O presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, Fodé Carambá Sanhá, apelou esta quinta-feira (09.01) ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, a revogar o comunicado do Comissariado da Polícia da Ordem Pública (POP) que proíbe manifestações na Guiné-Bissau há cerca de um ano.
Fodé Carambá Sanhá fez também apelos em relação ao funcionamento da justiça.
"Reconhecemos os trabalhos feitos nos últimos anos pela vossa excelência [Presidente da República], mas apelamos à celeridade da justiça para evitar que ela seja feita por mãos próprias. Apelamos ao reforço de apoio no combate à corrução e à impunidade, que são maiores cancro na sociedade guineense", começou por dizer no ato de cumprimento de ano novo ao Presidente da República.
"Apelamos ao levantamento da proibição das manifestações para o livre exercício da cidadania participativa, o funcionamento normal da Comissão Permanente da Assembleia nacional Popular (ANP) nos moldes constitucionais e regimentais", disse o ativista.
Em resposta ao pedido de levantamento de medida de proibição de manifestações, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, lembrou alguns episódios registados no país, que serviram de fundamento para impedir manifestações.
"Nós vimos casos que passaram aqui. Desde a guerra de 7 de junho de 1998, toda a gente tem a arma na Guiné-Bissau. Recentemente, assistimos a que aconteceu e que culminou com a dissolução do parlamento. Expliquei aos meus homólogos sobre este caso, em que uma força da polícia do governo invadiu outra do mesmo governo e retirou à força os prisioneiros das celas, mas eles não acreditaram", recordou em forma de negação ao apelo de Fodé Carambá Sanhá.
O Comissariado da POP decidiu proibir as manifestações em todo território nacional em 15 de janeiro de 2024, através de um comunicado, alegando a falta de segurança no país e a busca de armas em curso nas comunidades, após o caso 30 de novembro e 01 de dezembro de 2023, de alegada tentativa de golpe de Estado.
Desde a implementação da medida, várias pessoas, entre ativistas dos direitos humanos, estudantes, jornalistas e dirigentes políticos, foram espancadas em manifestações convocadas.
Por CFM
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