As Nações Unidas na Guiné-Bissau anunciaram hoje apoio a um projeto para verificar factos e tentar impedir a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus no país.
"Durante esta pandemia da covid-19, a rápida disseminação de notícias falsas e de desinformação pode colocar muitas vidas em risco. Muitos artigos e notícias, desde a origem do vírus até à prevenção e cura não comprovadas são publicadas nas diversas páginas sociais e em outras plataformas on-line sem evidências", refere a ONU na Guiné-Bissau, numa mensagem na rede social Facebook.
Por causa disso, as Nações Unidas na Guiné-Bissau decidiram apoiar o "desenvolvimento de um 'site' de verificação de factos que ajude os cidadãos da Guiné-Bissau a estarem informados com informações credíveis".
A plataforma pode ser consultada em www.nobaschecker.org e na rede social Facebook e tem o apoio do Fundo da ONU para o Desenvolvimento, do Escritório Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau e do Fundo de Consolidação da Paz.
"Ao criar uma ampla comunidade de verificadores de factos envolvendo jornalistas, médicos, economistas da Guiné-Bissau e de todo o mundo, a plataforma visa combater a desinformação e desmascarar notícias falsas em torno da pandemia, fornecendo factos e notícias verificadas cientificamente", salienta a ONU.
Em declarações à Lusa no final de março, o bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, disse estar "bastante preocupado" com o que considerou o "canibalismo" das notícias falsas no país, que estavam a levar as pessoas a não acreditar na informação verdadeira que circula.
"Estou bastante preocupado, porque na Guiné-Bissau as `fake news' intensificaram-se de tal maneira que já não se acredita na imprensa tradicional", lamentou à Lusa António Nhaga, referindo-se às falsas notícias que circulam nas redes sociais guineenses sobre a pandemia do novo coronavírus.
A Guiné-Bissau tem confirmados 43 casos de covid-19.
No âmbito do combate ao novo coronavírus, as autoridades guineenses declararam o estado de emergência, que foi renovado no sábado até 26 de abril, bem como o encerramento das fronteiras aéreas, terrestres e marítimas na Guiné-Bissau, medidas acompanhadas de uma série de outras restrições à semelhança do que está a acontecer em vários países do mundo.
Uma das restrições só permite que as pessoas circulem entre 07:00 e as 11:00 locais (menos uma hora que em Lisboa).
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África é de 874 com mais de 16 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário