DSP: "Não tem legitimidade, pode mandar buscar hóspedes de todo o mundo"
O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) e da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), Domingos Simões Pereira, voltou a dirigir duras críticas a Umaro Sissoco Embaló, particularmente pela forma como este tem conduzido o país e lidado com a sua "ilegitimidade", após o fim do mandato.
Sem nunca mencionar o nome de Sissoco Embaló, Domingos Simões Pereira desvalorizou a visita anunciada do presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, à Guiné-Bissau, deixando entender que se trata de uma estratégia encontrada por Embaló, para se legitimar em funções, mesmo sabendo que o seu mandato presidencial expirou.
"Quem dá a legitimidade e o direito de assumir a dianteira de todos, é o povo. Não é mandar buscar hóspedes, e pode mandar buscar todos os hóspedes do mundo, não há hóspede que lhe dê a legitimidade", disse o Presidente da ANP num vídeo de cerca de 17 minutos, publicado no seu Facebook, na noite desta sexta-feira (23.05).
Simões Pereira acrescentou: "O próprio hóspede foi buscar a legitimidade junto do seu povo e sabe o que é limite do mandato, sabe o que é Estado e sabe que é respeitado [no seu país] porque está a respeitar a sua Constituição e não o contrário", disse, referindo-se à vista de Diomaye Faye.
Evitando sempre mencionar o nome do Presidente Sissoco Embaló, Domingos Simões Pereira endureceu o ataque, com referência à situação na ANP.
"Pode continuar a arrombar as portas da Assembleia [Nacional Popular], arrombar o número de portas que quiser e colocar quem quiser, mas não é isso que torna a pessoa legal, não é isso que impede o povo perceber e entender. O povo entende muito bem, por isso é que está a apelar que coloquem as urnas para votar", referiu o líder da PAI - Terra Ranka.
Na sua intervenção, DSP não deixou passar em claro o recente processo eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Guiné-Bissau e, outra vez, visou Umaro Sissoco Embaló.
"Quer comprar Tribunal? Compre todos os tribunais que existem, mas um dia vai querer que a justiça funcione, e vai encontrar o mesmo tribunal que criou. Um dia vai ser tarde para si e para mim também", alertou.
Mesmo "focado" em Sissoco Embaló, Simões Pereira teve tempo para deixar um apelo à juventude guineense.
"Os jovens têm que compreender que é a sua responsabilidade também defender a verdade. Se defendem a verdade, estão a defender a dignidade e, por isso, vão viver melhor hoje e no futuro", atirou.
Apela ainda aos jovens para rejeitarem qualquer tentativa de compra da sua consciência, que, para ele, essa investida só hipoteca o futuro da juventude.
Por CFM
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