Bissau 26 Nov. 14 (ANG) – A Ministra da Família e Coesão Social disse terça-feira que apesar dos progressos e determinação do Estado no seu combate, a violência contra mulheres ainda apresenta grandes desafios e dificuldades, nomeadamente em relação as medidas contra essas violências”.
“E esta situação tem causado a insegurança, medo, sofrimento, exclusão, marginalização, lesões físicas, mentais e sexuais”, acrescentou Bilony Nhasse.
A ministra falava na cerimónia alusiva ao dia Mundial de Luta Contra Violência na Mulher e da jornada sobre 16 dias de activismo de luta contra violência na mulher, realizada em Bassorá, no Norte da Guiné-Bissau.
“Continuamos a verificar a persistência do alto nível de violência contra as mulheres e crianças no país e as fragilidades das respostas políticas e institucionais para o seu combate”, explicou.
Disse que a celebração da data ocorre numa altura em que estão em curso várias acções tendentes a diminuição e a erradicação de tais práticas.
Por seu turno, a Assessora do Presidente da Republica para Assuntos dos Direitos Humanos e do Género, Indira Cabral Embaló saudou as mulheres do mundo e em especial as da Guiné-Bissau, “que na luta pela emancipação do povo guineense e integridade territorial, até deram as suas próprias vidas”.
“Quero relembrar a todos que as mulheres constituem 52 por cento da nossa população, ou seja cerca de 800.000, sendo a principal força produtiva do país embora seja relegada a um plano secundário”, informou.
Disse que é com profunda tristeza que constata que 68 por cento do total da população feminina do nosso país é vítima de violência doméstica.
“Para mim, a violência doméstica não é um assunto particular, mas sim, um assunto público, e como tal, o crime deve ser igualmente público para melhor combater e eliminar este verdadeiro cancro que assola a nossa sociedade“ considerou a Assessora do Presidente da Republica.
Em nome da Rede Nacional de Luta contra Violência Baseada no Género e Criança na Guiné-Bissau (RENLUV-GC/GB), falou a sua Presidente Aissatu Injai que apelou ao Governo da Guiné-Bissau para promover acções que estimulam maior compromisso social perante todas as formas de violência contra as mulheres.
Segundo Aissatu, 71 por cento de mulheres vitima não apresentaram queixas não só devido a natureza de violência, mas também devido a falta de confiança nas autoridades policiais e ao sistema judicial guineense.
A cerimónia começou com uma marcha até a localidade de Sormó, cidade de Bissorã, onde foram depositadas coroas de flores junto a campa de Fatumata Djamba, vítima da violação sexual até a morte.
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