quinta-feira, 26 de março de 2015

ESTUDANTE DA GUINÉ-BISSAU É O PRIMEIRO AFRICANO A RECEBER TÍTULO DE MESTRE PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (BRASIL)


Dissertação de mestrado tem como tema "Diáspora africana e educação"

SÃO LUÍS - Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Anso da Silva, natural da Guiné-Bissau, tornou-se, nesta terça-feira (24), o primeiro estudante de pós-graduação africano a ganhar o título de mestre em políticas públicas pela Universidade Federal do Maranhão. Sua dissertação, ‘Diáspora africana e educação’, aborda um tipo de imigração motivada pela busca da qualificação, ou seja, a imigração educacional e a inserção dos estudantes africanos no contexto das universidades a qual se destinam.

Todo o processo de socialização desses novos alunos e as dificuldades enfrentadas pelo caminho rendeu ao guineense o título de mestre. A banca de avaliação foi composta pelos professores Horácio Antunes de Sant’Ana Junior, Álvaro Roberto Pires e Elizabeth Maria Bezerra Coelho, a orientadora.

O estudante conseguiu sua entrada no Brasil por meio do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação, o Protocolo PEC-G, que promove a formação superior de cidadãos vindos de países em desenvolvimento e com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais. Mas a sua entrada no mestrado em políticas públicas aconteceu da forma regular, competindo com os outros candidatos de maneira igualitária. “A graduação foi um passo, a UFMA abriu as portas para o mestrado e eu abracei a ideia e não me arrependo da escolha”, enfatiza Anso da Silva.

Para a sua orientadora, a professora Elizabeth Coelho, a orientação do agora mestre em políticas públicas permitiu que ela estabelecesse uma relação mais próxima com os alunos africanos e a troca de conhecimento entre as duas nacionalidades, além ter sido útil para desconstruir os estereótipos que existem sobre o negro, “sobretudo quando é africano”, destaca.

Anso Silva diz que a titulação representa uma vitória, que envolve sua família, amigos e, também, o compromisso de contribuir para a melhoria do seu país de origem. “A discussão dentro das universidades, na busca em diminuir as disparidades existentes entre o continente africano e os outros continentes é muito relevante, pois é preciso estreitar, ainda mais, a relação do Brasil com África, não só pela herança histórica, mas como um meio de esclarecer os jovens a buscar uma vida melhor e a inserção deles nas universidades brasileiras, já é um bom começo”, disse Anso da Silva.

http://portais.ufma.br/









3 comentários:

  1. É com alegria que recebo esta noticia que muito nos honra e me lembro dos tempos em que nossos pais nos mandavam para a escola na"#Metrópole#" pois nem a primária havia...Por outro lado lamento que se continue a insistir com as bolsas para fora da Guiné e mais para um País racista como é o Brasil...amo os nossos irmãos brasileiros mas me desgosta esse mal. Mais...espero que este Professor Doutor volta a Bissau e tenho lugar para exercer a sua profissão.

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