O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, revelou que foi concedido à Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau um dos edifícios da Segurança Social para se instalar. Segundo o chefe de Estado, é um edifício com melhores condições em relação à atual sede onde a Ordem tem funcionado até à decisão da presidência, que ordenou a retirada da Ordem da sua sede, nas imediações da presidência.
O chefe de Estado fez estas revelações esta sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, após o seu regresso de controlo médico a que foi submetido em Dakar, capital de Senegal.
“Foi cedido à Ordem dos Advogados um edifício com melhores condições do que as da sede que não quer devolver. O antigo edifício funcionava como a casa militar, mas se a Ordem quiser continuar a funcionar no centro, pode continuar, mas não nas imediações do Palácio da República. Se a Ordem quiser resistir, devo dizer-vos que a minha segurança é mais importante do que a da Ordem dos Advogados”, afirmou o Presidente da República.
“Sou o primeiro magistrado da Nação, o governo tem toda a obrigação de dar-me todos os meios logísticos. Fiz um ano em exercício como o Presidente da República sem nenhumas condições. Todas essas viaturas são minhas que utilizei na campanha eleitoral. Estou na minha residência privada, mesmo assim recebo ameaças. Penso que é de domínio público, a questão de golpe de Estado de que eu seria morto, os ministros do Interior, da Defesa Nacional e o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, também seriam eliminados. Não há um único dia que não recebo pressões da segurança interna e externa para ir morar no Palácio. Como vou fixar a minha residência lá?!”, questionou.
Sobre os rumores de tentativa ou ameaças de golpe de Estado, o Presidente Embaló confirmou tê-los ouvido também. Contudo, afirmou que: “eu ando sozinho e que continuará a andar sozinho com os vidros do carro baixados e quem tiver contas a ajustar com ele, que o desafie no caminho”.
Questionado sobre as circunstâncias da saída do antigo primeiro-ministro, Aristides Gomes, para tratamento médico no estrangeiro, respondeu que: ” o cidadão Aristides Gomes depois de ter acompanhado a dinâmica da desestabilização… foi se para a sede das Nações Unidas e ninguém lhe obrigou a refugiar-se ali”. Acrescentou que se o antigo chefe do governo tem problemas com a justiça guineense, “não comigo e nem com o governo”.
“Houve a intervenção dos Presidentes do Senegal e da Nigéria, Macky Sall e Muhammadu Buhari, respetivamente. Os dois chefes de Estado do bloco sub-regional defenderam, na altura, que se não havia motivos para mantê-lo na Guiné-Bissau, que lhe fosse permitida a saída do país para tratamento médico no estrangeiro. Respondi que nunca mandei prendê-lo e que pessoalmente não temos nada em contradição. Eu apenas fiz a ponte ou facilitei para que saísse do país. Chamei o Procurador-Geral da República e disse-lhe que se precisasse de Aristides que o ouvisse ou o deixasse sair” , referiu o Chefe de Estado e afirmou que apenas facilitou os contactos entre o Ministério Público, as Nações Unidas e o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Relativamente a eventual cooperação operacional militar entre os exércitos guineense e senegalês a nível de informações para as operações militares levadas a cabo pelas forças armadas senegalesas contra uma fação de rebeldes da Casamansa na fronteira, Úmaro Sissoco Embaló disse que há muita desinformação sobre o assunto e que a imprensa pode obter mais informações junto dos Ministérios da Defesa Nacional e do Interior.
“As pessoas têm dificuldade de interpretar a natureza de relações. Nunca houve boa relação de vizinhança com o Senegal, como agora. Toda agente sabe qual é a minha relação com o Presidente Mack Sall, cada vez que vou para tratamento médico no Senegal, Macky freta-me avião”, notou.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
Sem comentários:
Enviar um comentário