quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Educação a maior Arma da Luta para o Desenvolvimento

 

Augusto Armindo Lopes - Combatente de Liberdade da Pátria 
A esposa do Sr. Augusto Armindo Lopes 

Em memória aos Combatentes da Batalha da Ilha do Como (Komo), sejam eles guineenses ou sejam eles portugueses.
Porque, muitos ainda jovens portugueses foram a guerra desencadeada pelo regime fascista  na altura, sem terem informações das verdadeiras causas e razões da própria  guerra. Após passarem cinco Seculos, o Amílcar Cabral dizia:

" A nossa luta não era contra Povo português, mas sim contra o Colonialismo Português" A.C.

Sim, como era possível encontrar nas duas partes em guerra, Combatentes a rezarem ao único Deus "Deus de Abrão (Abraha), Moises (Mussa), Jesus (Issa), Mohamed (Maumed)"

Após ter passado 58 anos da Batalha do Como(Komo), quero render homenagem todos os que ficaram sem vidas, e aos Patriotas, Combatentes da Liberdade da Pátria, em especial ao Combatente Augusto Armindo Lopes( Agusto Lopis), Pai do Combatente da Liberdade da Pátria - Zé Lopes ( Mestre que brindou com o seu Siko e a fala única aos Combatentes , Socorrista).

Existem varias razões para que possamos trazer a luz a Batalha de Como(Komo), porque assistimos a abertura de uma Escola cujo o nome do Patrono é
Augusto Armindo Lopes (Agusto Lopis).

"ESCOLA COMUNITÁRIA AUGUSTO ARMINDO LOPES"

Augusto Armindo Lopes, nasceu no dia 25 de Agosto do ano 1925, na antiga capital da Guiné  portuguesa (Bolama), filho de Lourenço Armindo Lopes( Sedja Lopis) e de Helena Gomes.

O Pai tinha bens e propriedades, assim como 9 filhos" Humberto, Luísa, Arqueta, Maria, Inácia, Pedro, Amaro, Augusto, Rosa…
Antes do inicio da uta da Luta Armada, o Augusto Armindo Lopes, já tinha elevado conhecimento na área do comércio, porque o seu Pai, enquanto um dos grandes empresários da antiga Guiné-Portuguesa, tinha duas Lanchas "Tchokoli e Ave Maria " que ligava a então Guiné-Portuguesa as Ilhas de Cabo-verde, por ter as raízes  caboverdiana, da (Ilha de Fogo).

Era proprietário de Pontas em Gan Coli, Orangozinho,assim como de vivendas na cidade de Bolama.
Após a morte do seu pai, Augusto Armindo Lopes trabalhou com os dois sócios
do seu Pai, enquanto empregado da (Casa Pinho Brandão) em Ganjola.

Em 1962 no período da mobilização, ele ingressou as fileira do Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), sob comando do camarada
Guad Na Dami em Tombali, destacado combatente de liberdade da Pátria, após o Congresso de Cassacá, onde foi lançada a palavra de ordem que ordenou a criação das infraestruturas para melhor
sustentabilidade da guerra em todas as frentes, e as necessidades de atendimentos as populações, criou-se os Armazéns do Povo, e daí o nosso Herói, Augusto Armindo Lopes, foi um dos selecionados, para implantação das referidas estruturas comerciais em toda Frente Sul concretamente no Tombali de Baixo.

E hoje, para dar continuidade a essa luta para o desenvolvimento e onde a Educação tem um papel primordial,
a sua filha, foi a promotora da iniciativa de construção da Escola Comunitária, da qual dedicou a memória do seu Pai, e aos Combatentes de Liberdade da Pátria.

Helena Arminda Lopes(N'na Lena),
filha de combatentes da liberdade de pátria (Pai e Mãe), Augusto Armindo Lopes e da Clara da Silva.
Natural de Como(Komo),fez seus estudos liceais em Bissau e formada no Brasil, e atualmente com residência fixa nos Estados Unidos de América, ativista dos Direitos Humanos e mentora de vários projetos sociais ligados às pessoas mais carenciadas e com deficiências, em África, e em particular (Guiné Bissau), e na Latina América, o mais recente no Brasil.

Foi precisamente uma das razões da nossa Luta de Libertação, como dizia o nosso Líder Amílcar Lopes Cabral :

"A maior Arma que existe na luta de libertação, é a Educação, o que quer dizer a formação de Homem Novo, através da transformação da sua mente em termos cultural"

I°- Congresso de Cassaca, realizado nas matas de Cassaca, pelos Combatentes e sob a liderança do Amílcar Cabral, veio a definir entre as prioridades assumidas na resolução, a criação e implantação de Programas de Educação e construção de Escolas Internatos para os filhos dos Combatentes.

O que levou a criação de um Grupo constituído pelos Camaradas Domingos Brito, Luís de Almeida Cabral, Fidélis Cabral de Almada e demais camaradasa prepararem " O Meu Primeiro Livro de Ler"

Hoje, após ter passados anos da independência, a nossa irmã, amiga e camarada N'na Lena, nome vulgar em Como (Komo), e com o apoio moral do seu Marido  Eduard Clop, da nacionalidade americana, e ambos com residência nos Estados Unidos da América, levaram o projeto avante.

Sim, é aquela Ilha do Como(Komo),que os Combatentes de Liberdade da Pátria, se intitularam como a " República Independente do Como(Komo)"

Precisamente estamos no Mês de Janeiro, para aceleração de mais uma data que deu inicio, a mais longa Batalha de todas as guerras nas  colônias portuguesa.
Assim como, associamo-la a data 23 de Janeiro de 1963, que deu o inicio da luta Armada na Guiné-Bissau, glória a todos aqueles que tombaram pela causa da humanidade.

Foram 68 dias e 68 noites.
15 de Janeiro -  24 de Março de 1964

Operação Tridente, foi uma operação militar combinada de forças do Exército, Marinha e Força Aérea, decorrida em Janeiro de 1964 no decurso da Guerra Colonial na Guiné-Bissau, que tinha como finalidade ocupar as três ilhas que constituem a região do Como(Komo): Caiar, Como e Catungo, que, desde 1963, estavam sob domínio dos guerrilheiros do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde.

Mais de 3000 soldados portugueses foram mobilizados e se desembarcaram para a operação " Operação Tridente", cujo o objetivo era desalojar os Combatentes nas Ilhas que compõe o Como( Komo):Caiar, Como (Komo), Catungo.

A maior operação militar desencadeada pelo regime colonial português em toda a África.

A operação terminou com a retirada dos militares portugueses do terreno, e as razões e os objetivos nunca foram atingidos, e nunca serão atingidos, o que veio a demonstrar a proclamação unilateralmente da Independência da Guiné-Bissau, ainda em 1973, enquanto  único País,  entre as colônias portuguesas em África  a proclamar sua independência antes da queda do regime fascista em Portugal, 25 de Abril.

A Batalha do Como (Komo), serviu de lição nas palavras do Amílcar:

" Nenhuma força pode-nos travar do caminho escolhido e da vitória do nosso Povo, nessa luta para a Independência"

É  verdade as independências africanas dos anos 60 falharam, porque trouxeram a dor e os sofrimentos aos Povos africanos.

A verdadeira causa da nossa independência, é termos a Educação para as nossas crianças ,Saude e o bem estar para a nossa população, e tudo isto se associa ao progresso almejados, como sempre foi os sonhos dos que lutaram pela nossa identidade, dignidade e pela nossa Liberdade.

Você que é guineense, caboverdiano, angolano, moçambicano, são-tomense, não esqueça quando o Amílcar fala da Independência, não é  só tirar os Tugas Colonialistas, das nossas terras, mas sim, para estarmos atentos, visto de que podem emergir os "Exploradores Nativos"

Lembre-se de que a pequena burguesia nunca irá  se suicidar, vai aproveitar das Máquinas do Partido para se servir dela, palavras do A.C, após a Conferência em Belgrado.

Para finalizar, quero aqui enviar uma mensagem de gratidão a Helena Arminda Lopes (N'na Lena), e todos aqueles que de uma forma tiveram a participação direta ou indireta, o Eduard Clop, ao Ministério da Educação na pessoa da Sua Excelência Senhor Ministro da Educação, Cirilo e toda a sua equipa, Inspetor, Diretor Regional, as Autoridades Locais, a Juventude e a própria população local da primeira "República independente do Como( Komo)", simples individualidades que serviram de catalisadores do processo, o nosso muito obrigado.

E aos nossos Heróis e Combatentes "Amílcar Lopes Cabral, João Bernardo Vieira Nino, Pansau Na Isna, Agostinho Sá, Augusto Armindo Lopes e mais..." nossa eterna gratidão, e que Deus encontre um lugar Santo para as vossas almas.

Ao nosso Herói vivo Quedele Nariche e um dos sobreviventes da Batalha do Como( Komo) , vai a nossa eterna gratidão "Homens valentes do Cabral"

" A nossa independência só terá sentido,  se sanearmos a dor e o sofrimento do nosso Povo" A.C.

A Educação continua a ser a maior Arma existente, nessa luta para o desenvolvimento, e sem ela não será possível realizar as verdadeiras intenções da Independência, baseada nas esperanças e sonhos dos Combatentes de Liberdade da Pátria e do Povo da Guiné-Bissau.

Que Deus nos abençoe…

Tomas Gomes Barbosa
Mestrado em Ciências das Tecnologias de Tratamento de Petróleo, Gás e seus Derivados, pela Universidade de L"vov/Ex-URSS

Bilbao, 19 de Janeiro de 2022

Helena Arminda Lopes (decide construir uma escola, em Komo, para homenagear o seu Pai), Filha do Combatente Augusto Armindo Lopes.




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