Na calada da noite, quando a cidade dormia envolta em silêncio, a Rádio Capital FM foi invadida por homens armados, uniformizados e determinados. Não era um simples assalto, mas um ato de terror premeditado. A segurança foi rapidamente rendida, as armas apontadas, as perguntas ecoando no escuro:
— Onde fica o estúdio? Onde está a emissora?
Vieram com um propósito cruel: silenciar uma voz que incomodava, apagar uma frequência que ousava dizer o que muitos não queriam ouvir. Sem piedade, reduziram a cinzas equipamentos de última geração, vandalizaram o que podiam, como se estivessem destruindo não apenas uma rádio, mas a própria liberdade de expressão.
Não foi difícil adivinhar quem mandou. As ameaças eram públicas, as intenções claras. O medo já havia sido plantado antes mesmo da primeira bala ser disparada. Mas a Rádio Capital FM resistiu. Mesmo depois de um ataque tão violento, mesmo quando voltaram para "terminar o serviço", os profissionais da emissora não se renderam.
Hoje, decidi escrever esta crônica para homenageá-los. Eles viram o terror de perto, sentiram a sombra da censura e, ainda assim, permaneceram firmes. O que aconteceu naquela madrugada não foi um roteiro de ficção. Foi real. Assim como os tiros, o ódio e a tentativa de silenciamento.
Se houve investigações? Pouco ou nada se sabe. Mas o que realmente importa é que, seis anos depois, contra ventos e marés, a Rádio Capital FM continua a ser um farol na escuridão. Uma bússola que orienta, um sopro de verdade em meio ao caos.
Parabéns por esses seis anos de resistência. Porque, no fim, a verdade pode ser atacada, mas jamais será calada.
Por: Armando Mussá Sani
Sem comentários:
Enviar um comentário