terça-feira, 25 de março de 2025

Mesa redonda de Bruxelas faz 10 anos: instabilidade impede chegada de fundos


Faz esta terça-feira (25.03) uma década, a realização da conferência dos doadores, a mesa redonda que permitiu a Guiné-Bissau mobilizar mais de mil milhões de euros em apoios.

Com o plano operacional "Terra Ranka", o Governo de então, liderado por Domingos Simões Pereira, fez-se deslocar a Bruxelas, capital da Bélgica, por uma delegação de mais de 40 pessoas, para apresentar o projeto de desenvolvimento a um conjunto de potenciais doadores. A conferência correu bem ao país e houve reações rápidas por parte dos seus parceiros de desenvolvimento.
Conseguir mais de 427 milhões de euros de apoios financeiros para pôr em prática a sua estratégia de desenvolvimento 2015-2025 era a meta do Governo da Guiné-Bissau para a mesa redonda dos doadores.
Os apoios de 160 milhões de euros da União Europeia e de 40 milhões de Portugal foram dos primeiros a ser anunciados em Bruxelas. Mas, no total, a conferência de Bruxelas permitiu mobilizar mais de mil milhões de euros de apoios.
Logo a seguir à mesa redonda, a Guiné-Bissau mergulhou numa das mais persistentes e graves crises políticas que levaram à nomeação, em cinco anos, de sete primeiros-ministros e, em consequência, os fundos prometidos nunca mais chegaram ao país.
Passados 10 anos após a realização da conferência, há quem acredite no "resgate" dos fundos da mesa redonda, desde que o país saia já da instabilidade e estabeleça um governo credível capaz de renegociar com os parceiros.
No entanto, vários observadores não acreditam que isso possa acontecer, "tendo em conta os desafios que hoje o mundo e cada um dos países que tinham prometido apoios enfrentam.
Por CFM

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