As condições que fizeram com que a Guiné-Bissau fosse rotulada como um narco-estado "continuam a existir", refere-se num relatório deste mês do Departamento de Estado norte-americano.
"Apesar dos esforços iniciais do novo Governo da Guiné-Bissau, as condições que fizeram com que o país fosse rotulado como narco-estado persistem", escreve-se no documento disponível na Internet.
"Lavagem de dinheiro e crimes financeiros" é o título do segundo volume do Relatório Estratégico sobre Controlo Internacional de Narcóticos, publicado pelo gabinete para os assuntos relacionais com Narcóticos Internacionais e Reforço da Lei do Departamento de Estado dos EUA.
As 88 ilhas do arquipélago dos Bijagós, conjugadas com "militares que ainda conseguem escapar à autoridade do Estado com impunidade, continuam a fazer do país um centro de transbordo favorito para drogas", refere o Departamento de Estado.
"Os rendimentos de drogas, muitas vezes em dólares norte-americanos, circulam na Guiné-Bissau, ainda que fora do sistema financeiro formal", acrescenta-se no relatório, que considera o sistema formal minúsculo face ao dinheiro que circula de mão em mão, sem registos.
Tal como noutros retratos da situação feitos no passado, conclui-se que os barões de droga aproveitam-se da pobreza do país para através de subornos e outros pagamentos movimentarem as drogas, sobretudo com destino à Europa.
"A corrupção é uma grande preocupação [na Guiné-Bissau], com a magistratura a demonstrar falta de integridade em várias ocasiões, ao mesmo tempo que faltam recursos básicos, como eletricidade, em diversos gabinetes governamentais, como o Ministério da Justiça", acrescenta.
Tal como em relação à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, a administração norte-americana defende que o combate ao tráfico de droga requer mais "treino da polícia, dos investigadores e dos magistrados para combater crimes".
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