Primeiro-ministro da Guiné-Bissau afirma que concorda com remodelação do Governo
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, afirmou hoje estar de acordo com a remodelação do Governo apesar de alguns "desentendimento" e "má interpretação", que foram ultrapassados.
"Estão ultrapassadas as questões fundamentais. Houve algum desentendimento ou má interpretação, mas acabámos de ultrapassar aquilo que podia ser um problema e concordamos e agora é trabalhar para o bem do país", disse Nuno Gomes Nabiam.
O primeiro-ministro guineense falava aos jornalistas após a tomada de posse dos novos membros do Governo, depois de anunciada na quarta-feira uma remodelação governamental pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que mereceu críticas de dois dos três partidos que compõem a coligação no poder.
Nas declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro insistiu que as relações com o Presidente "estão boas".
"É normal que haja algum desentendimento porque isto é um processo e cada um de nós às vezes tem uma visão própria, mas isso é com diálogo que se resolve", salientou.
Questionado sobre se estava de acordo com a remodelação governamental, Nuno Gomes Nabiam disse estar de acordo.
"Estou cá, é porque estou de acordo. Portanto, está tudo em ordem", concluiu.
O Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, é constituído por elementos do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) e Partido de Renovação Social.
Num comunicado, divulgado na quinta-feira, a APU-PDGB, liderada pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, afirmou que a iniciativa de remodelação governamental não partiu do chefe do Governo.
"Informa-se a opinião pública nacional e internacional e os partidos políticos parceiros da coligação que a iniciativa de remodelação governamental não partiu de Sua excelência engenheiro Nuno Gomes Nabiam, primeiro-ministro", pode ler-se no comunicado de cinco pontos da APU-PDGB.
No comunicado, o partido refere que foi "apanhado de surpresa pelo decreto presidencial de mais uma remodelação governamental" e que "não abdica das suas conquistas democráticas no âmbito do atual Governo de coligação".
Numa carta enviada ao primeiro-ministro, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) referiu que não se devia avançar com a referida remodelação sem antes convocar a cimeira de líderes dos partidos que compõem a coligação, para analisar as propostas do chefe do Governo.
O Madem-G15 disse também que todas as propostas de remodelação devem ser feitas no quadro da aliança, "porque fora da esfera deste quadro não será caucionada" pelo partido e, "consequentemente, não terá o respaldo parlamentar desta formação política na Assembleia Nacional Popular".
Sobre este assunto, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, aconselhou os partidos a preparem-se melhor para as próximas eleições para saírem vencedores e formarem Governo.
"Nós, antes de realizarmos as eleições presidenciais, houve legislativas, mas quem é que saiu vencedor? Não foi o PAIGC. Este Governo resultou de um consenso com o Presidente da República. Aos outros partidos o que posso aconselhar é para se preparem melhor para as próximas legislativas para poderem ganhar e assim podem reclamar", afirmou o Presidente, à margem da tomada de posse.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário