetuou ontem, sábado, 26 de abril, uma visita ao Estádio Rei Pelé, na cidade de Bafatá, com o objetivo de acompanhar e inteirar-se dos trabalhos finais recomendados pela última missão de inspeção da FIFA, visando a conclusão das obras do referido estádio. A visita também serviu para apresentar o novo diretor do Estádio Rei Pelé, Alassana Djaló, que será responsável pela manutenção do estádio em todas as áreas, durante o período determinado, conforme as orientações da FIFA, tendo em conta o investimento feito no local, financiado pela FIFA através de um projeto concebido pela Federação de Futebol da Guiné-Bissau.

A comitiva da Federação de Futebol foi acompanhada, nesta deslocação à região de Bafatá, por um dos antigos dirigentes do Sporting Clube de Bafatá, Papa Sambu.
Após verificarem o andamento das obras, os dirigentes da Federação manifestaram uma boa impressão quanto à evolução dos trabalhos para o cumprimento das recomendações deixadas pela equipa de inspeção da FIFA no Estádio Rei Pelé.















Braima Camará: Entre a Crítica e a Visão de Futuro

 

Na política guineense, poucos nomes suscitam tantos debates, paixões e polarizações como o de Braima Camará, também conhecido como Bá di Povo. No entanto, o que muitos parecem esquecer – ou talvez ignoram por conveniência – é que lideranças verdadeiramente transformadoras não se moldam às opiniões voláteis da multidão, nem aos humores das redes sociais.

Braima Camará é um político de grande dimensão. Flexível, pragmático e visionário, é alguém que não se submete facilmente às opiniões externas à sua estrutura de consultas e reflexão. Contrariamente ao que muitos pensam, ele não decide de forma radical ou solitária. Suas decisões, ainda que firmes, resultam de um processo estratégico baseado em escuta, análise e projeção de longo prazo.
A recente decisão do Coordenador Nacional do MADEM-G15 tem gerado reações diversas. Acompanhei atentamente as vozes críticas que se levantaram nas últimas semanas e, com base nisso, chego a uma conclusão: a opinião pública está claramente dividida entre os que compreendem a lógica estratégica da decisão e os que a rejeitam por razões ideológicas, emocionais ou conjunturais.
Respeito todas essas opiniões – a pluralidade é saudável e faz parte do jogo democrático. No entanto, é preciso reconhecer uma verdade incontornável: nem todos possuem a capacidade de ver o futuro e projetá-lo com clareza. Braima Camará tem essa habilidade rara.
Alguns ativistas e críticos, sobretudo nas plataformas digitais, tentam moldar o debate público com opiniões legítimas, mas nem sempre embasadas na realidade política nacional. Braima Camará, por sua vez, não está – nem deve estar – refém dessas vozes. Ele respeita todas as manifestações enquanto expressão do exercício democrático, mas decide com base no interesse coletivo e nos valores supremos da Nação, não para agradar ou responder aos impulsos digitais.
Muitos esquecem o percurso de luta e resiliência que fez de Braima Camará o que ele é hoje. Houve um tempo em que poucos acreditavam na sua visão; foi rotulado de sonhador, de louco, de outsider. No entanto, ele desafiou o sistema político burocrático e conservador da época, abrindo caminho para uma nova geração de pensamento político mais dinâmico e conectado com o povo.
Hoje, mesmo sem ter atingido todos os objetivos a 100%, podemos afirmar com segurança: valeu a pena acreditar. E vale a pena continuar a acreditar. Braima Camará não é apenas um "animal político", como se diz no jargão popular; ele é uma mente estratégica, capaz de encontrar soluções viáveis mesmo nos momentos mais difíceis, quando outros já perderam a esperança.
É preciso, portanto, moderar o radicalismo precoce com que alguns observam os seus últimos passos, sobretudo no contexto da tão debatida “reconstrução interna” do MADEM-G15. O tempo mostrará que essas decisões têm por base um projeto de médio e longo prazo, centrado na estabilidade, na união e no fortalecimento institucional do partido.
Aos que têm dúvidas, proponho o exercício da paciência e da observação crítica. Vamos dar o benefício da dúvida àquele que tem, repetidamente, provado ser uma peça-chave na política nacional.
A política é uma construção de narrativas, mas também de coragem. E é justamente isso que incomoda os adversários: Braima Camará não é manipulável, não é frágil e não é previsível. Ele representa uma ameaça real ao sistema tradicional, razão pela qual tantos tentam diminuir o seu protagonismo.
CONSIDJU PÁ MILITANTES I ATIVISTAS DE MADEM-G15. @destacar:
1. "A banalização das declarações de um líder no seu próprio campo enfraquece sua autoridade, gera confusão interna, alimenta divisões e compromete a credibilidade do projeto político que lidera."
2. "Quando as declarações de um líder são banalizadas dentro do seu próprio campo, o efeito imediato é a erosão da autoridade, a fragmentação da base de apoio e a perda de direção estratégica."
3. "Quem banaliza a voz do seu líder cava a própria desunião e abre espaço para o fracasso coletivo."
4. "Nenhum projeto político se sustenta quando a palavra do seu líder é tratada com indiferença ou desconfiança interna."
5. "Respeitar a palavra do líder é proteger a nossa força. Banalizá-la é entregar a vitória aos adversários."
6. "Braima Camará não é apenas um líder — é a força que garante a nossa unidade. Respeitar a sua palavra é garantir o futuro do MADEM-G15."
7. "Bá di Povo guiou-nos até aqui contra todas as dificuldades. Quem banaliza a sua liderança esquece o quanto custou construir este caminho."
8. "Dividir-se diante das orientações de Braima Camará é oferecer de bandeja a vitória aos nossos adversários. O nosso dever é unir, não enfraquecer."
9. "Braima Camará é nossa bússola. Quem não respeita a bússola perde o caminho."
Não entreguemos, de bandeja, vantagem aos nossos adversários. Eles nunca quiseram – e nunca quiserão – ver Braima Camará como protagonista político. Mas o tempo, mais uma vez, será o melhor juiz.

Por: [ADP_Pseudônimo]

Direção-Geral da Cultura anuncia a realização da quarta conferência da cultura, no mês de maio próximo.

O anúncio foi feito, esta sexta-feira (25.04) pelo diretor de gabinete de Artes e Espetáculos, no lançamento da agência Bidera Sound.
Por CFM
Data: 25.04.2025

Com duração de dois dias termina a formação sobre Inteligência Artificial (IA), promovido pela Administração do grupo CTD Bissau.

 

Radio TV Bantaba

Oposição exige, em Paris, reposição da “normalidade constitucional” na Guiné-Bissau

A coligação PAI Terra Ranka, liderada por Domingos Simões Pereira, e a coligação API-Cabas Garandi, coordenada por Nuno Nabiam, estiveram reunidas, este fim-de-semana, em Paris. No final, Domingos Simões Pereira resumiu à RFI que do encontro sai “a determinação de todos esses partidos, em conjunto, trabalharem para a reposição da normalidade constitucional” e admitiu “uma estratégia conjunta visando as eleições legislativa e presidencial” na Guiné-Bissau.

A oposição a Umaro Sissoco Embaló reuniu-se em Paris para atrair a atenção da comunidade internacional para o que se passa na Guiné-Bissau. No final do encontro dos líderes dos partidos que integram as coligações PAI Terra Ranka eAPI-Cabas Garandi, Domingos Simões Pereira resumiu que o objectivo é “exigir a reposição” constitucional e “unir forças”contra o que descreveu como “intenção de implantação da ditadura”.

“Em face dos últimos desenvolvimentos no país que, em certa medida, questionavam o posicionamento dos vários partidos políticos congregados nas coligações PAI-Terra Ranka e API-Cabas Garandi, nós entendemos que era importante congregar os líderes dos principais partidos políticos. Primeiro, para reafirmar a sua adesão e o seu alinhamento com o respeito da ordem constitucional e, portanto, exigir a reposição, mas, sobretudo, para unir as forças no combate dessa intenção de implantação da ditadura”, explicou.

Domingos Simões Pereira, líder da coligação PAI Terra Ranka, presidente do PAIGC e presidente da Assembleia Nacional Popular deposta por Umaro Sissoco Embaló, acusou Umaro Sissoco Embaló de “pôr em causa a própria paz e a estabilidade internas” e disse que se chegou “a um ponto onde o desrespeito pela ordem constitucional e a instrumentalização das Forças Armadas para a sua intervenção no jogo político é mais do que evidente”. Sublinhou, também, que se assiste “ao sequestro dos órgãos de soberania, como o Supremo Tribunal de Justiça, a Assembleia Nacional Popular, a própria Comissão Nacional de Eleições e, mais recentemente, intervenções directas da milícia do Umaro Sissoco Embaló no sentido do sequestro dos partidos políticos”.

“Portanto, todos os líderes políticos aqui reunidos reconhecem que Embaló, de forma explícita, põe em causa a própria paz e a estabilidade internas. É preciso chamar-lhe à razão, é preciso alertar os parceiros internacionais para os grandes riscos que pairam sobre a situação interna do país, mas, sobretudo, sai daqui a determinação de todos esses partidos, em conjunto, trabalharem para a reposição da normalidade constitucional”, declarou.

Domingos Simões Pereira acrescentou que foi estabelecido um “plano de acções” que contempla, nomeadamente, “a sensibilização da comunidade internacional e da opinião pública, tanto nacional como internacional”, assim como pedir um “esclarecimento da CEDEAO” sobre a não publicação do relatório da última missão na Guiné-Bissau quando foi obrigada por Embaló a deixar o país. Outro ponto é “garantir que o povo recupere o direito de reunião e de manifestação” e alertar as Forças Armadas e as Forças de Defesa e Segurança para “a necessidade de assegurar a neutralidade”.

“A nível interno, nós entendemos que aquilo que o Umaro Sissoco Embaló tem feito é de extrema gravidade e que tem a ver com a instrumentalização das forças de defesa e segurança. Todos os partidos aqui congregados assumem a determinação de trabalhar, de contactar as próprias lideranças dessas entidades, alertando-os para a inconstitucionalidade de alguns posicionamentos e a necessidade de assegurar a neutralidade das Forças Armadas e das Forças de Defesa e Segurança em relação a todo o processo político da Guiné-Bissau”, acrescentou.

Questionado sobre se continua a contestar a data estabelecida por Umaro Sissoco Embaló para as próximas eleições gerais, 24 de Novembro, ou se a oposição vai trabalhar para essa meta, Simões Pereira limitou-se a responder que sai do Manifesto de Paris a “determinação de continuar a exigir que haja uma data consensual para a realização dessas eleições”.

“Sai deste manifesto a nossa determinação de continuar a exigir que haja uma data consensual para a realização dessas eleições. Mas, mais importante ainda, que as instituições sejam repostas, e que sejam instituições democráticas, por forma a poderem assegurar a transparência e a clareza desse processo. Fá-lo-emos mais uma vez, nas três dimensões, não só através da pressão internacional, mas também através da conscientização do povo guineense e de outras entidades que têm a vocação de garantir a paz e tranquilidade para que esse exercício possa ser realmente equilibrado”, afirmou.

Domingos Simões Pereira admitiu, ainda, “uma estratégia conjunta visando as eleições legislativa e presidencial” dos partidos reunidos em Paris.

“O mais importante que sai [de Paris] é a reposição e a reconfirmação da disponibilidade dos partidos aqui representados em trabalharem em conjunto e, portanto, isso inclui a reposição dos órgãos de soberania para que possam garantir a transparência de todo o processo. Isso inclui a sensibilização e a informação da comunidade internacional, que tem a vocação de nos acompanhar. Isso inclui a união de esforços a nível interno, não só para a sensibilização do povo eleitor e, nessa perspectiva, ter uma estratégia conjunta visando as eleições legislativa e presidencial, mas também tem a ver com apoiar a sociedade castrense, particularmente o sector de defesa e segurança, a manter-se uma entidade neutra em relação a esse jogo político”, continuou.

Confrontado com as declarações, a 24 de Abril, do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, Biague Na Ntan, que avisou que qualquer pessoa apanhada com uma arma na mão nas ruas do país a perturbar ou a mobilizar militares para golpe de Estado, “será eliminada”, Domingos Simões Pereira denunciou que “essa é a expressão cabal da instrumentalização que o Estado Maior das Forças Armadas está a ser sujeito”.

“Eu penso que essa é a expressão cabal dessa instrumentalização que essa entidade tão importante como é o Estado Maior das Forças Armadas está a ser sujeita. Por isso é importante esta união de forças para alertar o próprio Chefe de Estado Maior e o conjunto da sociedade castrense para a gravidade desse acto. A sociedade castrense não é parte do jogo político e é importante esclarecer que a sua vocação não é a protecção do Umaro Sissoco Embaló ou do ex-Presidente da República. A vocação desta entidade é garantir a soberania nacional e fazem parte da soberania, para além do Presidente da República - quando em situação de legalidade - outros órgãos que também devem merecer essa garantia, esse quadro de funcionalidade. Portanto, todos em conjunto, iremos trabalhar no sentido de ajudar a uns e a outros, compreendermos todos qual é o papel de cada um neste processo para que este processo possa realmente garantir a paz, a tranquilidade e o exercício pleno das liberdades que nos assistem”, concluiu.

Por: Carina Branco
Conosaba/rfi.fr/pt/pr