As autoridades no poder na Guiné-Bissau anunciaram a chegada prevista para sábado e terça-feira de material hospitalar da China e o lançamento das operações de ajuda alimentar de urgência no âmbito do combate à pandemia do novo coronavírus
“Da China chega no dia 18 de abril um primeiro carregamento de material diverso para fins hospitalares, devendo um segundo barco chegar no dia 21”, referiu Nuno Nabian, nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau pelo autoproclamado Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló.
Numa mensagem divulgada na rede social Facebook, após uma reunião da comissão interministerial de combate ao novo coronavírus, na quinta-feira, Nuno Nabian refere também que instruiu a comissão para “proceder ao lançamento das operações de ajuda alimentar de urgência”.
“Quero assegurar que os benefícios chegam atempadamente àqueles que mais necessitam de forma organizada e estruturada na base dos planos de distribuição”, salientou.
“Também instruí que todas as ajudas fossem concentradas num único lugar, devendo a sua gestão rigorosa e criteriosa ser confiada a alguém fora da esfera governamental de reconhecida idoneidade e competência”, acrescentou.
Na mensagem, Nuno Nabian agradeceu também os apoios que têm sido dados às populações por diversas entidades, empresas e particulares que de “forma abnegada e responsável estão a contribuir com meios e materiais nesta campanha para derrotar a covid-19”, salientou.
A Guiné-Bissau regista 46 casos da covid-19, três dos quais recuperados.
Em termos de distribuição geográfica, 31 casos foram registados em Bissau, 10 em Canchungo, na região de Cacheu, e cinco na região de Biombo.
No âmbito do combate à pandemia, a Guiné-Bissau já prolongou o estado de emergência até 26 de abril e endureceu algumas das medidas para combate à prevenção da doença, à semelhança do que aconteceu em alguns países do mundo.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
A covid-19 atingiu a Guiné-Bissau num momento em que o país vive mais um período de crise política, depois de o general Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, enquanto decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do parlamento do país Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente.
O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, o do primeiro-ministro Aristides Gomes, mantém o apoio da maioria no parlamento da Guiné-Bissau.
O Governo liderado por Nuno Nabian ocupou os ministérios com o apoio de militares, mas Sissoco Embaló recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.
Na sequência da tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló e do seu Governo, os principais parceiros internacionais da Guiné-Bissau apelaram a uma resolução da crise com base na lei e na Constituição do país, sublinhando a importância de ser conhecida uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de contencioso eleitoral.
O Supremo Tribunal de Justiça remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassadas as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário