domingo, 23 de fevereiro de 2025

Sob o auspício do PR Sissoco: GOVERNO SENEGALÊS E GRUPO REBELDE DO MFDC ASSINAM ACORDO DE PAZ EM BISSAU


O governo senegalês e a delegação do comitê provisório da ala política de combatentes unificados do Movimento de Forças Democráticas de Casamance (MFDC) assinaram, neste domingo, 23 de fevereiro de 2025, um acordo de paz que estabelece o cessar-fogo, o agrupamento dos rebeldes, a entrega de armas e munições, bem como a reintegração social dos combatentes rebeldes.

O acordo de paz, rubricado em Bissau sob a mediação do chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, e na presença do Primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko, refere-se ao grupo rebelde do MFDC da frente sul, baseado em Kassolol, liderado pelo General César Atoute Badiante. A mediação foi realizada por uma organização humanitária suíça, denominada “HD”, que se comprometeu a reunir a delegação senegalesa e os rebeldes com o intuito de alcançar a paz definitiva em Casamance, uma região do sul de Senegal que leva já mais de 40 anos de conflito, entre os rebeldes do MFDC e as forças armadas senegalesas.

O documento do acordo foi assinado pelo chefe da equipe negocial senegalesa e pelo chefe da delegação de rebeldes, e foi testemunhado por um representante da ONG HD, bem como pelo chefe da divisão de contrainteligência militar da Guiné-Bissau, Major General Samuel Fernandes.


O governo senegalês e o grupo rebelde do MFDC da frente sul, baseado em Kassolol, já haviam assinado, em 4 de agosto de 2022, em Bissau, uma declaração de engajamento mútuo que define os termos sobre as condições para a entrega das armas e as medidas que serão tomadas para o efeito.

A delegação do comitê provisório da ala política dos combatentes unificados do MFDC assinou um documento intitulado propostas de pontos para a discussão no qual se ressalta quatro importantes pontos, designadamente: a questão de segurança, política, justiça e o engajamento da ala política dos combatentes unificados do MFDC.

A delegação de grupo de rebeldes reafirmou, no documento assinado neste domingo, a validação do acordo de Bissau, de 4 de agosto de 2022, no qual as partes demonstram a vontade de alcançar um acordo de paz definitivo em Casamance, que envolva a deposição de armas.

PM SONKO: “TUDO O QUE IMPACTA O SENEGAL IMPACTA TAMBÉM A GUINÉ-BISSAU”

O Primeiro-ministro senegalês, Ousmane Sonko, agradeceu o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, pelo seu engajamento para a promoção da paz definitiva em Casamance.

“O Presidente Bassirou Diomaye Faye tem um ambicioso plano denominado “Plano Diomaye para o Casamance”, um plano do desenvolvimento económico e social que não pode ser implementado sem a paz definitiva”, disse o chefe do governo senegalês, na sua declaração aos jornalistas no final da reunião realizada no salão General – Presidente, João Bernardo Vieira.

“Tudo o que impacta o Senegal, impacta também a Guiné-Bissau e vice-versa. Nós temos todo o interesse de pacificar este espaço para colocar definitivamente o nosso país no caminho do desenvolvimento, portanto “concentramos sobre o essencial que significa tomar em conta as preocupações legítimas das populações”.

Por sua vez, o Presidente Umaro Sissoco Embaló lembrou na sua declaração que sob a mediação da Guiné-Bissau, o governo senegalês e ala política de combatentes unificados do Movimento de Forças Democráticas de Casamance, conseguiram reunir e assinar o acordo de paz.

Explicou que as duas delegações começaram a negociar em Bissau desde o dia 19 do mês em curso para alcançar o acordo rubricado este domingo. Realçou, neste particular, que viu muito interesse do Presidente Bassirou Diomaye Faye, em alcançar a paz na região de Casamance.

“Não podemos brincar com a estabilidade do Senegal na Guiné-Bissau e independentemente de quem seja o Presidente da República. Assim também o Senegal não pode brincar com a estabilidade da Guiné-Bissau, independentemente de quem seja o Presidente da Guiné. No conflito político e militar de 1998, um grande número de população se refugiou para o Senegal”, disse, acrescentando que ele e o seu homólogo senegalês têm que concentrar sempre as posições sobre a situação da sub-região e também do continente (África).

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb.

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