A data da realização das eleições tem dividido a classe política. A CEDEAO tenta aproximar as partes, mas o Presidente guineense já disse que as eleições vão decorrer a 30 de Novembro. Umaro Sissoco Embaló disse que se houver segunda volta, ela será em Dezembro e que se for ele o vencedor voltará a tomar posse a 27 de Fevereiro.
As declarações foram feitas antes do pronunciamento da missão de mediação da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) que teria chegado no domingo e que se reúne esta terça-feira com os partidos guineenses e a Liga Guineense dos Direitos Humanos, em representação da sociedade civil. O objectivo era encontrar consenso para uma data para as eleições gerais, mas o Presidente antecipou-se e anunciou a data este domingo.
A missão da CEDEAO é liderada pelo antigo chefe da diplomacia da Nigéria e já se reuniu com o Presidente Embaló. Ainda esta segunda-feira, é recebida no Parlamento, por Satu Camará. Após receber a missão, Umaro Sissoco Embaló voltou a frisar que as eleições simultâneas serão a 30 de Novembro e que a CEDEAO não manda na Guiné-Bissau, nem em qualquer outro país da comunidade.
A oposição quer que as eleições legislativas e presidenciais aconteçam dentro de 90 dias. Este domingo, António Samba Baldé, da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI – Terra Ranka), defendeu isso mesmo e considerou que na quinta-feira, 27 de Fevereiro, Sissoco Embaló passa a “ex-Presidente da República”.
A PAI-Terra Ranka, vencedora das últimas eleições legislativas, mas arredada do Governo e do parlamento pelo chefe de Estado, assinou, no domingo, uma declaração política com a API (Aliança Patriótica Inclusiva) e com a Frente Popular, uma plataforma que junta associações de jovens e sindicatos. As três organizações consideram que Embaló deixa de ser Presidente no dia em que se completam os cinco anos previstos na Constituição do país, para o fim do mandato presidencial.
Umaro Sissoco Embaló completa na quinta-feira cinco anos de mandato, que, na sua leitura, só termina a 4 de Setembro, data em que, em 2020, o tribunal se pronunciou sobre os resultados das presidenciais de 2019.
O chefe de Estado anunciou, este domingo, que as eleições presidenciais terão lugar a 30 de Novembro, juntamente com as legislativas antecipadas, que já estiveram marcadas para 24 de Novembro de 2024 e foram adiadas.
Sissoco Embaló dissolveu há mais de um ano o parlamento da maioria PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, e nomeou um Governo de iniciativa presidencial.
Fontes da CEDEAO têm indicado aos jornalistas que a missão só fala à imprensa no final das consultas.
Por: Mussá Baldé com RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário