O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou esta quarta-feira (24.02), que foi um “mal necessário” o golpe de estado de 14 de novembro de 1980, que derrubou o então regime de Luís Cabral, e revela ser este o único levantamento que reconhece.
Esta é a forma encontrada por Sissoco Embaló para apelar à boa conduta aos militares do país e “desmerecer” os outros golpes e instabilidades que tiveram lugar na Guiné-Bissau.
“Recordo as palavras do chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biaguê Nan Tan, que sempre dizia que o único golpe que o país sofreu foi o 14 de novembro (de 1980), que de facto, justificava, mesmo que era mal, mas sim era um mal necessário. Depois de 1980, não houve mais golpe (de Estado) na Guiné-Bissau”, afirma.
O Presidente da República chama atenção ao espírito democrático dos guineenses:
“Também hoje em dia, todos os países do mundo reconhecem e acreditam que a única forma de alguém chegar ao poder é através das eleições, porque o povo é quem mais ordena”, disse.
As declarações de Embaló foram registadas no Palácio da República, no ato de posse dos recém-nomeados das forças armadas guineenses.
O chefe de Estado voltou a deixar garantia:
“Já agora, devo anunciar-vos que estou a trabalhar com a ONU e com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no sentido de levantar as sanções impostas a algumas chefias militares, desde Abril de 2012”, garantiu.
Mas antes de tudo, Umaro Sissoco Embaló encontra um ponto de partida:
“Convido-vos no sentido de respeitarem o Regulamento de Disciplina Militar. Eu, Umaro Sissoco Embaló, penso como militar, mas o meu pensamento, traduz-se como civil”, afirma.
O chefe de Estado revela que foi o próprio Ibraima Papa Camará quem pediu para sair da chefia do Estado Maior da Força Aérea, da qual foi demitido no passado 19 de fevereiro:
“O Ibraima Papa Camará, agora diretor do Instituto da Defesa Nacional, ele é um oficial general exemplar, porque foi ele quem propôs ao chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biaguê Nantam, a sua exoneração da Força Aérea. Por isso, devo destacar isso publicamente, para que as outras pessoas possam seguir o exemplo. Essa decisão de Papa Camará demonstra que ele não está agarrado as funções do chefe de Estado da Força Aérea.
Tomaram posse, Filinto Silva Ferreira, novo chefe de Estado Maior da Força Aérea, o seu adjunto Mamadú Saliu Embaló e Ibraima Papa Camará, novo presidente do Instituto da Defesa Nacional.
Por CNEWS com Conosaba do Porto
Sem comentários:
Enviar um comentário