O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, aconselhou hoje os partidos políticos na coligação no poder a preparem-se para as eleições legislativas, previstas para 2023, na sequência de críticas à remodelação governamental.
"Nós, antes de realizarmos as eleições presidenciais houve legislativas, mas quem é que saiu vencedor? Não foi o PAIGC. Esse Governo resultou de um consenso com o Presidente da República. Aos outros partidos o que posso aconselhar é para se preparem melhor para as próximas legislativas para poderem ganhar e assim podem reclamar", afirmou o Presidente aos jornalistas.
O chefe de Estado falava à imprensa na cerimónia de posse dos novos membros do Governo, após anunciar uma remodelação governamental na quarta-feira.
"Esta geringonça é feita pelo Presidente da República, de forma que eu desvalorizo essas reivindicações, mas aconselho também os meus amigos do partido Madem (Movimento para a Alternância Democrática) para se prepararem melhor para poderem ganhar as próximas eleições legislativas", disse.
Num comunicado, divulgado na quinta-feira, a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderada pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, afirmou que a iniciativa de remodelação governamental não partiu do chefe do Governo.
"Informa-se a opinião pública nacional e internacional e os partidos políticos parceiros da coligação que a iniciativa de remodelação governamental não partiu de Sua execelência engenheiro Nuno Gomes Nabiam, primeiro-ministro", pode ler-se no comunicado de cinco pontos da APU-PDGB.
No comunicado, o partido refere que foi "apanhado de surpresa pelo decreto presidencial de mais uma remodelação governamental" e que "não abdica das suas conquistas democráticas no âmbito do atual Governo de coligação".
Numa carta enviada ao primeiro-ministro, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) referiu que não se devia avançar com a referida remodelação sem antes convocar a cimeira de líderes dos partidos que compõem a coligação, para analisar as propostas do chefe do Governo.
O Madem-G15 disse também que todas as propostas de remodelação devem ser feitas no quadro da aliança "porque fora da esfera deste quadro não será caucionada" pelo partido e "consequentemente não terá o respaldo parlamentar desta formação política na Assembleia Nacional Popular".
Além da APU-PDGB e do Madem-G15, a aliança no Governo integra também o Partido de Renovação Social.
A nova orgânica do Governo da Guiné-Bissau passa a ter 22 ministérios e nove secretarias de Estado.
Conosaba/Lusa
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