quarta-feira, 19 de março de 2025

Guiné-Bissau – Banco Mundial doa 18,3ME para capital humano


O Banco Mundial doou 20 milhões de dólares (18,3 milhões de euros) à Guiné-Bissau para financiar projetos de formação de desenvolvimento do capital humano até 2030, disse hoje a representante da instituição no país africano lusófono.

Rosa Brito falou à Lusa à margem da apresentação de um relatório elaborado pelo Banco Mundial sobre a análise do capital humano na Guiné-Bissau, através de indicadores e políticas públicas nos setores da saúde, educação e proteção social.

No documento são identificadas e apresentadas lacunas e constrangimentos no processo de desenvolvimento do capital humano com base nos três setores que a diplomata considerou cruciais a partir de observações de várias franjas sociais guineenses recentemente consultadas pelo Banco Mundial.

“Nós vimos que há mais necessidades de investimentos na Educação, na Saúde e na Proteção Social. Penso que um ponto importante a transmitir é que o Banco Mundial respondeu ao apelo de mais investimentos no capital humano da Guiné-Bissau e recentemente aprovou o Projeto Capital Humano no montante de 20 milhões de dólares”, afirmou Rosa Brito.

A representante do Banco Mundial na Guiné-Bissau notou que o novo investimento, a ser implementado a partir de maio deste ano até 2030, vai acompanhar o país na melhoria de infraestruturas de saúde, na disponibilização de mais recursos financeiros para as famílias vulneráveis e ainda na capacitação de professores.

“É um projeto completo, digamos assim, e o Banco Mundial está disponível para apoiar o país”, declarou.

A responsável afirmou que esta abordagem vai ao encontro das recomendações recolhidas junto de parceiros sociais pelo Banco Mundial na sua recente consulta externa para um novo quadro de parceria com a Guiné-Bissau.

Nessas consultas, adiantou, ficou assente que os apoios do Banco Mundial são importantes em setores como energia e transportes, por exemplo, mas que são mais necessários nos setores da educação, saúde e proteção social.

Na apresentação do relatório, vários técnicos de diferentes ministérios guineenses enalteceram os apoios do Banco Mundial para os três setores, mas defenderam ser importante que o país desenvolva “uma verdadeira Política Nacional de Desenvolvimento”.

Sabino Júnior, técnico ligado ao Ministério da Saúde Pública guineense, observou que, “mais do que qualquer apoio externo”, o país deve construir “um Plano de Desenvolvimento robusto” e, se possível, com condicionalismos externos.

“Parceiros como Banco Mundial deveriam condicionar todo o apoio com o aumento do bolo que o Governo dá no Orçamento Geral do Estado aos setores da saúde, educação e proteção social”, referiu.

Para este técnico, “é muito pouco” o valor destinado no OGE para os três setores.

O consultor e dirigente desportivo Alfredo Handem agradeceu a disponibilização dos 20 milhões de dólares americanos pelo Banco Mundial, mas disse ser importante que a Guiné-Bissau saiba como arranjar esse dinheiro por sua iniciativa.

Handem defendeu que o país poderia coletar um imposto através da venda da castanha do caju, principal produto agrícola e de exportação, numa taxa de 10%, das 200 mil toneladas produzidas por ano.

“Assim não seria necessário o dinheiro do Banco Mundial”, frisou Alfredo Handem.

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