quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

«FUMO NEGRO» PAIGC E O LÍDER DO PARLAMENTO FALTAM A AUDIÊNCIA COM PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU


O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o líder do Parlamento guineense faltaram hoje a uma audiência convocada pelo chefe do Estado onde seria discutida a saída para crise política no país.

Fonte do PAIGC indicou à Lusa que o partido não se fez representar na audiência conjunta que o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, convocou com os demais atores políticos do país, por desconhecer os pormenores do encontro.

O partido, que venceu as últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, mas ficou arredado do poder devido às divergências com o chefe do Estado, endereçou uma carta à José Mário Vaz, a questionar sobre os temas concretos a serem tratados no encontro.

Como não obteve a resposta, o PAIGC decidiu não se fazer representar no encontro, indicou a fonte.

O líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá, também não se fez presente na audiência. Fonte do seu gabinete disse à Lusa que o parlamentar viajou, esta manha, para um país vizinho da Guiné-Bissau de onde seguirá para o encontro com líderes da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) na sexta-feira, na Nigéria.

Três outras formações políticas representadas no Parlamento, PND, PCD e UM, também não estiveram na reunião com o Presidente guineense.

À audiência com José Mário Vaz compareceram Braima Camará, coordenador do grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, Certório Biote, líder da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS) e Jorge Gomes, em representação da sociedade civil.

Braima Camará pediu "bom senso" a todos os filhos da Guiné-Bissau para que a crise política possa ser ultrapassada, o que disse ser possível desde que a direção do PAIGC, com a qual os 15 deputados que representa estão desavindos, aceite a "reintegração incondicional" dos dissidentes.

Numa altura em que circulam informações que apontam para a possibilidade de o Presidente guineense exonerar o governo, o líder da bancada parlamentar do PRS, Certório Biote, garantiu que o seu partido "apoia o atual executivo até as próximas eleições" legislativas que devem ter lugar no próximo ano.

Biote observou que a crise política - que já dura há cerca de três anos - só terminará se houver a reconciliação no PAIGC, o que, notou, passará pela reintegração dos 15 deputados expulsos.

Em nome do movimento da sociedade civil, Jorge Gomes, exortou o chefe do Estado a promover a reintegração dos 15 deputados e desta forma devolver o poder do PAIGC, por ser, disse, o vencedor das últimas eleições legislativas.

Conosaba/Lusa




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