sábado, 1 de janeiro de 2022

UM BOM ANO!

 

Fazer o balanço ou a avaliação do que foi o ano de 2021 para a Guine Bissau, é o exercício que todo o cidadão deve fazer para poder assim afastar-se daquilo que foi ruim e melhorar lo que de bom se verificou ao longo dos 365 dias.

Apesar de todas as guerrinhas politicas que são próprias de uma democracia, na sua fase de maturação, no geral, a Guiné-Bissau registou algum progresso e, em certos aspectos, como no capítulo dos direitos humanos, alguns comportamentos das forcas de defesa e segurança não foram dos mais desejáveis.

Analisando separadamente os órgãos de soberania, chegamos a esta conclusão:

1.- Presidente da republica

O Presidente da Republica que esta no seu segundo ano de mandato e que continua a ser contestado pelo seu principal challenger, o presidente do PAIGC e ex-candidato a segunda volta da presidencial de 2019, comporta-se como se o sistema politico da Guiné-Bissau fosse presidencialista, no qual o chefe de estado nos termos da Constituição, e investido de largos poderes executivos, usando e abusando, de forma impune, por beneficiar da cumplicidade do maior numero de deputados, que constituem o núcleo que apoia o governo, núcleo esse constituído de forma atípica.

Não obstante, o Presidente da Republica tem-se redobrado em esforços através de uma diplomacia “tout azimute”, para relançar a imagem da Guiné-Bissau no exterior, aposta que ganhou, pois a pátria de Cabral esta a ser agora vista de forma que orgulha a maior parte dos Guineenses, no pais e na diáspora.

Espera-se que o ano de 2022 seja aquele em que o Presidente da Republica vai corrigir o tiro, comportando-se como um Chefe de Estado e não um show off, pois esse cargo exige do seu detentor a humildade, sapiência e sobretudo o sentido de Estado, atributos que infelizmente não se notaram do BIG BOSS, no ano que findou, se calhar por nunca ter sonhado chegar la. 

Compreende-se contudo que ele esteja no período de aprendizagem, pois é no exercício que se adquire o “calo”, para melhor desempenhar o cargo.

2.- Assembleia Nacional Popular (Parlamento)

O Parlamento, apesar de todas as contrariedades, esta de parabéns, pois conseguiu desempenhar o seu papel razoavelmente, de início com cetra timidez mas que fechou o ano com a chave de ouro, não se tendo deixado espezinhar pelo Presidente da Republica. Dai tirar-se o chapéu ao Speaker!

Convém frisar que os deputados se esforçaram muito, mas o comportamento de alguns deixou muito a desejar, pois no Parlamento o que se deve fazer e, uma vez identificadas as situações que vão contra os interesses do povo, apresentar propostas, debate-las e o proponente convencer os demais colegas para a sua aprovação e consequente implementação, uma vez traduzida em lei.

Mas, infelizmente na maior parte dos casos, alguns deputados foram para além daquilo que são os seus deveres, porque em vez de irem ao encontro daquilo que o povo deles espera, passaram o tempo o digladiarem-se verbalmente, indo ate ao extremo, sem terem em conta a ética e a moral. 

Os insultos, raini-raini, calunia, djidiundadi e outras atitudes próximas disso, não contribuem a melhorar a imagem do Parlamento e viola todos os princípios de boa convivência civilizada.

Espera-se do Speaker que em 2022 venha a ser mais exigente para com os deputados e usar os meios que o Regimento e outras leis lhe conferem para pôr as coisas em ordem, para, se necessário for, expulsar do hemiciclo qualquer deputado que enverede pelo caminho dos insultos e de outros comportamentos indignos de um Parlamento constituído em plena luta armada de libertação nacional, quando ainda alguma partilha da então Guine Portuguesa estava sob o controlo das forças de ocupação.

É bom que o deputado que insulta, tenha em mente de que aquele a quem o insulto é dirigido tem a família e responsabilidades na sociedade. 

3.- Governo

O Governo liderado pelo PM Nuno Gomes Nabian tem feito algumas realizações mas pecou no aspecto social, pois virou as costas ao diálogo e as consequências foram aquilo que assistimos ao longo ano.

O que mais se destaca neste Governo e o “train de vie” de alguns dos seus membros que em vez de servirem serviram-se do Estado para resolver os seus problemas pessoais e dos familiares.

O Primeiro-ministro apesar dos esforços, esteve um pouco tímido no exercício do cargo porque devia ter travado as investidas do Presidente da Republica, de forma diplomática para que fosse considerado de facto um Primeiro-ministro e chefe de governo. 

O Presidente da Republica quando era Primeiro-ministro e Chefe de Governo, no exercício do cargo assim se comportava, como verdadeiro Primeiro-ministro e Chefe de Governo, e por isso ele não tem razão nenhuma de colocar obstáculos a frente do Nuno Nabian. Ou o Nuno quis preservar o “tacho” simplesmente, ou não tinha a coragem de enfrentar a fera com todo o arsenal de que dispunha. Cobardia demais, ou servilismo?

Para que o Presidente da Republica seja visto como tal, apesar da sua posse ter sido da forma como foi, sem esperar que se esgotasse o processo no STJ (coisa que já pertence ao passado), bem como os deputados, para dignificarem o parlamento, apesar dessa maioria ter sido imposta, sem obediência ao previsto nas leis, devem mudar de paradigma. 

O ano de 2022 deve ser o da reconciliação de todos os actores políticos, a começar pelo BA di Povo  DSP,  Baciro Dja ( Dja pulo),  os “GOLDEN BOYS” politicamente falando. O resto é acessório, pois esses dois e que dividem o eleitorado Guineense e são fundamentais para que os Guineenses voltem a sonhar e se reconciliem.

Há-de aparecer Guineenses de boa vontade, despidos de todos os preconceitos, capazes de reconciliar politicamente estas duas personalidades políticas, porque afinal, aquilo que os une é de longe superior àquilo que os divide. 

São irmãos, são arvores do mesmo tronco, dai a razão porque no próximo Congresso do PAIGC espera-se que sejam tomadas decisões  que ponham tábua rasa as sanções e restabeleça os direitos aos que  os perderam na sequencia das castigos que lhes foram  estatutariamente infligidos, com vista a un nouveau depart.

Também se espera que essa “bagunçada”, de “girangonsada ou gringundadai, que não passa de decisão de tacho, sem nenhuma agenda precisa, termine pá uturs para bai di boleia, porque a

Governação é uma coisa seria e é incompatível com comunitarismos ou tabanquismos, roubalheiras, és cusas di ervas daninhas.

Se o poder não e devolvido ao partido que legitimamente o conquistou nas urnas, a 10 de Marco de 2019, então que seja permitido ao  MADEM G15 indicar o PM, pois o actual perdeu toda a legitimidade, e  seria um insulto à consciência colectiva continuar com um PM que no  universo de 100 kg só pesa um kg.

Exonerar esse PM seria um grande serviço que o PR estaria a prestar a este martirizado povo, pois a sua gestão a frente do Governo, no geral, foi catastrófica, apesar de algum avanço nalguns sectores.

Este é o ano em que os Guineenses devem ter a coragem, não de  fazer guerra ou entrar em acções subversivas, mas sim, olharem-se  olhos nos olhos, e dizer “right”, a verdade nua e cria, na observância  do principio do respeito e da civilidade e na defesa do interesse  colectivo. 

Por isso, time Is Money, e temos que passar para a velocidade superior, “mettre l’homme a la place qu’il faut”. 

O médico deve ser indicado a frente do Ministério da Saúde, o Agrónomo a frente do ministério da agricultura, o jurista a frente do ministério da justiça. 

Veja-se por exemplo o caso do tio Sandji Fati. Quem e que vai questionar -se aquela camisa serve ao Sandji? E isso que se quer, uma governação que tenha em conta a área de formação. O mesmo se pode dizer em relação ao Viriato Cassama, a frente do Ministério do Ambiente, e do Ilídio vieira té, a frente do tesouro.

Há muitas formas de premiar ou recompensar o “bom serviço prestado”, outros ate sujos, mas não e através de nomeações a cargos que requerem tecnicidade para a melhor compreensão da complexidade do sector. 

Deixemos de premiar a mediocridade, em detrimento do  meritocracia, porque é o pais que perde e não o premiado ou o  premiador.

Já que só faltam dois anos para as próximas legislativas, cada partido deve sair da sua zona de conforto para melhor se organizar e preparar se para os próximos pleitos eleitorais, porque o que assistimos na

Sequência do afastamento abusivo do PAIGC da governação não deve repetir-se, sob pena de estarmos a pôr em causa o jogo democrático.

4.- A Justiça

Esse é o sector que constitui o calcanhar de Aquiles da nossa democracia porque tem sido manipulado de todas as maneiras, e o serviço que tem prestado à sociedade se pode considerar de péssima, porquanto em várias ocasiões tem sido o centro de todos os problemas vividos ao nível politico, nos últimos anos.

Agora, com a eleição da nova direcção a frente do STJ, todos os radares estão voltados para as próximas eleições, se os Venerandos Juízes Conselheiros estarão ao serviço de alguém ou da justiça.

Os sinceros votos de um Ano Novo que favoreça o aproximar dos corações dos Guineenses, que devem privilegiar a defesa do interessa colectivo!

HAPPY NEW YEAR! 

BONNE ANNEE!

FELIZ ANO ANO!

Por: Yanicky Aerton

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