A clínica “Bernardo Mário Catchura” foi inaugurada na tarde de sábado, 29 de janeiro de 2022, no bairro de Antula, em Bissau. Uma iniciativa privada de “amigos-irmãos” dirigida pelo jurista e músico, Lesmes Monteiro, em homenagem ao malogrado jurista, músico e ativista social, Bernardo Mário Catchura falecido a 29 de janeiro de 2021, vítima de doença numa clínica privada.
O aniversário do desaparecimento físico do jurista e músico foi celebrado com várias iniciativas, levadas a cabo pela associação de filhos de Suzana (AOFAS) e pelo agrupamento musical “Cientista Realista” do qual o malogrado fazia parte: palestra sobre a vida e obra do malogrado, conferência de imprensa para exigir responsabilidade ao Estado no sentido de criar as condições técnicas para os hospitais e por último a inauguração de uma clínica para atender as pessoas carenciadas, particularmente mulheres e crianças.
O promotor da iniciativa, Lesmes Monteiro, explicou que no ano passado recorreu a um empréstimo a um dos bancos comerciais de Bissau com objetivo de iniciar a construção da sua casa, mas que “do nada surgiu outra ideia de abrir um consultório clínico em homenagem ao irmão Bernardo Catchura”, para ajudar a salvar as vidas das pessoas em dificuldades.
“Perdemos o Bernardo há um ano. Temos a convicção que o Bernardo morreu por negligência médica e parte da responsabilidade dos detentores do poder que têm a missão de garantir a saúde para a população”, disse.
Assegurou que a iniciativa é dele e conta com outra sócia – Nadia Pinhel Sami, radicada no Reino Unido.
Por sua vez, o médico especialista em ginecologia, Abel da Silva explicou na sua intervenção que a clínica vai prestar serviços de ginecologia e obstetrícia, ligadas a grávidas e a mulheres inférteis, também contará com os serviços da medicina interna, pediatria, entre outros.
“O nosso objetivo é trabalhar para merecer a confiança das populações e evitá-las deslocarem-se para Ziguinchor ou Dacar”, contou.
Salienta-se que Bernardo Mário Catchura foi jurista e rapper de intervenção. Liderou o Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, que promoveu várias manifestações de rua contra o então regime político e a má gestão do erário público. O jurista que padecia de uma doença acabou por morrer por alegada falta de assistência médica e de oxigénio no hospital nacional Simão Mendes, o que o obrigou a procurar uma clínica privada onde acabou por falecer.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
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