sábado, 21 de janeiro de 2017

YAHYA JAMMEH ACEITA CEDER O PODER NA GÂMBIA, MESMO ASSIM, ALGUNS GAMBIANOS ESTÃO PRODENTES, CONSCIENTES DE QUE JAMMEH MUDA DE OPINIÃO COM FREQUÊNCIA


Foto/RFI - Yahya Jammeh presidente derrotado da Gâmbia, no centro, em plena negociação com missão africana da CEDEAO


Gâmbia à espera do exílio do ex-presidente Yahya Jammeh.


Banjul, Gâmbia - Os gambianos aguardavam neste sábado que o ex-presidente Yahya Jammeh deixe o país, depois de finalmente aceitar ceder o poder ao seu sucessor sob a ameaça de uma operação militar.

Em Banjul, após uma noite de calma, muitos souberam da notícia ao acordar. Alguns mostravam-se prudentes, conscientes de que Jammeh costuma mudar de opinião.

Outros, por sua vez, diziam-se impacientes para vê-lo deixar o país, de dois milhões de habitantes, que dirigiu com mão de ferro por mais de 22 anos.

"Deus ouviu as nossas preces. Esperamos por isso há muito tempo", declarou Sheikh Sham, de 34 anos.

"Decidi hoje, com a consciência tranquila, ceder o comando desta grande nação com uma infinita gratidão a todos os gambianos", afirmou Jammeh numa declaração transmitida pela televisão estatal na noite de sexta-feira.

O país estava afundado numa profunda crise depois que Jammeh anunciou no dia 9 de Dezembro que não cederia o poder a Adama Barrow.

Barrow, de 51 anos, que venceu as eleições no dia 1º de Dezembro, precisou finalmente jurar o cargo na quinta-feira à tarde na embaixada do seu país em Dacar.

Após múltiplas tentativas de persuadir Jammeh, os presidentes da Guiné, Alpha Condé, e da Mauritânia, Mohamed Uld Abdel Aziz, viajaram na sexta-feira a Banjul para uma última mediação.

"A minha decisão de hoje não foi decidida por nada mais que o interesse supremo por vocês, o povo da Gâmbia, e por nosso querido país", disse Jammeh.

Vários países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) enviaram tropas à Gâmbia para pressionar Jammeh após o juramento de Barrow.

A operação, baptizada de "Restaurar a Democracia", foi lançada pouco depois de Adama Barrow assumir a presidência.

O acordo concluído "prevê a saída de Yahya Jammeh da Gâmbia a um país africano com todas as garantias para a sua família, seus parentes e para ele mesmo. Pode voltar ao seu país quando quiser...", declarou ao voltar a Nouakchott Mohamed Uld Abdel Aziz, citado pela agência mauritana de informação (AMI, oficial).

"Trata-se de uma vitória dos que militam a favor de uma solução pacífica sobre aqueles que defendem a violência e a guerra, considerando que assim podem encontrar uma solução", afirmou.

Os termos do acordo ainda não eram conhecidos neste sábado e não estava claro se foi fixado o local do exílio do ex-presidente.

Na manhã deste sábado, uma fonte diplomática mauritana próxima ao caso afirmou que Jammeh abandonará a Gâmbia durante o dia. "Irá provavelmente para a Guiné Equatorial", enquanto Adama Barrow deve voltar ao país na noite deste sábado, disse.

Na sexta-feira à noite, no entanto, outras fontes afirmaram que Jammeh se mudará para Conakry durante o dia.

Outras fontes disseram que foi oferecido exílio por parte de Guiné, Marrocos, Mauritânia e Guiné Equatorial.

Conosaba/angop

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