Por: Yanick Aerton
Sobre a proposta do Presidente da República, para a Sociedade Civil
Assumir a governação regional, por falta de consenso entre os partidos
Que integram o governo do PM Nuno Gomes Nabiam, tenho a tecer as
Seguintes considerações:
1. Seria criar um mau precedente avançar com essa ideia, porque o
Papel da Sociedade Civil não é governar, quando muito, caso se
Justifique, os seus membros podem ser chamados a assumir pastas
No Executivo, mas não assumir esse protagonismo proposto pelo
Presidente da República;
2. Compreende-se que o PR esteja preocupado com o impasse que se
Verifica nessa matéria, mas ao menos que se dê carta-branca ao
Ministro da tutela para solicitar nomes aos partidos políticos e,
Através do exame rigoroso dos respectivos curriculum, seleccionar,
Sem tendência, os mais aptos ao desempenho de funções de
Administradores e governadores, mediante critérios previamente
Estabelecidos;
3. Normalmente, se quisermos uma administração regional digna do
Nome, devíamos seleccionar os melhores formados das ENA, para
Iniciarem a sua carreira na administração local, uma vez que
Estamos a caminhar para as autarquias, e com as reformas daí
Inerentes, os governadores e administradores ficariam cada vez
Mais afastados da política partidária, limitando-se apenas ao seu
Papel de extensão do governo central, com a vertente inspectiva
quanto ao cumprimento das normas, pela autarquias locais;
4. O presente cenário (isto é, o impasse que se verifica) constitui uma
Oportunidade de ouro para encararmos seriamente a reforma
Administrativa, organizando um concurso com um júri independente
Constituído por Portugueses e Cabo Verdianos, para no fim, nomear
Os melhores qualificados, enquadrando-se para fazerem carreira, e
Assim pôr fim à politização da administração local;
5. A partida, as formações políticas não vão aderir a esta visão,
Porque a sua concepção de administração local, é a de jobs “for the
Boys”, como uma forma de recompensar os activistas políticos, em
Muitos casos, os menos preparados;
6. Aderir a essa proposta do PR é dar uma machadada naquilo que é o
Papel da Sociedade Civil, razão pela qual, independentemente dos
Interesse em jogo, o bom senso deve reinar no seio dos seus
Dirigentes, agradecendo ao PR pela confiança mas, fazendo-lhe ver
Que a SC quer ter um papel construtivo e não destrutivo, que ponha
Em causa a “reason to be” do que é uma verdadeira administração
Publica;
7. Convidar a SC à dança, e mesmo que retirar poderes ao ministro de
Tutela, um quadro jovem que merece todo o apoio político, ao mais
Alto nível, para prosseguir nessa sua gloriosa caminhada, com as
Provas com que tem convencido os Guineenses sobre a sua
Capacidade de liderança.
O objectivo deste artigo não é nada mais, nada menos do que chamar a
Atenção de quem decide, de que é um perigo o que se pretende,
Porque pode criar um precedente.
E, em segundo lugar, ilustrar a fraqueza das lideranças partidárias
Que, afinal, não defendem os interesses do povo, mas preocupam-se
Mais em dar emprego aos seus apoiantes para disso poderem tirar
Benefícios, como acontecem em relação aos que esses líderes propõem
Para assumir cargos ministeriais.
Uma vergonha! Uma tristeza!
Ou desta ou nunca!
O PR deve pôr fim ao recreio, mas não através da fórmula que quer
Ver implementada!
Que o PR dê um prazo ao PM para lhe apresentar uma solução, sob
Pena de ser o próprio PR a escolher os governadores e
Administradores, dentre os melhores quadros jovens, devidamente
Habilitados, com pelo menos o nível de licenciatura e no mínimo de
5 Anos de experiência administrativa.
Modesta contribuição de um cidadão jovem.
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