terça-feira, 8 de setembro de 2015

«OPINIÃO» "PAÍS EM MOVIMENTO - COISAS DA NOSSA GENTE", DR. SARGENTO NATCHE

Dr. Sargento Natche

Compatriotas já assistimos muitos filmes/novelas e estamos agora assistir esta repetição com o título de sempre “ grave crise politica” mas nos comentários vê-se, ouve-se e a conclusão quase é unânime – não é aquilo que nos dizem; mas o que ficou por dizer…, talvez esquisitos pessoais?

Não é segredo de que a constipação tinha começado á muito tempo com aquilo que ouvimos desde o período da campanha eleitoral sobre as relação pessoais ou de amizade do ex-Primeiro Ministro (PM) exonerado, com atual Presidente da Republica, essa novela deu-se no que vimos/ouvimos ou escutamos, acontecimentos que passaram ate “guerra” para liderança do PAIGC em Cacheu, com muitas histórias com as questões mal resolvidas e compromissos assumidos, atravessou as lalas de Canchungo e ponte de João Landim até corda de Safim e entrou de novo para sede do PAIGC, a questão da escolha do candidato do mesmo partido para eleições presidências, há também aqui os acordos dos cavaleiros cá, para lá e além.

Isto tudo para dizer de que há questões que não estão ainda resolvidas, há feridas abertas e algumas pessoas a espera e espreita da oportunidade para se vingar dos que acharem os seus inimigos de estimação, que tentam envenenar as relações e estragando a boa convivência social.

A palavra mais perigosa da Guiné-Bissau que começou, juntamente com a democracia multipartidária no ano de 1994/95 com primeiras eleições em que o PAIGC saiu vitorioso ocupando as três cadeiras do poder como agora (Presidência da Republica-PR, Assembleia Nacional Popular-ANP e o Governo), o antigo e ex-presidente João Bernardo Vieira, Nino alegou grave crise politica para demitir o governo de Manuel Saturnino da Costa e seguidamente grave crise politica com pano de fundo venda de armas deu a guerra de sete de Junho de 1998, continuando com o mesmo título um outro Presidente de cor partidária deferente ou seja do PRS o Dr. Koumba Iala teve quantos PM? E a mesma justificação de sempre, alegando grave crise política; o malogrado Presidente Nino Vieira derrubou o governo do Cadogo Júnior, com justificação já conhecida (grave crise politica). O único PR que resistiu a esta tentativa da frase que tornou-se numa praga ou um cancro endémico é o Presidente Malam Bacai Sanha, apesar de todas tentativas  que os políticos fizeram, só deu no golpe que derrubou Almirante, José Zamora Induta e que culminou com outro golpe de estado apos a morte do então presidente Mambas (a queda do Cadogo e Raimundo Pereira).

Hoje passado vinte e um anos após a entrada da democracia multipartidária a mesma frase ainda tormenta os nossos governantes, amaldiçoando já martirizado povo guineense, por causa de razões muitas das vezes ocultas e até incompreendidas, verdadeiras ou não mas que, podem ser subjetivas ou não, essa frase tem um poder avassalador para sociedade guineense por significar muitas das vezes um retrocesso porque é precedida de muitas premissas com consequências graves para a sociedade e o país.

Não quero aqui indicar dedo a ninguém pessoalmente pois é um erro crasso e comum do PAIGC principalmente a cúpula do Bureau Politico desse partido, se não vejamos conhecendo melhor de que todos, toda a situação narrada atrás e também do interior do seu partido, conhecendo o partido e os seus militantes, cada um com o seu carácter os seus hábitos as suas amizades o que é que cada um é capaz ou não. Então o porque dos dois nos enganarem com uma dupla falsa com capotes de bons anjos e de santidade, isso é um falta de respeito grave ao povo e o seu país, talvez ambição pessoal e colocando os interesses do país em outros planos.

Todos nós escutamos o discurso do PR na tomada de posse do governo em que dizia de que ele não tem nada a ver com esse governo nem a ponta do seu dedo está nele, as palavras podem não ser as mesmas mas o conteúdo é. Depois o PM disse numa das passagens dos seus discursos (já não me lembro qual foi?) em que disse de que esse foi o governo possível, talvez em jeito de resposta, nós não sabemos. Mas sempre o fantasma da queda desse governo pairava sobre ele ( ina cai….?? não…?? i kana cai…?? em que é que ficamos afinal? Respondam……), sempre estivemos com as incertezas, que foi abafado com a ida e discurso do PR no Parlamento (ANP), onde disse  que não lhe passava pela cabeça derrubar esse governo, confirmando a tese do debate com o Eng. Nuno Gomes Nabian, mas também não disse de que não ia derrubar, assegurou; continuamos em “suspense” com rumores sempre a correr (boatos ou não que viria a confirmar-se no dia vinte de Agosto).

Por isso responsabilizo o PAIGC perante a situação de impasse em que o país se encontra, porque o segundo partido mais votado ficou na corda “bamba”, ou como uma bandeira no mastro com medo de decidir para não perder o “tacho”, arranjando o subterfúgio de que vai esperar a decisão do tribunal (STJ), um líder tem que ter uma decisão, agora fugir ou virar a cara quando é necessário, isso não. Aquilo que decidiu o tempo nos dirá.  


Já não são os militares que põe em causa a estabilidade, a paz e o bem-estar social do país, mas porque não os deixaremos governar o país pelo menos uma legislatura? Assim saberemos quem é quem? Porque enquanto existir essa figura na Constituição da República e não houver limitação do poder do PR quem nos garante de que o próximo que vira não fará o mesmo? Utilizando o poder que a Constituição lhe deu para derrubar o governo. Estaremos aqui para ver e assistir a continuação do filme.

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