sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Roubo de gado - Nalatche/Populares de Cacheu alertam autoridades sobre eminência de “guerra tribal” se a prática persistir naquela localidade

Bissau,07 Jan 22(ANG) – Os populares, chefes de tabancas e régulos da região de Cacheu, norte do país, avisaram as autoridades competentes de que se não forem tomadas medidas necessárias patra estancar o roubo e furto de gados naquela localidade, poderão embocar em “guerra tribal”, catastrófica para o país.

A advertência publicada na edição do Jornal Nô Pintcha, colocada nas bancas na quinta-feira, foi feita na reunião do Conselho Regional de Cacheu, realizado no dia 03 de janeiro, promovida pelo ministro da Administração Territorial e Poder Local, em colaboração com a Secretaria de Estado da Ordem Pública.

Vários intervenientes naquela reunião denunciaram que os ladrões da região de Cacheu actuam com armas de guerra nomeadamente “AK-47”, e que na povoação de Augusto Barros toda a gente está armada.

O Comissário de Polícia local confirmou que prender ladrão nessa aldeia é pôr a vida em risco, tendo confessado que a população dessa tabanca chegou de amarrar um polícia, despindo-lhe a roupa, e que este só foi liberto com a intervenção de militares da Zona Norte, bem armados.

Segundo os depoimentos dos participantes na reunião do Conselho Regional, o sector de Canchungo é o mais vitimado em termos de roubo e furto de gados, sem menosprezar os sectores de Bigene, Caió e Bula.

As testemunhas disseram que os ladrões, além de roubo e furto de animais, adoptaram como outro método, cavar as paredes das casas para retirar outras fortunas das pessoas.

Segundo o jornal Nô Pintcha, os intervenientes insistiram com pedidos de patrulhamento fortificado por parte da polícia, em todos os sectores da região, para fazer face ao roubo e furto de gado.

Informaram que, em muitas situações, os ladrões se apresentam mais bem armados que as próprias forças de ordem.

Disseram que, no sector de Bigene, os ladrões deambulam de um lado para outro da fronteira com o Senegal e praticam roubos frequentes, facto que sempre tem constituído problemas com as vizinhas autoridades senegalesas.

Segundo os chefes do Poder Local, o roubo está a aumentar a pobreza das populações, fome, ódio e desemboca-se no entrave do desenvolvimento.

Segundo o Nô Pintcha, os populares, chefes de tabanca e régulos presentes declararam a delegação governamental de que, se não forem tomadas medidas necessárias o roubo e furto de gados na região de Cacheu poderão desembocar em “guerra tribal”.

Nesta perspectiva, eles solicitaram a elaboração de uma lei contra furtos e roubos de gado, que será remetida as estruturas de base para que estas possam orientar as comunidades locais.

Os populares recomendam nessa reunião, para que a Assembleia Nacional Popular(ANP), crie e adopte uma lei sobre o combate ao roubo e furto, e que o Governo reequipe as esquadras de polícia com mais meios de transporte, armamentos e pessoal operativo e se crie comissões de combate aos furtos e roubos.

No que concerne o acesso à armas de guerra, por parte dos malfeitores, o comandante da zona militar norte, o coronel Sana Na Mancanha, esclareceu que na sua área de jurisdição, pelo menos nos últimos sete anos as armas estão bem controladas nos quarteis.

Em jeito de resposta as preocupações levantadas, o secretário de Estado da Ordem Pública, Alfredo Malú, informou que a sua instituição, vai constituir esquadras de polícias em todas as tabancas suspeitas de existência de ladrões e pediu a colaboração da população no sentido de denunciar os malfeitores.

“Queremos que a polícia esteja ao lado da população para que possamos descobrir as pessoas que fazem assaltos e andam a matar. O furto que se regista em Canchungo é insuportável, e não compreendemos como é que um ladrão está mais armado que o polícia”, disse.

O ministro da Administração Territorial e Poder Local, Fernando Dias deixou o compromisso de se criar condições para que as populações locais possam viver em sossego.

Conosaba/ANG/Nô Pintcha

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