terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Casca de banana!


Por: Yanick Aerton

Sobre a proposta do Presidente da República, para a Sociedade Civil

Assumir a governação regional, por falta de consenso entre os partidos

Que integram o governo do PM Nuno Gomes Nabiam, tenho a tecer as

Seguintes considerações:

1. Seria criar um mau precedente avançar com essa ideia, porque o

Papel da Sociedade Civil não é governar, quando muito, caso se

Justifique, os seus membros podem ser chamados a assumir pastas

No Executivo, mas não assumir esse protagonismo proposto pelo

Presidente da República;

2. Compreende-se que o PR esteja preocupado com o impasse que se

Verifica nessa matéria, mas ao menos que se dê carta-branca ao

Ministro da tutela para solicitar nomes aos partidos políticos e,

Através do exame rigoroso dos respectivos curriculum, seleccionar,

Sem tendência, os mais aptos ao desempenho de funções de

Administradores e governadores, mediante critérios previamente

Estabelecidos;

3. Normalmente, se quisermos uma administração regional digna do

Nome, devíamos seleccionar os melhores formados das ENA, para

Iniciarem a sua carreira na administração local, uma vez que

Estamos a caminhar para as autarquias, e com as reformas daí

Inerentes, os governadores e administradores ficariam cada vez

Mais afastados da política partidária, limitando-se apenas ao seu

Papel de extensão do governo central, com a vertente inspectiva

quanto ao cumprimento das normas, pela autarquias locais;

4. O presente cenário (isto é, o impasse que se verifica) constitui uma

Oportunidade de ouro para encararmos seriamente a reforma

Administrativa, organizando um concurso com um júri independente

Constituído por Portugueses e Cabo Verdianos, para no fim, nomear

Os melhores qualificados, enquadrando-se para fazerem carreira, e

Assim pôr fim à politização da administração local;

5. A partida, as formações políticas não vão aderir a esta visão,

Porque a sua concepção de administração local, é a de jobs “for the

Boys”, como uma forma de recompensar os activistas políticos, em

Muitos casos, os menos preparados;

6. Aderir a essa proposta do PR é dar uma machadada naquilo que é o

Papel da Sociedade Civil, razão pela qual, independentemente dos

Interesse em jogo, o bom senso deve reinar no seio dos seus

Dirigentes, agradecendo ao PR pela confiança mas, fazendo-lhe ver

Que a SC quer ter um papel construtivo e não destrutivo, que ponha

Em causa a “reason to be” do que é uma verdadeira administração

Publica;

7. Convidar a SC à dança, e mesmo que retirar poderes ao ministro de

Tutela, um quadro jovem que merece todo o apoio político, ao mais

Alto nível, para prosseguir nessa sua gloriosa caminhada, com as

Provas com que tem convencido os Guineenses sobre a sua

Capacidade de liderança.

O objectivo deste artigo não é nada mais, nada menos do que chamar a

Atenção de quem decide, de que é um perigo o que se pretende,

Porque pode criar um precedente.

E, em segundo lugar, ilustrar a fraqueza das lideranças partidárias

Que, afinal, não defendem os interesses do povo, mas preocupam-se

Mais em dar emprego aos seus apoiantes para disso poderem tirar

Benefícios, como acontecem em relação aos que esses líderes propõem

Para assumir cargos ministeriais.

Uma vergonha! Uma tristeza!

Ou desta ou nunca!

O PR deve pôr fim ao recreio, mas não através da fórmula que quer

Ver implementada!

Que o PR dê um prazo ao PM para lhe apresentar uma solução, sob

Pena de ser o próprio PR a escolher os governadores e

Administradores, dentre os melhores quadros jovens, devidamente

Habilitados, com pelo menos o nível de licenciatura e no mínimo de

5 Anos de experiência administrativa.

Modesta contribuição de um cidadão jovem.

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