Bissau, 10 set 2021 (Lusa) – Os técnicos de saúde guineenses que cuidam de doentes de covid-19 suspenderam hoje uma paralisação laboral que vinham observando desde quarta-feira após chegarem a um entendimento com o Governo sobre o pagamento de subsídios, anunciaram em comunicado.
Segundo o documento, os técnicos decidiram suspender a paralisação, na sequência de negociações com o Governo e o Alto-Comissariado contra a covid-19.
De acordo com a nota, o Governo comprometeu-se a repor na totalidade os subsídios dos meses de abril, maio e junho, que, segundo dizem, tinham sido subtraídos no momento do pagamento.
O Governo, representado pelo Ministério das Finanças, também prometeu atualizar e pagar, dentro de uma semana o chamado subsídio de motivação aos técnicos que assistem os doentes de covid-19 no maior centro medico da Guiné-Bissau, Hospital Simão Mendes.
Também se comprometeu a disponibilizar mais equipamentos de proteção individual aos técnicos, bem como material de trabalho e ainda um psicólogo para atender aos profissionais que se afirmam “cada vez mais afetados” com o aumento de casos de infeção e de mortes “de jovens e até pessoas conhecidas” no centro de atendimento.
Os técnicos decidiram suspender a paralisação laboral, mas avisam a população guineense que vão retomá-la “e de forma mais severa” se o Governo não cumprir com o acordado.
O centro de Simão Mendes é o maior de tratamento de pacientes com o novo coronavírus na Guiné-Bissau.
Tem uma capacidade de 37 camas e nas últimas 24 horas tinha internados 13 dos 44 doentes infetados com a covid-19 na Guiné-Bissau.
O país conta ainda com os centros de tratamento de Cumura, nos arredores de Bissau, Mansoa (norte) e Bafatá (leste) todos têm uma capacidade para internar 12 pacientes cada.
A Guiné-Bissau regista um acumulado de 124 mortos devido à covid-19 e 5.958 infetados com o novo coronavírus.
A covid-19 provocou pelo menos 4.602.565 mortes em todo o mundo, entre mais de 223,06 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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