quinta-feira, 27 de março de 2025

Em colaboração com o governo: UEMOA PROMOVE ATELIER DA DIVULGA DA “VISÃO PERSPECTIVA UEMOA 2040” E O PLANO ESTRATÉGICO 2025-2030

A União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA) promoveu na quinta-feira, 20 de março de 2025, um atelier nacional sobre a divulgação da “Visão Perspectiva UEMOA 2040” e do Plano Estratégico 2025-2030. O evento, realizado numa das unidades hoteleiras de Bissau, reuniu mais de cinquenta técnicos de diferentes instituições públicas e privadas, sob os auspícios da Comissão da UEMOA e contando com o apoio dos Ministérios da Economia e das Finanças.

O atelier tem como objetivo apresentar os novos parâmetros de referência e discutir com os participantes as principais orientações contidas nos dois documentos. Este evento permitirá também que as partes interessadas dos setores público e privado, da sociedade civil, bem como parceiros técnicos e financeiros, se apropriem do conteúdo dos documentos, de forma a apoiar a sua implementação. A implementação do IMPACT 2030, de acordo com o documento consultado, permitirá à Comissão da UEMOA, até 2030, ser uma instituição ágil e uma força motriz para o aprofundamento da integração e a transformação estrutural das economias da UEMOA.

COMISSÁRIO PEDE AO PAÍS A TRABALHAR NA IMPLEMENTAÇÃO DA VISÃO E NO PLANO ESTRATÉGICO COM SUCESSO

O Comissário responsável pelo Departamento de Desenvolvimento Empresarial, Minas, Energia e Economia Digital na Comissão da UEMOA, Paul Koffi KOFFI, explicou na sua intervenção que os documentos estratégicos que são objeto deste workshop de dois dias foram desenvolvidos através de uma abordagem participativa e inclusiva com missões circulares em cada Estado-membro que permitiram recolher dados para fazer um bom diagnóstico e definir rumos estratégicos.

“A nível nacional, tiveram lugar discussões frutíferas com todas as principais partes interessadas no desenvolvimento, incluindo os executivos da administração pública, do setor privado, da sociedade civil, parceiros técnicos e financeiros e pessoas capacitadas. O objetivo era refletir tanto quanto possível sobre as aspirações das pessoas nestes quadros de desenvolvimento da União”, disse.

O responsável disse que depois de desenvolver os documentos de estratégia, o passo seguinte é implementá-los com sucesso, o que “é obviamente da responsabilidade de cada um de nós”.

Em relação à Visão de Futuro da UEMOA 2040, apelou aos Estados-membros para que garantam que os planos nacionais de desenvolvimento estejam alinhados com esta Visão da União.

No que diz respeito ao Plano Estratégico, IMPACT 2030, disse que a Comissão assegurará que todas as principais partes interessadas da administração pública, do setor privado, da sociedade civil e dos parceiros técnicos e financeiros estejam envolvidas na implementação das ações.

Solicitado pela imprensa para falar dos objetivos da Visão Perspectiva UEMOA 2040 e como estes objetivos se alinham com os desafios atuais enfrentados pelos estados-membros, Paul Koffi KOFFI explicou aos jornalistas que os trabalhos da “Visão Perspectiva UEMOA 2040” permitiram a identificação das aspirações das populações. Acrescentou que a comissão constatou que as populações do espaço comunitário da UEMOA aspiram a continuar a viver juntas.

“Viver num espaço comunitário é muito importante para o espírito da comunidade”, disse, afirmando em seguida que a população identificou alguns desafios, sobretudo no que diz respeito à segurança, à paz e a um outro elemento considerado muito importante, a governança, ou seja, a boa governação que permite às instituições caminharem corretamente.

“A população identificou igualmente a vontade de transformar os seus espaços económicos, pois percebemos que a maioria da nossa economia, seja agrícola ou mineira, é toda exportada. Não fazemos a transformação industrial, razão pela qual os países pretendem que se coloque o foco na industrialização”, contou, avançando que as trocas comerciais são insuficientes e exortando a necessidade de eliminar barreiras não tarifárias, bem como de favorecer a concorrência que permita a troca comercial entre os países da união.

Enfatizou, neste particular, que a questão da livre circulação de pessoas e bens é uma das vantagens dos países membros da UEMOA, que, no seu entendimento, devem ser preservados.

“Estas são as diferentes aspirações das populações, que constituem o nosso capital humano. Temos uma população muito jovem que deve ter acesso à educação, saúde e emprego. Neste contexto, estamos a perspetivar um bom futuro para a região; portanto, é preciso trabalhar no crescimento económico, que é relativamente elevado, mas também melhorar a gestão das finanças públicas, o comércio intracomunitário e desenvolver a capacidade humana, para que todos os objetivos de atingir um mercado comum possam ser realizados”, disse.

Por sua vez, o conselheiro técnico principal do ministro das Finanças, Mohamed Baldé, disse que os temas abordados durante o encontro revestem-se de grande valor, que segundo ele, são temas que de uma forma global se enquadram nas políticas públicas do governo.

“A Guiné-Bissau sendo um Estado-membro da UEMOA, da CEDEAO e inserido no conserto das Nações Unidas, as políticas públicas viradas para o sector da economia digital, sector mineiro, energético, não obstante a especificidade próprias do país, estão sempre alinhadas com as políticas comunitárias quer a nível da UEMOA e assim como da CEDEAO”, contou.

Enfatizou que o evento reveste-se de grande importância, porque permitirá o país inteirar-se e aprimorar daquilo que são as visões próprias da zona de integração comunitária.

“No quadro da harmonização comunitária, quer legislativa, quer de políticas públicas, o país, de certa forma, irá não só seguir e acompanhar aquilo que a UEMOA propõe levar a cabo, mas também conformar as suas políticas internas neste domínio”, notou.

Por: Carolina Djeme
Conosaba/odemocratagb

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