Representante Especial da ONU na Guiné-Bissau Miguel Trovoada (esq.) acompanhado do seu adjunto Marco Carmignani
As Nações Unidas saúdam a determinação das novas autoridades da Guiné-Bissau empenhadas em mudar a situação em que o país esteve mergulhado nos últimos anos.
O novo Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, está satisfeito com o que viu e ouviu das novas autoridades de Bissau, após uma maratona de reuniões com Presidente da Republica, José Mário Vaz, o líder do Parlamento, Cipriano Cassamá, com as ministras da Justiça, Carmelina Pires e da Defesa, Cadi Seidi, bem como com o titular da pasta da Administração Interna, Botche Candé.
"Existe vontade de mudança"
De todos estes responsáveis com os quais já se reuniu, o Representante Especial do Secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau afirma ter recebido indicações de "empenho e compromisso para com a causa do país" e em todos eles tem notado a vontade de mudança.
Segundo Trovoada, nos encontros mantidos ouviu “uma mensagem de determinação em fazer o melhor para romper com certas práticas do passado que não permitiram a promoção do desenvolvimento no país”. O antigo primeiro-ministro e ex- Presidente de São Tomé e Príncipe afirma ter encontrado “essa determinação nas conversas com todas as autoridades guineenses, mas também no cidadão comum”.
Miguel Trovoada, que chegou a Bissau na semana passada, tem, desde então, mantido diversos contatos de trabalho com as autoridades guineenses a vários níveis.
Para o representante da ONU, o trabalho de todos os guineenses deve ser feito no sentido de tornar realidade "o sonho" de transformar a Guiné-Bissau. “As pessoas têm-me dito que estão cansadas por não terem conseguido realizar até agora aquele sonho... o sonho de Amílcar Cabral, que é também o sonho dos combatentes da liberdade: fazer da Guiné-Bissau um canto de sossego e tranquilidade”.
Guiné-Bissau necessita urgentemente de ajuda
Já nesta quarta-feira (27.08), o representante da União Africana (UA) em Bissau, Ovídio Pequeno, defendeu a realização de uma missão conjunta de organizações internacionais para aquele país lusófono que considera necessitar de ajuda urgente.
Ovídio Pequeno, Representante da União Africana na Guiné-Bissau
Ao anunciar para breve a ida da missão à Guiné-Bissau (08 a 11.08), Ovídio Pequeno acrescentou que “a terceira missão dos parceiros internacionais, nomeadamente a CPLP, CEDEAO, UE, ONU e também a Organização Internacional da Francofonia, desloca-se a Bissau para juntamente com as autoridades guineenses analisarem os programas possíveis, a curto, médio e longo prazos”.
A missão deverá ter como objectivo analisar com o novo Governo de Bissau as prioridades urgentes e perspectivar a preparação da conferência internacional de doadores, prevista ainda para o corrente ano.
45 guineenses presos suspeitos de imigração ilegal
Enquanto isso, a notícia que deixou Bissau em choque foi a detenção de 45 imigrantes ilegais guineenses em Espanha. Os clandestinos teriam sido aliciados por uma rede que os teria levado para o Senegal, Mauritânia e Marrocos tendo seguido de barco para Melilla.
Num contacto com a imprensa, o secretário de Estado guineense das comunidades manifestou a sua preocupação com o caso. Idelfrides Fernandes prometeu apoiar os cidadãos em causa, ao tentar apurar o que na realidade aconteceu. Para tal, está em contacto com as embaixadas da Guiiné-Bissau em Espanha e em Marrocos, não sendo de excluir a intervenção também da embaixada em Portugal.
Idelfrides Fernandes aproveitou para lançar novamente um apelo aos guineenses no sentido de os desencorajar a emigrarem ilegalmente: “Apelamos para que se evite a emigração clandestina. As pessoas correm perigos incalculávies, passando 45 dias debaixo de sol, vento e muitas outras situações e não conseguem chegar ao local pretendido. Para além disso, perdem muito dinheiro e muitas dessas pessoas perdem até a própria vida. Isso é algo muito preocupante para o governo da Guiné-Bissau.”
45 cidadãos da Guiné-Bissau estariam detidos no enclave espanhol de Melilla, no norte de África, por suspeita de tentativa de imigração ilegal.
dw.de
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Se realmente essa situação preocupa o Governo da Guiné-Bissau como disse Idelfrides, será que esses apelos repetidos resolvem o problema?
ResponderEliminarAo meu ver a resolução ou minimizarão do problema passa pela criação de centros de formação técnico profissionais e emprego para jovens.