Paulo Rangel
Posição concertada entre Belém e São Bento decide “solução intermédia”.
Pela primeira vez em anos, Portugal vai enviar um ministro, e não o Presidente da República, à cerimónia de tomada de posse do novo Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), nesta quarta-feira. Será Paulo Rangel, chefe da diplomacia portuguesa, a representar Portugal.
Os resultados das eleições de Outubro foram contestados, mantêm-se as dúvidas quanto à transparência do processo de contagem dos votos e tem sido muito violenta a resposta às manifestações de protesto contra o que a oposição diz ser “fraude eleitoral”. Neste contexto, e em concertação entre Belém e São Bento, foi decidido esta manhã uma “solução intermédia”, na descrição feita ao PÚBLICO por vários diplomatas.
A hipótese de ir o Presidente foi posta de lado nas últimas horas — chegou a ser pedida autorização de sobrevoo em nome de Marcelo Rebelo de Sousa —, ficando a escolha a ser feita entre Rangel e, na versão mais minimalista possível, António Costa Moura, embaixador em Maputo. Outra hipótese seria o ministro da Presidência, abaixo de Rangel, que é ministro de Estado e número dois do Governo, mas o cenário não esteve em cima da mesa. Enviar um secretário de Estado seria visto por Maputo como um insulto.
Rebelo de Sousa escolheu Moçambique para a sua primeira visita de Estado, em 2016, e, em 2020, foi à tomada de posse de Filipe Nyusi. É uma tradição com décadas e mantida até em momentos de crise bilateral. Mário Soares foi à tomada de posse de Joaquim Chissano; Jorge Sampaio foi à de Armando Guebuza, e Cavaco Silva à de Nyusi, acompanhado por Paulo Portas, vice-primeiro-ministro.
Conosaba/Lusa
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