O governo liderado por Nuno Gomes Nabiam disse estar “profundamente indignado” com as “ingerências ignóbeis” e desrespeitosas do representante especial do presidente da Comissão Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau, Blaise Diplo.
O executivo de Nabiam diz tomar conhecimento através da comunicação social de uma carta assinada pelo representante da CEDEAO na qual comunica o Primeiro-ministro demitido Aristides Gomes da vinda de uma missão de peritos em matéria de Constituição e lhe convida para um encontro.
Em carta dirigida ao presidente da Comissão da CEDEAO, assinada pelo Ministro da presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Mamadú Serifo Jaguité, o governo considera essas “ingerências” “gravíssimas” e atentatórias à soberania do país.
“Nestes termos, recordamos à V. Excelência que a Guiné-Bissau é um país soberano, membro de pleno direito dessa organização. Pelo que à luz da nossa Constituição e do tratado da organização sub-regional-CEDEAO essa missão não é bem-vinda e não permitiremos nenhuma delegação sem que antes tenha havido uma concertação prévia com o governo liderado por Nuno Gomes Nabiam”, lê-se na carta do governo.
Na mesma carta, datada de 8 de março de 2020, o governo de Nuno Gomes Nabiam deixa explícito que nas futuras missões, tratando-se da matéria de contencioso eleitoral, não devem fazer parte os técnicos de Costa do Marfim, tendo em conta a “posição dúbia daquele país membro da CEDEAO em relação à situação política na Guiné-Bissau”.
O governo de Nabiam alerta à organização que o mandato da força da interposição da CEDEAO terá o seu término ainda neste mês de março de 2020.
“Pelo que neste momento tomamos as disposições de lhes acantonar, ficando os órgãos da soberania a serem assegurados pelas forças da defesa e segurança da Guiné-Bissau”, sublinhou o governo.
Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb
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