O Togo não descarta a adesão à Aliança dos Estados do Sahel (AES), afirmou o ministro togolês dos Negócios Estrangeiros durante uma entrevista quinta-feira ao canal de televisão Voxafrica.
“É uma decisão do Presidente da República”, respondeu o ministro Robert Dussey quando foi colocada a questão da adesão à AES, julgando por sua vez que “não é impossível”. “Pergunte ao povo togolês se o Togo quer aderir à AES, você verá a resposta deles, eu diria que eles dirão que sim”, acrescentou na entrevista, cujos extratos foram divulgados na quinta-feira e cuja integralidade será será transmitido na noite de quinta-feira.
Os três países que formam a AES (Mali, Níger e Burkina Faso), governados por regimes militares hostis à França, anunciaram em janeiro de 2024 o seu desejo de abandonar a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), organização que agora reúne. 15 países e que consideram explorados pela antiga potência colonial. Esta saída entrará em vigor em 29 de janeiro.
Ao desenvolver as suas ligações com o Togo, os países sem litoral da AES poderiam garantir o acesso ao mar através da costa togolesa e do porto de Lomé, a fim de importar e exportar mercadorias. O Mali, o Níger e o Burkina Faso, que expulsaram o exército francês do seu território, estão a cooperar para conter ataques recorrentes de grupos jihadistas, ao mesmo tempo que se aproximam militar e politicamente de outras potências como a Rússia.
O Presidente togolês, Faure Gnassingbé, no poder desde 2005, seguindo o seu pai, estabeleceu-se gradualmente como mediador nas diversas crises políticas que abalaram a África Ocidental nos últimos anos. Como no Níger, onde os militares no poder desde Julho passado lhe pediram que intercedesse junto da CEDEAO. Isto não impediu o regime golpista de anunciar a sua retirada da instituição regional da África Ocidental. Anteriormente, esteve envolvido na crise do Mali e nas tensões entre Abidjan e Bamako.
“Para nós hoje, o Presidente Assimi Goita é uma oportunidade para o Mali”, declarou Robert Dussey durante a sua entrevista televisiva. “África só serve para servir as grandes potências e isso não é normal”, declarou ainda.
Dussey assume regularmente a plataforma para defender as relações pan-africanas. O que não impede o Togo de manter boas relações com o Ocidente.
Gnassingbé também está a aumentar os esforços para se aproximar do Ocidente de língua inglesa: o Togo aderiu à Commonwealth em 2022 e espera que Washington beneficie de programas de ajuda ao desenvolvimento.
Por Africaguinee/ AFP
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