quinta-feira, 27 de outubro de 2016

DR. BACIRO DJÁ, ATUAL PRIMEIRO-MINISTRO DA GUINÉ-BISSAU DIZ QUE O SEU LUGAR É GARANTIDO


PARTES DESAVINDAS NO PAÍS CONTINUAM A DIVERGIR SOBRE O ACORDO DE CONACRI

O acordo de Conacri continua a ser ponto de divergência entre os partidos com representação parlamentar. Várias correntes afirmam que em Conacri chegou-se ao consenso sobre um nome para liderar o próximo governo e agora alguns negam ter assinado acordo com os três nomes propostos

Esta quarta-feira (26/10), durante uma audiência com o presidente da república, com vista a escolha de um novo primeiro-ministro, o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, diz que foram cumpridas as premissas necessárias para a operacionalização de o acordo de Conacri e “voltar agora a colocar as forças políticas do país incluindo os partidos não representados no parlamento é uma tentativa de descredibilizar o acordo de Conacri”.

“Estranhamos que o presidente venha a perguntar-nos, havendo um fiel depositário daquilo que foi assinado em Conacri e para nós não há aqui espaço para interpretações”, disse.

Por outro, Florentino Mendes Pereira, do Partido da Renovação Social (PRS), disse que no encontro o presidente José Mário Vaz não apresentou nenhuma proposta de nome para o próximo líder executivo.

“Se é público o nome de o futuro ministro pelo menos neste encontro não nos foi dito nada”, afirma Mendes Pereira que adianta ainda que “talvez o consenso chegado em Conacri para a escolha de um novo primeiro-ministro seja só com o PIAGC”.

Entretanto, o porta-voz do grupo dos 15, Braima Camara, disse ainda que em Conacri ficou concordado que ninguém deveria pronunciar sobre o nome de o novo primeiro-ministro, sendo uma responsabilidade do chefe da Nação.

“Estranha-nos bastantes estas interpretações completamento ao contrário daquilo que as pessoas têm vindo a fazer sobre o acordo”, diz.

No entanto, a União para a Mudança e o Partido da Convergência Democrática defenderam a posição do PAIGC de que houve consenso em Conacri e o Partido da Nova Democracia apoia as posições do Partido da Renovação Social.

Primeiro-ministro diz que seu lugar é garantido

Também depois de ser ouvido pelo presidente da república, o primeiro-ministro, Baciro Djá, disse que o seu lugar no executivo não está em causa porque o seu governo foi legitimado pelo Supremo Tribunal de Justiça e o seu governo está disponível a incluir outras partes por forma a criar condições para uma estabilidade nacional.

Segundo Baciro no acordo de Conacri não constam os três nomes e pede uma interpretação concreta do acordo sendo que “todas as outras interpretações são subjectivas”.

Perguntado pelos jornalistas o facto de o seu nome não constar nas propostas entregues aos mediadores durante o encontro de Conacri e se isto demostra a falta de confiança no actual executivo, Baciro Djá remete a resposta ao chefe da nação.

Eu sou o fruto de uma alternativa governativa através do PRS, no PND e do grupo dos 15”, sustenta.

Dissolução do parlamento

Portanto, o vice-presidente da Assembleia nacional Popular, Inácio Correia, que também foi recebido pelo presidente da república, defende a dissolução do parlamento caso não se chegar a um consenso para a escolha de um nome para liderar o executivo como plasmado no acordo de Conacri e pela informação que dispõe “se o presidente da república alterar uma vírgula” além de o acordado em Conacri “o partido vencedor das últimas eleições não vai aceitar”.

“As pessoas que não estão de acordo são exactamente aqueles que não têm direito de estarem a frente das pessoas e nem de governar. O presidente mostrou que estava preocupado e na minha opinião a sua preocupação só pode ser resolvido por ele mesmo”, defende Inácio que sustenta que não deveria ser difícil o presidente da república fizer uma escolha porque “basta basear no artigo 85 e alínea G da Constituição da República seria uma saída airosa (O primeiro Ministro é indigitado pelo partido vencedor das ultimas eleições e nomeado pelo presidente da república) ”.

Comunidade Internacional

Ovídio Pequeno, porta-voz do “P5” composto pela União Europeia, a União Africana, a CEDEAO, A união Europeia e as Nações Unidas, abordado pelos jornalistas depois de o mesmo acordo limita-se a dizer que o grupo ainda tem trabalhos a fazer e que oportunamente serão revelados ao público.

Terminou assim o ciclo de auscultação das forças vivas sobre a escolha ou não de um novo primeiro-ministro. As atenções estão agora viradas para a presidências da república onde se espera a decisão final sobre as auscultações iniciadas na segunda-feira (24/10).

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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