Calilo Fati
Graduando em Ciências Humanas pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).
Primeiramente
gostaria de endereçar os meus respeitosos cumprimentos aos senhores representantes
da soberania da Guiné-Bissau. A começar pela Presidência da República a sua
excelência Presidente José Mario Vaz ao Exmo Senhor Presidente da Assembleia
Nacional Popular (ANP) Cipriano Cassamá e ao Governo na pessoa de Senhor
Primeiro-ministro Engenheiro Domingos Simões Pereira.
Ainda os meus cumprimentos se estende aos
Tribunais, que também faz parte dos órgãos da soberania da Guiné-Bissau,
conforme estabelecido na nossa constituição no Artigo 59º número 1. Mas, a
minha abordagem aqui vai assentar nos três primeiros órgãos acima mencionados e
sem preconceito para com as outras instituições, ou seja, contra nenhum membro
do governo. Os meus respeitosos cumprimentos a todos e a todas.
Como
cidadão guineense atento aos acontecimentos do país e pelo meu espírito patriótico cidadania e pela minha modesta observação, em termos da organização
e o destino que o nosso país está a seguir ao longo deste governação que de
certa forma à Guiné-Bissau começou a enxergar um novo rumo diferente em relação
ao seu passado.
Antes
de entrar em detalhes, gostaria de voltar no tempo, a Guiné-Bissau como nação
soberana conheceu ao longo da sua trajetória momentos marcados por
instabilidade politica, que sempre colocou a normalidade constitucional em
causa. Um dos acontecimentos, sem enumerar muitos é o golpe de Estado de 12 de
abril de 2012, que todos nós sabemos instalou o país numa profunda crise
durante dois anos (2) na qual o país sofreu sanções e medidas restritivas em
nível da sub-região isto é, na União Africana (UA) e da comunidade
internacional.
Por
isso, é importante sublinhar o espirito patriótico dos guineenses que unanimemente
escolheram os seus representantes nas últimas eleições realizadas em 2014, na
qual o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) saiu
como vencedor nas eleições legislativas com maioria absoluta dos 57 deputados
no parlamento. As presidências foram vencidas pelo candidato José Mario Vaz
atual chefe do Estado com 61, 9% de votos, contra 38,1% de votos do seu
adversário politico Nuno Gomes Nabiam. (CNE, 2014).
No
que tange a atual situação sociopolítica da Guiné-Bissau, quase se tornou numa
autentica pré-campanha de eleições que nos últimos anos tornarem-se moda, ou
seja, cíclicas na Guiné-Bissau. Desde a primeira eleição multipartidária na
Guiné, nenhum dos primeiros ministros eleitos concluiu os seus respetivos
mandatos, tendo em conta o antagonismo politico-governativa.
As três principais instituições da soberania
da Guiné-Bissau (Presidência da República, Assembleia Nacional Popular e
Governo) ambas têm como representantes as pessoas da mesma formação politica o
PAIGC.
Se
isso, é uma realidade, então, gostaria de deixar uma ou mais perguntas aos senhores:
qual é a necessidade do desentendimento institucional entre os órgãos da
soberania ou, é apenas uma especulação? Será que são os compromissos feitos
durante a campanha eleitoral ou são interesses pessoais? Cabe os senhores darem
resposta a estas perguntas!
Para
ficar bem claro, é que o interesse da nação está acima de qualquer que seja
interesse.
Por
outro lado, tem sido falado quase em toda esfera social sobre a ‘queda do
governo’, e nem pretendo dizer que vai cair. Mas gostaria de chamar atenção para
que governo não caísse, por que se fazer cair o governo o país entrará
novamente num novo ciclo critico como dos dois anos de transição.
É
claro que, o descompasso na governação para o bem-estar social talvez seja a
coisa mais normal que existe na democracia. Porém, lanço um grito de socorro
aos Senhores governantes no sentido de priorizarem o diálogo, ou seja, a
“cultura de dialogo” institucional entre as instituições do Estado como mecanismo
de solucionar os problemas e olhar para o futuro do país, como “alguns” órgãos
da soberania estão fazendo agora. Por isso, peço-vos que leve em conta o
problema da nação e não interesses pessoais ou partidários.
Também
endereço os meus sinceros cumprimentos ao nosso presidente de Assembleia
Nacional Popular (ANP) Cipriano Cassamá. Tenho acompanhado através dos canais
mais bem informados a imagem de périplo de alguns governantes a visita no
interior do país, gesto é de louvar muito é tão simbólico de ir junto às
populações, apesar de que não é um favor mas, sim é um dever. No caso do senhor
presidente da ANP, quase se virou num autentico comício peço-o que saiba
aproveitar o tempo no trabalho em vez de tantas viagens e discursos.
Como
disse o Presidente da República “Mon Na
Lama”, para dizer a verdade é importante porque com o trabalho é possível
desenvolver o nosso país. Por isso, “Mon
Na Lama” deve ser assumida por todos os guineenses e não por uma parcela de
pessoas. No entanto cada um de nós deve cumprir com o seu dever para com o desenvolvimento
da Guiné-Bissau. Como dizia o Adam Smith “O trabalho é a fonte da riqueza de um
país”. No entanto, só com o trabalho é que podemos dizer “TERRA RANKA”.
Também
é importante sublinhar as palavras do Primeiro-ministro, Engenheiro Domingos
Simões Pereira, na cerimonia da abertura da I Semana Nacional da Ciência da Guiné-Bissau
onde afirmou que ‘‘É o desafio do conhecimento que vai garantir o
desenvolvimento do país”. Claro que sim senhor Primeiro-ministro, mas em
primeiro lugar é necessário para que o governo crie condições na educação na
qual todos os guineenses vão ter as mesmas oportunidades de ensino e
aprendizagem para melhor darem as suas contribuições para o desenvolvimento do
país.
Finalizando,
gostaria de parabenizar o Governo pelo desempenho que tem sido realizado ao
longo desta governação, sem mencionar os projetos executados ou em execução. Peço-lhes
para que não entrem no “ciclo vicioso” de discursos e viagens inacabadas, mas
sim que continuarem a pôr “Mon Na Lama”
e procurarem o espaço de dialogo como principal instrumento da democracia.
Os
meus votos de parabéns aos cidadãos e cidadãs guineenses! Viva Nô Terra! Viva
Unidade e Luta!
Calilo Fati
Brasil
Estado de Ceará
Redenção, 05-07-2015
Sem comentários:
Enviar um comentário