Kecói Queta
Cumpre aos dirigentes definirem projectos de trabalho a
curto, médio e longo prazo, relacionados com a história da modalidade no clube
respectivo e tipo e personalidade demonstrados pelos diferentes membros do
colectivo de trabalho constituído. O futuro desse projecto está estreitamente
dependente de se conseguir uma consolidação cada vez maior no âmbito das
relações desportivas, estruturais, organizacionais, relacionais e
disciplinares, quer individualmente quer por sectores específicos de acção.
Existe a necessidade de aprofundar uma relação estreitamente
entre o passado, o presente e o futuro de qualquer clube ou equipa, pelo que se
torna extremamente difícil fazer vingar projectos de trabalho constantemente
alterados ao sabor do improviso e das circunstâncias fortuitas da competição.
Organização, disciplina e muito trabalho representam o
segredo do êxito. Quando maior for a organização e disciplina, maiores são as
hipótese de obtenção da vitoriarias.
Máximo de comunicação e respeito mútuo entre os componentes
da equipa. Sem consideração e respeito entre os dirigentes e os restantes
elementos do grupo de trabalho não há entreajuda possível, não há orgulho
colectivo na imagem da equipa.
Entre os dirigentes que mais directamente colaboram com o
treinador, distingue-se os chamados seccionistas. A importância de trabalhar
com os seccionistas só é de facto reconhecida no momento preciso em que
deparámos com alguns dos maus…Melhor dizendo, nem sempre (quase nunca!)
Sabemos valorizá-los como justificam!
A ingratidão da sua tarefa reside no facto de, embora a sua
posição no grupo de trabalho seja definida como de dirigente, o seccionista de
sentir «dividido» no meio do triângulo formado pelo director, o treinador e os
atletas, onde todos lhe «exigem» fidelidade e dedicação.
Um seccionista de «boa qualidade» cedo descobre que a
eficácia do seu desempenho depende respectivamente de saber dar resposta às
tarefas que o director lhe aponta (libertando este o mais possível da
generalidade de intervenções executivas habitualmente existentes ao redor de
uma equipa), enquadrar (antecipar sempre que possível!) e solucionar todo o
tipo de apoios de que o treinador necessita para levar a cabo os treinos, os
jogos, as deslocações, etc, e «satisfazer» os atletas em toda a sua enorme gama
de «exigências» típicas de quem gosta de ver-se «mimado» no seu exigente
dia-a-dia de treinos, viagens, competições, etc.
Os dirigentes “pessoas com sensatez de entendimento e com sensibilidade
prática que, com orgulho, sem exibicionismo, dirigem a realização de um
trabalho sólido”, exigindo-se-lhes competências como sejam:
- Crença nas virtudes e nos valores do desporto, como
corolário de uma longa ligação á actividades desportivas.
- Saber ouvir e dialogar, excluindo todos aqueles que fazem
da participação no desporto um exercício ditatorial.
- Capacidade para motivar e estimular os que os rodeiam e
para a direcção das diversas pessoas que consigo colaboram.
- Consciência de responsabilidade, seriedade, frontalidade e
disciplina de trabalho.
- O Desempenho de uma função de dirigente de topo (num
clube, associação ou federação) exige:
- Conhecer a essência do desporto e da modalidade desportiva
em causa, entendendo bem as suas implicações culturais, sociais e económicas.
- Estar informado dos aspectos fulcrais do processo de
formação do rendimento desportivo desde a formação de base e detecção de
talentos, passando pelas etapas intermédias de fomento, consolidação e
desenvolvimento de talentos, até às etapas finais da expressão plena de
rendimento desportivo.
- Compreender as mediadas e apoios necessários à prática
desportiva, nomeadamente de ordem médica, psicológica e pedagógica.
- Conhecer o sistema desportivo nacional nas suas vertentes
legais, estruturais, funcionais e institucionais.
- Conhecer o movimento desportivo internacional nos seus
aspectos fundamentais.
Os dirigentes desportivos, ao assumirem cada vez mais um
lugar central no contexto dos sujeitos do desporto, devem por isso ser
“questionados e postos em causa no plano ético e moral dos seus comportamentos,
exigindo-se-lhes formação inicial e contínua, “para que o desporto seja um
sistema moralmente bom”!
Não andar com chicote ou pistola em punho feito “cowboi
trinitá” e dizer: não vou pedir desculpa, nada disso, meu senhor. Errar é humano,
pedir desculpa é do grande homem. Todo o grande homem foi outrora um Zé Ninguém
que desenvolveu apenas uma outra qualidade: a de reconhecer as áreas em que que
havia limitações e estreiteza no seu modo de pensar e agir. Aprendeu a sentir
cada vez melhor aquilo em que a sua pequenez e mediocridade ameaçavam a sua
felicidade.
Obs: Próximo Bloco: Como formar uma equipa do futebol
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