sábado, 15 de janeiro de 2022

Autoridades de Pesca prometem abastecimento regular de peixe no mercado

 

Os diretores-gerais da Pesca Artesanal e do Centro de Investigação Pesqueira Aplicada (CIPA) garantiram abastecer o mercado com pescado nos próximos tempos. As garantias foram dadas durante uma entrevista conjunta concedida aos órgãos de comunicação social públicos.

O diretor-geral da Pesca Arsenal, Inluta Incom, reconheceu que os pescadores devem ser apoiados, sobretudo os de Arquipélago dos Bijagós.
Incom esclareceu que a subida do preço do pescado tem a ver com a circunstância atual do país e do mundo que está confrontado com a situação da pandemia e a Guiné-Bissau não foge à regra.
“Todos os produtos alimentares também subiram o preço, os pescadores para fazerem as suas atividades têm que comprar esses produtos da primeira necessidade, com esses preços que estão aumentando e, também, eles não beneficiam da subvenção do combustível. Por isso, somando todos estes ingredientes então vai implicando automaticamente a subida do preço do pescado no mercado.
Sobre stock, disse que é um departamento específico que ocupa esta área que é a direção-geral da Pesca Artesanal, através da direção de Serviço de Indústria e Mercado, que é responsável pelo seguimento da descarga e de stock do pescado. A direção da pesca artesanal é responsável pela atribuição de licenças, apoio ao pescador e à Associação das Mulheres transformadoras do pescado.
Questionado se o período do repouso biológico não é o factor da subida do preço do pescado no mercado, o responsável afirmou que isso não tem nada a ver com a subida do preço. “É uma mera especulação, porque iniciou-se agora, o período do repouso biológico recomendado cientificamente através do nosso departamento de investigação com o conhecimento do comité cientifico”, explicou.
A autorização às pirogas de pesca enquadra-se no resultado do estudo cientifico, “sabemos que o período da reprodução de peixes da zona costeira e o crescimento em relação ao período da reprodução e crescimento na Zona Económica Exclusiva (ZEE), são diferente porque na zona de Pesca Artesanal tem três grandes rias que têm o seus períodos do repouso biológico já mais do que cinco anos, então acabam de terminar o período do repouso biológico em essas grandes rias, a saber, rios Grande de Buba, Cacheu, Cacine”, disse.
Nessa situação, segundo ele, não vale a apena começar mais um período do repouso naquela zona, porque sabemos em que altura do ano a espécie reproduz na zona.
Aquele responsável, pensou que com o tempo mesmo nesse período biológico, vai ser de acordo com as espécies alvos, porque as reproduções das espécies não é no mesmo mês, só que a taxa da reprodução segundo estudos que orientaram o período de repouso em Janeiro, a taxa da reprodução é mais representativo nesse período. Mas o estudo vai continuar assim que chegar mais conclusões podem ver mais um diferente período da reprodução.
Baseando neste estudo sabem que realmente os peixes e outras espécies, por exemplo florestais, tem estado a diminuir, ou seja, a extinção de muitas espécies, isso se deve a alguns fatores, nomeadamente a pressão sobre a pesca, porque há muita demanda e tem também demografia e a necessidade da população se alimentar.

Por isso, há uma pressão e também notamos que o valor do pescado de ponto de vista da nutrição, agora tem mais procura em relação à economia. Outro fator também estamos a confrontar com a situação das mudanças climáticas, e como os peixes se adaptam de acordo com o meio.
Geremias Intchama afirmou que a subida do preço do pescado depende, também, do custo. Se não houver poder de compra é difícil deslocar um navio ao alto mar que custa muito dinheiro. Até neste momento, o Governo não tem o navio que trabalha especificamente para abastecer o mercado.
Por outro lado, torna-se difícil fazer para que os navios pesquem exclusivamente para abastecer o mercado. Vão perder muito, porque para uma pessoa aqui com a condição existente, comprar um camarão igual ao preço do que é vendido a um europeu claro seria difícil. É por isso que eles muitas das vezes preferem vender na Europa.
Mas é por isso também que o Governo tem outras estratégias, que é fazer acordos de pesca com diferentes parceiros, e esse dinheiro é convertido para o cofre do Estado em vez de deixar apenas os guineenses, claro é que não vão ter as condições para explorar os recursos.
Questionado sobre conceito e a vantagem do período repouso biológico, Intchama explicou que é o período durante o qual é vedado à pesca, e tem vantagem, porque vai permitir às espécies recuperar, sobretudo a reprodução e o período de crescimento de certas espécies, assim como vai diminuir aquela pressão da pesca, permitindo que certos indivíduos atingem aquela faixa considerada de recruta.
Quanto ao plano de distribuição do pescado no mercado, resulta do plano da gestão, quando tiveram o resultado da campanha, que vem da disponibilidade de stocks já se torna fácil fazer distribuição das licenças, porque dependem das pescarias.
Geremias Intchama pediu a todos os guineenses no sentido de colaborarem sobretudo, nesse período de repouso biológico, porque é o mecanismo da gestão que estão a utilizar para a recuperação dos peixes, tendo pedido a compreensão e paciência para que não possa haver peixes hoje mas amanhã sim. Disse que estão a trabalhar no sentido de promover uma pesca sustentável, para que no futuro haja mais pescado no mercado.

Adelina Pereira de Barros

Conosaba/jornalnopintcha

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