sábado, 8 de novembro de 2014

INAUGURADA QUINTA BARRAGEM NUM ANO QUASE SEM CHUVA EM CABO VERDE


Pedra Badejo, Cabo Verde, - A ilha cabo-verdiana de Santiago conta, desde hoje (sábado), com uma nova barragem, a quarta inaugurada num ano em que a época das chuvas foi muito fraca e tem obstado o enchimento das respectivas albufeiras.

A inauguração, hoje, da Barragem de Figueira Gorda, no concelho de Santa Cruz, nordeste da ilha, junta-se às quatro já existentes, nomeadamente, três entraram em funcionamento este ano - Salineiro (Ribeira Grande), Saquinho (Santa Catarina) e Faveta (São Salvador do Mundo) - e a restante foi edificada em 2006, a do Poilão (São Lourenço dos Órgãos).

Em fase final de construção estão as barragens de Principal e de Flamengos (norte da ilha), estando marcada para dia 15 deste mês a inauguração da primeira fora de Santiago, a de Canto Cagarra, em Santo Antão.

A barragem de Figueira Gorda, orçada em 3,7 milhões de euros e construída pela empresa portuguesa Conduril, terá a maior albufeira do país, é a maior infra-estrutura hidráulica de Cabo Verde, com capacidade para armazenar cerca de 1,5 milhões de metros cúbicos de águas pluviais, e vai obrigar à reinstalação de 30 famílias.

A barragem, cuja inauguração esteve presente o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português, Luís Campos Ferreira, tem 32 metros de altura, com uma galeria para monitorização técnica e com um descarregador de superfície, com capacidade para irrigar uma área total de 120 hectares.

Hoje, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, desdramatizou a falta de água nas albufeiras, à excepção da do Poilão, salientando que as fracas chuvas não vão durar sempre e que, quando voltarem, Cabo Verde terá já infra-estruturas criadas para "gerar grande impacto" na economia do arquipélago.

"São infra-estruturas importantes, mesmo não tendo chovido este ano. Mas, nos próximos anos, e nos seguintes, vão ter um impacto enorme nesta bacia hidrográfica", afirmou, mantendo a convicção de se continuar a investir em barragens, reservatórios, sistemas de rega gota a gota e infra-estruturas agrícolas.

"Penso que aqui é que está o futuro de várias ilhas para podermos desenvolver o agro-negócio, criar novas dinâmicas de crescimento, gerar empregos, combater a pobreza e corrigir as desigualdades que ainda existem no meio rural", argumentou, realçando os milhares de famílias que irão beneficiar no futuro.

A região de Justino Lopes, outrora o "celeiro" da ilha de Santiago - já foi o maior complexo agro-industrial -, tem potencial para voltar aos tempos áureos, salientou o chefe do executivo cabo-verdiano, admitindo, ao mesmo tempo, a "desatenção" que foi dada ao desenvolvimento rural, agricultura, pecuária e a indústria alimentar. 

portalangop

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