O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje que a Guiné-Bissau vai receber mais uma tranche de 8,1 milhões de dólares (7,7 milhões de euros) depois de outra avaliação positiva à execução do programa financeiro.
Esta é a terceira avaliação do programa financeiro Facilidade de Crédito Alargado, em curso desde janeiro, e a conclusão foi divulgada pelo chefe da missão do FMI na Guiné-Bissau, José Gijon, com a presença do ministro das Finanças, Suleimane Seidi.
Os técnicos do FMI encontram-se em Bissau desde 20 de setembro e até 03 de outubro (terça-feira) para avaliar o trabalho do Governo guineense e decidiram que o país vai ter acesso, no mês de novembro, a mais 8,1 milhões de dólares.
O programa de ajuste financeiro foi acordado em janeiro deste ano com um montante global de 38 milhões de dólares (36 milhões de euros), equivalentes a 23,6 biliões de francos cfa, com um prazo de 36 meses e data prevista de conclusão para janeiro de 2026.
O chefe da missão do FMI salientou a importância dos resultados para a Guiné-Bissau, vincando que, se a avaliação for boa, outros parceiros também vão contribuir com donativos.
A avaliação feita apresenta "resultados mistos", disse José Gijon, especificando que a previsão é de que o défice continue a aumentar, o crescimento seja de 4,2% para 2023 e a inflação de 8%.
Apesar da "derrapagem orçamental" em algumas matérias, como salários, o chefe da missão considerou que a Guiné-Bissau apresenta "avanços significativos nas reformas estruturais, cumpridos dois dos três objetivos" definidos e "duas metas estruturais antes do prazo".
O objetivo do FMI, como salientou, é baixar a dívida pública da Guiné-Bissau, que é 10 vezes superior ao acordado, e a melhoria da gestão da tesouraria.
O ministro das Finanças da Guiné-Bissau, Suleimane Seidi, destacou que o programa está quase a completar um ano e que o Governo está empenhado em cumprir as recomendações do FMI.
O governante concretizou o propósito de "garantir a estabilidade política e continuar com rigor na execução da política orçamental", no sentido de aumentar a capacidade de receita e do rigor nas despesas e dívida públicas.
O ministro referiu-se às dificuldades que o país está a enfrentar, nomeadamente com a campanha de caju, o principal produto económico, e que obrigou á intervenção do Governo, nomeadamente na redução de taxas.
O Governo tem estado a reduzir o preço de bens essenciais, como o arroz e o pão, e o ministro lembrou que o objetivo do programa do FMI é justamente "para que se possa intervir na área social".
A próxima avaliação à execução do programa está marcada para dezembro e janeiro.
Conosaba/Lusa
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