Fotografia de "família" da cimeira da conjunta da EAC e da SADC sobre a situação no leste da RDC, que decorreu este sábado, 08 de Fevereiro, na Tanzânia. © Ikulu ya Tanzania
Dirigentes africanos apelam a um “cessar-fogo imediato e incondicional”, num prazo maximo de cinco dias. A decisão consta da declaração final da cimeira da conjunta da EAC e da SADC sobre a situação no leste da RDC, que decorreu este sábado, 08 de Fevereiro, na Tanzânia.
A cimeira conjunta dos oito membros da EAC, Comunidade da África Oriental, e dos 16 Estados-membros da SADC, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, foi agendada depois do ataque relâmpago a Goma, levado a cabo pelo do grupo armado M23 (Movimento 23 de Março) e pelas tropas ruandesas.
Na declaração final, os dirigentes africanos, reunidos em Dar Es Salam, apelaram a um “cessar fogo imediato e incondicional”, acrescentando que os chefes militares da EAC e da SADC se devem reunir “nos próximos cinco dias para fornecerem as directivas tecnicas sobre o cessar-fogo e a cessação das hostilidades”.
Os membros dos dois blocos pedem igualmente “o acesso à ajuda humanitária, o repatriamento de corpos e a retirada de feridos”, além da abertura de corredores nas zonas afectadas pelo conflito no leste da RDC.
“A cimeira conjunta reafirmou a solidariedade e o compromisso inquebrável de continuar a apoiar a RDC nos seus esforços para conservar a sua independência, soberania e integridade territorial", acrescenta o documento.
No início do encontro, já o Presidente do Quénia, William Ruto, que preside a EAC,tinha apelado a um “cessar-fogo imediato” no leste da República Democrática do Congo, onde o exército congolês combate os rebeldes do M23 - apoiado pelo ruanda - que continuam a ganhar terreno.
A reunião contou com a presença do Presidente ruandês Paul Kagame e a assistência por videoconferência do homólogo congolês Félix Tshisekedi.
Desde a queda de Goma, na semana passada, depois de combates sangrentos e da degradação da situação humanitária que já era catastrófica, que o conflito se tem vindo a alastrar da região do Kivu norte para o Kivu sul.
Vários países vizinhos da RDC temem a escalada regional do conflito, caso não cheguem a uma rápida solução diplomática.
SADC e EAC têm posições diferentes sobre o conflito. Na semana passada, a SADC, da qual a RDC é membro, reafirmou o seu "compromisso inabalável em continuar a apoiar Kinshasa na luta pela preservação da sua independência, soberania e integridade territorial".
Por outro lado, a EAC, que inclui RDC e Ruanda, exortou "firmemente o Governo de Kinshasa a dialogar com todos os actores, incluindo o M23" – algo que, até agora, a RDC tem recusado.
Por: Cristiana Soares com AFP
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