Maputo - Vinte e três membros da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, detidos na província de Inhambane por posse ilegal de armas de fogo, foram quinta-feira libertados, informou a polícia, citada pela agência de notícias moçambicana AIM.
A libertação deste grupo decorre da publicação no Boletim da República, no início da semana, da Lei da Amnistia, um dos pilares do acordo entre a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) e o Governo para o fim da crise política e militar que assola o país há um ano e meio.
O chefe de departamento das relações públicas do Comando Provincial da Polícia moçambicana (PRM) em Inhambane, Juma Amad, disse que uma parte deste grupo foi detida em 2013 e a restante durante este ano e que, a partir de hoje, os 23 homens podem voltar para as suas províncias de origem.
"São cidadãos oriundos das províncias de Manica e Zambézia (centro de Moçambique), Maputo (sul) e Nampula (norte). Na altura da sua detenção estavam na posse de 15 armas do tipo AKM e 2.842 munições que foram apreendidas pela polícia", disse Juma Amad.
Também ao abrigo da Lei da Amnistia, na terça-feira foi libertado o porta-voz da Renamo, António Muchanga, que se encontrava detido na cadeia de alta segurança de Maputo desde 07 de Julho por incitação à violência.
Muchanga foi preso à saída do Conselho de Estado, que momentos antes lhe retirara a imunidade de que beneficiava na qualidade de conselheiro indicado pela Renamo.
O Governo e o maior partido de oposição já chegaram a acordo para o fim das hostilidades em Moçambique, mas persistem incertezas sobre o formato da assinatura do entendimento.
O Presidente da República, Armando Guebuza, insiste num encontro em Maputo ao mais alto nível com o líder da Renamo, mas Afonso Dhlakama recusa-se a sair do seu esconderijo, algures na Gorongosa, centro do país, sem a formalização de um cessar-fogo, tendo mandato os negociadores do seu partido em Maputo para subscrever o acordo em seu nome.
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