sexta-feira, 2 de maio de 2025

OPINIÃO: RECONCILIAÇÃO: UM PASSO DECISIVO PARA A UNIDADE E PROGRESSO NACIONAL.

 

- O cenário político na Guiné-Bissau é marcado por divisões e tensões, raramente elas refletem as preocupações da sociedade, ou seja, desafios mais amplos para a consolidação da democrcacia no país. Ora, as coisas não devem ser vistas por esse prisma, a união não deve ser por conveniência, mas por princípios.
Nesse contexto, a iniciativa recente do líder do MADEM G-15, Braima Camará em promover a reconciliação interna merece não apenas reconhecimento, mas também servir de base ou como modelo a ser seguido por outras forças políticas fragmentadas.
Embora, trata-se de uma fragmentação absolutamente induzida, visando paralisar politicamente a capacidade ou influência das lideranças dos partidos, onde se fazem sentir agora as vozes inconformadas.
No entanto, o que nasce como um gesto de reaproximação, de união e do compromisso acabou por dar lugar apenas frustração e desilusão. É que, vemos interesses particulares se mantêm intangíveis no MADEM G15, não obstante, os critérios para reconciliar partes desavindas ainda são desconhecidos.
Ora, a unidade partidária não é apenas uma questão politicamente imperiosa, isto é, se for realizada dentro dos ditames estatutários, pressupostos fundamentais para a estabilidade interna do partido, com efeitos para o desenvolvimento nacional.
O repto lançado por Braima Camará em torno da reconciliação interna do Movimento que dirige é um acto de coragem e visão, mas que não tem um acolhimento favorável doutra parte oponente. Ao que tudo indica, estamos bem longe desse intento venha concretizar-se, tendo em conta as narrativas de confrontações que persistem doutro lado.
O Movimento para Alternância Democrática, MADEM G15, sendo uma das principais forças políticas da Guiné-Bissau tem um papel relevante na governação e na busca de consensos nacionais, daí que, a iniciativa do seu Coordenador em propor um diálogo inclusivo revela maturidade política e um compromisso genuíno com o interesse colectivo.
Na verdade, é um caminho mais difícil e não será facilmente compreendido por muitos agora, porém é um caminho mais nobre, o entendimento mútuo. Em vez de adotar uma posição irredutível, optou-se pela reconciliação, mas que deixou alguns equívocos.
Certo que, se essas divergências internas partidárias, quer no MADEM G15, quer no PRS, até no PAIGC persistissem, o risco de colapsar a nossa democracia e a governação seria inevitável.
O entendimento político partidário permite debelar as divergências através do diálogo e, que a unidade é fundamental, mas sem destruir as regras endógenas, "Os Estatutos" que são essenciais para que a unidade partidária seja duradoura.
Além disso, ela, a reconciliação partidária dentro das regras, repito "dentro das regras" pode conduzir a pacificação da sociedade em geral, por isso, o entendimento entre os protagonistas político deixa um recado forte à toda sociedade.
Outrossim, partidos unidos potenciam a democrcacia e, garante a estabilidade política governativa, pois, uma formação política unida fica mais preparada para enfrentar os desafios que se impõem, caso chegue ao poder, exemplo: fazer as reformas do estado, até combate à pobreza e à corrupção.
Julgo eu, é imperativo a reconciliação interna, desde que obedeça os Estatutos do partido, pois, ela vai fortalecer e reforçar a credibilidade dos partidos como sendo instituições políticas capazes de governar com coesão, estabilidade e fazer pontes.
Infelizmente, na Guiné-Bissau, as divisões políticas partidárias não resultam das diferenças que potenciam a linha ideológica ou democracia interna, mas influenciadas pela luta para ascenção ao poder.
Este contrasta, os desafios que se impõem à Guiné-Bissau que necessita de lideranças que priorizem o bem estar colectivo acima de ambições pessoais. Por isso, julgo pretinente a reconciliação não só no seio de MADEM G15, do PAIGC, do PRS, mas que seja extensiva a todos os partidos com menor expressão política e, figuras políticas relevantes.
A reaproximação e a unidade não são sinais de fraquezas, mas devem ser vista como, a única saída para uma sociedade que deseja alcançar o progresso, a paz e o desenvolvimento.
Só podemos, nós os guineenses encontrar sossego e um futuro próspero se as lideranças políticas e sociais entenderem, não obstante, esse entendimento deve ser dentro da lei e, se for a margem da lei seria apenas uma utopia.
Todavia "Coitadi" povo, já não espera que a paz política possa traduzir em melhores políticas públicas, mesmo assim, a reconciliação, seja ela partidária, ou nacional é indispensável, cedo ou tarde!!!
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Por Jornalista Bacar Camará;

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