Durante essa visita oficial, será assinado o Programa Estratégico de Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau para 2015-2020, ao qual está associada uma verba de cerca de 40 milhões de euros para promover a democracia e o desenvolvimento deste país da África Ocidental, que tem um histórico de instabilidade política.
Acompanham Pedro Passos Coelho nas deslocações a Cabo Verde e à Guiné-Bissau o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e o ministro da Saúde, Paulo Macedo.
Na Guiné-Bissau, além de se reunir com as autoridades políticas guineenses, Passos Coelho fará uma visita à equipa portuguesa que instalou um laboratório neste país para ajudar na deteção do vírus Ébola, à qual deverá entregar cinco telefones por satélite.
Oficialmente, não houve até agora casos de Ébola na Guiné-Bissau.
Para além de dar formação e ajudar a prevenir e detetar o vírus Ébola, essa equipa portuguesa, que conta com profissionais do Instituto Ricardo Jorge e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), já deu apoio local ao controlo de surtos de sarampo e de meningite.
O Acordo Estratégico de Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau 2015-2020 será assinado no final de uma reunião entre os primeiros-ministros português e guineense, que darão uma conferência de imprensa conjunta.
Em março deste ano, realizou-se em Bruxelas uma Conferência Internacional de Doadores para Guiné-Bissau, para consolidar a democracia, reforçar o Estado de direito, acelerar a retoma económica deste país e melhorar as condições de vida dos guineenses.
Na altura, Portugal comprometeu-se com um apoio de aproximadamente de 40 milhões de euros, a concretizar através de um novo Programa Estratégico de Cooperação com a Guiné-Bissau para os próximos anos, a assinar até junho.
Durante esta visita de um dia, Passos Coelho terá também reuniões com o Presidente da República, José Mário Vaz, e com o presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá.
Mulher de Passos Coelho nasceu na Guiné-Bissau
Mulher de Passos Coelho nasceu na Guiné-Bissau
Laura ferreira
O pai de Laura é filho de um português e de uma cabo-verdiana da Brava, "a ilha das mulheres brancas e louras"; a mãe é filha de um português e de uma mancanha de Bolama.
As "memórias muito gratificantes" de uma infância feliz na Guiné, pois nasceu em Bolama e no 25 de Abril de 1974 estudava numa escola de freiras em Bafatá, estão associadas às brincadeiras ao ar livre e às histórias mágicas que ouvia contar à noite, mas também a situações tão simples como a mãe, na altura muito jovem, após as noites de chuva, acordar os filhos para irem todos apanhar as mangas que tinham caído no quintal.
Funcionário da administração guineense, o pai mudava fequentemente de posto e a pequena Laura Ferreira viveu ainda em Canchungo (na época, Teixeira Pinto) e lembra- -se também de estar no quartel de Contima, com abrigos e buracos nas redes da vedação, de ter andado de helicóptero e tirado fotografias com soldados que tinham saudades das filhas. Depois, descobriu que alguns dos "turras" (como eram designados, no contexto da guerra colonial, os guerrilheiros dos movimentos de libertação) eram da sua família - e acabariam por desempenhar cargos quando o PAIGC chegou ao poder em Bissau e na Praia.
Entretanto, acompanhando a família, abandonou o país onde os seus primos Caló Barbosa e Jânio Barbosa tocavam no famoso grupo Tabanka Djaz e foi viver para Cabo Verde, a pátria do escritor (e ainda seu parente) Pedro Duarte, um dos nomes do célebre movimento Claridade e autor de livros como Manduna de João Tiene. E no Mindelo, onde toda a gente gosta de passear no jardim da Praça Nova (o local mais central da cidade, onde ficam o cinema e o hotel), com o seu quiosque e os bustos de Luís de Camões e de Sá da Bandeira, ouvia tocar no coreto o seu professor de música do liceu, o consagrado clarinetista Luís Morais. E ainda hoje a encantam os quadros "maravilhosos" do pintor Kiki Lima.
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