Dr. Sargento Natche
Compatriotas já assistimos muitos filmes/novelas e
estamos agora assistir esta repetição com o título de sempre “ grave crise politica” mas nos
comentários vê-se, ouve-se e a conclusão quase é unânime – não é aquilo que nos
dizem; mas o que ficou por dizer…, talvez esquisitos pessoais?
Não é segredo de que a constipação tinha começado á
muito tempo com aquilo que ouvimos desde o período da campanha eleitoral sobre
as relação pessoais ou de amizade do ex-Primeiro Ministro (PM) exonerado, com atual
Presidente da Republica, essa novela deu-se no que vimos/ouvimos ou escutamos,
acontecimentos que passaram ate “guerra” para liderança do PAIGC em Cacheu, com
muitas histórias com as questões mal resolvidas e compromissos assumidos, atravessou
as lalas de Canchungo e ponte de João Landim até corda de Safim e entrou de
novo para sede do PAIGC, a questão da escolha do candidato do mesmo partido
para eleições presidências, há também aqui os acordos dos cavaleiros cá, para
lá e além.
Isto tudo para dizer de que há questões que não estão
ainda resolvidas, há feridas abertas e algumas pessoas a espera e espreita da
oportunidade para se vingar dos que acharem os seus inimigos de estimação, que
tentam envenenar as relações e estragando a boa convivência social.
A palavra mais perigosa da Guiné-Bissau que começou,
juntamente com a democracia multipartidária no ano de 1994/95 com primeiras
eleições em que o PAIGC saiu vitorioso ocupando as três cadeiras do poder como
agora (Presidência da Republica-PR, Assembleia Nacional Popular-ANP e o Governo),
o antigo e ex-presidente João Bernardo Vieira, Nino alegou grave crise politica para demitir o governo de Manuel Saturnino da
Costa e seguidamente grave crise
politica com pano de fundo venda de armas deu a guerra de sete de Junho de 1998, continuando com o mesmo título um outro Presidente de cor
partidária deferente ou seja do PRS o Dr. Koumba Iala teve quantos PM? E a
mesma justificação de sempre, alegando grave crise política; o malogrado
Presidente Nino Vieira derrubou o governo do Cadogo Júnior, com justificação já
conhecida (grave crise politica). O único PR que resistiu a esta tentativa da
frase que tornou-se numa praga ou um cancro endémico é o Presidente Malam Bacai
Sanha, apesar de todas tentativas que os políticos fizeram, só deu no
golpe que derrubou Almirante, José Zamora Induta e que culminou com outro golpe
de estado apos a morte do então presidente Mambas (a queda do Cadogo e Raimundo
Pereira).
Hoje passado vinte e um anos após a entrada da
democracia multipartidária a mesma frase ainda tormenta os nossos governantes, amaldiçoando
já martirizado povo guineense, por causa de razões muitas das vezes ocultas e
até incompreendidas, verdadeiras ou não mas que, podem ser subjetivas ou não,
essa frase tem um poder avassalador para sociedade guineense por significar
muitas das vezes um retrocesso porque é precedida de muitas premissas com
consequências graves para a sociedade e o país.
Não quero aqui indicar dedo a ninguém pessoalmente
pois é um erro crasso e comum do PAIGC principalmente a cúpula do Bureau Politico
desse partido, se não vejamos conhecendo melhor de que todos, toda a situação
narrada atrás e também do interior do seu partido, conhecendo o partido e os
seus militantes, cada um com o seu carácter os seus hábitos as suas amizades o
que é que cada um é capaz ou não. Então o porque dos dois nos enganarem com uma
dupla falsa com capotes de bons
anjos e de santidade, isso é um falta de respeito grave ao povo e o seu país,
talvez ambição pessoal e colocando os interesses do país em outros planos.
Todos nós escutamos o discurso do PR na tomada de
posse do governo em que dizia de que ele não tem nada a ver com esse governo
nem a ponta do seu dedo está nele, as palavras podem não ser as mesmas mas o
conteúdo é. Depois o PM disse numa das passagens dos seus discursos (já não me
lembro qual foi?) em que disse de que esse foi o governo possível, talvez em
jeito de resposta, nós não sabemos. Mas sempre o fantasma da queda desse governo
pairava sobre ele ( ina cai….?? não…?? i kana cai…?? em que é que ficamos
afinal? Respondam……), sempre estivemos com as incertezas, que foi abafado com a
ida e discurso do PR no Parlamento (ANP), onde disse que não lhe passava pela cabeça derrubar esse
governo, confirmando a tese do debate com o Eng. Nuno Gomes Nabian, mas também
não disse de que não ia derrubar, assegurou; continuamos em “suspense” com
rumores sempre a correr (boatos ou não que viria a confirmar-se no dia vinte de Agosto).
Por isso responsabilizo o PAIGC perante a situação de
impasse em que o país se encontra, porque o segundo partido mais votado ficou
na corda “bamba”, ou como uma bandeira no mastro com medo de decidir para não
perder o “tacho”, arranjando o subterfúgio de que vai esperar a decisão do
tribunal (STJ), um líder tem que ter uma decisão, agora fugir ou virar a cara
quando é necessário, isso não. Aquilo que decidiu o tempo nos dirá.
Já não são os militares que põe em causa a
estabilidade, a paz e o bem-estar social do país, mas porque não os deixaremos
governar o país pelo menos uma legislatura? Assim saberemos quem é quem? Porque
enquanto existir essa figura na Constituição da República e não houver
limitação do poder do PR quem nos garante de que o próximo que vira não fará o
mesmo? Utilizando o poder que a Constituição lhe deu para derrubar o governo.
Estaremos aqui para ver e assistir a continuação do filme.
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