Uma delegação composta por técnicos de três países da costa africana, nomeadamente Guiné-Conacri, Senegal e Serra Leoa, entre os quais técnicos agrícolas, representantes institucionais, organizações parceiras e membros da comunidade percorreram esta terça-feira, 27 de maio de 2025, às áreas de intervenção, guiados por especialistas e agricultores do campo do arroz mangal na comunidade de Encheia, setor de Mansoa, região de Oio.
A delegação visitou o campo de cultivo de arroz mangal na comunidade de Encheia, no âmbito da conferência Internacional “arroz de mangal-abordagem metodológica, inovações técnicas e impacto na fileira”, organizada pela Ação Ianda Guiné Arruz, financiada pela União Europeia (EU), com o propósito de dar a conhecer a metodologia utilizada para testar e adaptá-la às práticas locais para aumentar a produção e torná-la mais resiliente.
Durante a visita, os participantes tiveram a oportunidade de observar a adaptação e experimentação de técnicas agronômicas sustentáveis, com foco no aumento da produtividade, ordenamento hidroagrícola da bolanha, com soluções para uma gestão mais eficiente da água ao nível global e das parcelas, estratégias de proteção das zonas de cultivo face aos impactos crescentes das alterações climáticas.
O projeto visa contribuir para garantir o aumento dos rendimentos e a redução da insegurança alimentar dos produtores da fileira do arroz de mangal, através da dinamização da fileira do arroz de mangal nas áreas de intervenção, com enfoque no aumento sustentável da produção.
O projeto conseguiu cultivar 5.550 hectares de superfície de bolanhas modernizadas, 20 quilómetros de vias de comunicação de acesso às bolanhas construídos e reabilitados, 730 hectares de superfície de mangal protegidos, cerca de mil produtores envolvidos na diversificação produtiva, equipados com 30 pequenos Centros de Processamento, grande Centro de Processamento e Serviços construídos e 10 agronegócios promovidos.
Durante a execução do projeto, foram modernizadas bolanhas de água salgada, reabilitadas e equipadas através da construção de diques para evitar a intrusão da água do mar, executadas obras de regulação da água e canais para facilitar a evacuação das águas doce e salgada. Também foram capacitados os produtores nas técnicas de gestão da água na parcela, recuperar e proteger o mangal, por meio da promoção da reflorestação, sensibilização e realização de atividades que contribuam para a proteção do ecossistema do meio ambiente através da gestão comunitária.
Depois da visita, o Assistente Técnico de Agronomia, Transformação e Comercialização do Projeto Ianda Guiné Arruz, Paulo Rita, disse que a visita representa um intercâmbio entre diferentes países, nomeadamente Senegal, Guiné-Conacri e Serra-Leoa e a ONG Italiana que implementou o projeto Ianda Guiné Arruz.
Destacou que o projeto tem como objetivo mostrar uma abordagem do sistema que foi implementado ao nível hidrológico durante a sua execução na comunidade de Encheia, concretamente na ponte de Komune, Tabanca de Uncur, barragem de Clonque-Claque, armazéns, loja e centro de transformação ou descasque do Arruz, onde foram reabilitados diques e melhoradas as sementeiras de arroz, como também a transformação e comercialização do arroz.
O assistente técnico agrónomo do projeto disse que tudo que foi mostrado durante a visita, irá culminar com uma conferência com duração de dois dias em Bissau, onde cada assunto vai ser abordado com profundidade para partilhar pontos de vista diferentes dos resultados encontrados no terreno.
Em nome dos beneficiários do Projeto Ianda Guiné Arruz, Jorge Insatu Nlifé, expressou satisfação com o trabalho realizado pelo projeto, por contribuir na produção de arroz em quantidade e transformá-lo localmente sem a necessidade de se deslocar para outras zonas, como acontecia antes da implementação do projeto.
Acrescentou que neste momento os beneficiários estão a trabalhar no sentido de multiplicar os rendimentos para que possam ajudar outras pessoas que não conseguiram, durante a implementação do projeto.
”Queremos pedir ao responsável do projeto para continuar a apoiar outras tabancas em outras localidades do país para que haja a quantidade de produção de arroz em todo território nacional, permitindo aos agricultores terem mais rendimentos nas suas atividades em termos económicos “, sublinhou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foro: A.A
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